Tragédia

KISS. Diretor jurídico da AVTSM fica indignado com postura de chefe bombeiro. E Dunga visita famílias

Paulo Carvalho critica depoimento do ex-comandante dos bombeiros de SM

Paulo Carvalho, da AVTSM: “não vejo sentido na pessoa vir aqui e ficar julgando, falando mal do delegado” (Foto Reprodução)

Por Tatiana Py Dutra / Da Padrinho Agência de Conteúdo

O sétimo dia de julgamento dos quatro réus da boate Kiss teve depoimentos de testemunhas arroladas pelas defesas. Falaram em juízo Venâncio da Silva Anschau, ex-operador de áudio da banda Gurizada Fandangueira; o empresário Nilvo José Dornelles, testemunha indicada por Marcelo de Jesus dos Santos; a arquiteta Nivia da Silva Braido, ouvida na condição de informante; e o ex-chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros, Gerson da Rosa Pereira.

Arrolado pela defesa de Elissandro Spohr, o militar CONFIRMOU que o alvará da boate estava vencido desde 2012, mas rechaçou a acusação de fraude processual, pela qual foi condenado, em primeira instância, em 2015, a seis meses de detenção revertidos em serviços comunitários. A condenação prescreveu no final de 2018.

Pereira quase não falou sobre questões de segurança relacionadas a Kiss, nem sobre os ocorridos desde a tragédia. Ele aproveitou a oportunidade para negar acusações feitas a si pela Polícia Civil, e para dar a sua versão sobre a ação de bombeiros e outros socorristas durante o episódio.

A decisão causou indignação no diretor jurídico da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Paulo Carvalho, que veio de São Paulo para acompanhar as oitivas. Na avaliação do pai de Rafael, 32 anos, uma das 242 vítimas do incêndio, essa foi mais uma tentativa de tirar o foco do que realmente importa: as causas da tragédia e a responsabilização dos envolvidos.

“Não vejo sentido na pessoa vir aqui e ficar julgando, falando mal do delegado. O delegado fez um inquérito muito bom, no sentido de documentação, testemunha, de perícia, de histórico de tudo o que aconteceu, do momento em que aconteceu, do histórico da boate. Um trabalho de mais de 20 profissionais. Aí vir falar que foi ‘exposto na mídia’. Quem foi exposto, meu caro, foram nossos filhos, a um local inseguro. Queremos saber não da ‘sua verdade’. Você está vivo, muito bom, Você foi absolvido, ótimo. Mas não venha aqui falar da instituição Bombeiros, que respeitamos. Nós não respeitamos é o joio que vive nas instituições. É claro e óbvio que pessoas que vivem nesse meio também são omissas, também prevaricam, também cometem crimes. É disso que estamos falando”, afirmou Carvalho.

Visita de Dunga

Os familiares e sobreviventes reunidos na Tenda do Carinho, instalada ao lado do Fórum Central de Porto Alegre, receberam uma visita ilustre à tarde: Dunga, capitão da Seleção Brasileira na conquista do tetracampeonato mundial. O ex-atleta e técnico os presenteou com uma ação da Seleção do Bem 8, um dos projetos sociais que lidera.

A equipe de Dunga preparou hambúrgueres para os presentes, temperados com carinho e confraternização. Muitos pais e mães relataram que os filhos o admiravam, e se emocionaram. Da mesma forma, Dunga chorou ao puxar um Pai Nosso, de mãos dadas com as famílias.

“Só queríamos dizer que estamos ao lado de vocês, neste momento tão difícil”, pontuou Dunga.

Observação do editor: no vídeo abaixo, com imagens de Tatiana Py Dutra, Dunga, como mais uma prova de solidariedade, coloca a camiseta da AVTSM, recebida de Flávio Silva, presidente da entidade.

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Um Comentário

  1. Estes pais e parentes estão arduamente lutando a anos para que isso não ocorra de novo, fazem pelo Brasil, pela sociedade.
    E são desrespeitamos a todo momento.
    Que Deus ilumine os pensamentos dos envolvidos, que seja feita justiça!
    Sou primo do Rafael Carvalho, que morreu no incêndio. Meu tio é o Paulo Carvalho!

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