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Rio Grande está falido. Efeaelideó. F-a-l-i-d-o. E, ainda assim, o consenso é algo improvável

Os empresários das mais diversas entidades de classe Federasul (do Comércio) e Fiergs (da Indústria) realizaram uma série de reuniões, envolvendo o Estado inteiro – inclusive em Santa Maria, com a participação da Câmara de Comércio e Indústria (Cacism) – e até contrataram, e não custou pouco dinheiro, uma consultoria para auxiliar no projeto chamado “O Rio Grande que Queremos”. Tudo para tentar compor uma proposta de salvação para o Rio Grande do Sul. E salvação é a palavra adequada. O Estado está falido. F-a-l-i-d-o. Efeaeleideó. F-a-l-id-o. Como fruto de toda a discussão surgiu a ”Agenda Estratégica, que prevê um plano de recuperação para durar 14 anos, até 2020.

De outro lado, os políticos, por iniciativa do presidente da Assembléia Legislativa, Luiz Fernando Zachia, do PMDB. Sem um prazo para a execução, seu modelo é o já famoso, e antigo, “Pacto de Moncloa” – que uniu políticos, empresários e sociedade espanhóis no final dos anos 70, garantindo apoio a medidas que desenvolveriam (como desenvolveram) o país após o período do ditador Francisco Franco.

No caso gaúcho, a idéia se consolidou no nome ”Pacto pelo Rio Grande”. Idéia aparentemente muito boa, não consegue a adesão integral de todos os partidos. O PT, por exemplo, ajuda – mas se recusa a assinar antes de conhecer exatamente o que terá o documento. E as outras siglas se alinham, mas, como os petistas, não se entendem acerca da Agenda Estratégica proposta pelos empresários.

Resultado: esse mesmo que você está imaginando. Há muito mais obstáculos do que caminho livre para a elaboração de uma proposta viável para o Estado. Este, enquanto isso, rola pelo despenhadeiro, a mercê, pelo que se lê e ouve, de picuinhas ideológicas e muita ciumeira. De lá. E de cá.

A propósito dessas dificuldades de união das duas propostas (o que seria possível, se houvesse, de fato, interesse de ambas as partes), o jornalista Alexandre Elmi, com a colaboração de Leandro Fontoura, assina reportagem na edição deste domingo do jornal Zero Hora. Confira:

”As chances do consenso gaúcho
Dois projetos distintos para um mesmo fim, o Pacto pelo Rio Grande e a Agenda Estratégica, refletem as diferenças entre políticos e empresários na busca de saídas para a crise estadual

Na terra da urgência em encontrar saídas de consenso para driblar o impasse das finanças públicas e contornar a timidez do crescimento econômico, empresários e parlamentares não falam a mesma língua.

Ao não comparecer ao ato de lançamento do Pacto pelo Rio Grande na noite da segunda-feira, os presidentes das federações empresariais que patrocinam o projeto O Rio Grande que Queremos – Agenda Estratégica 2006-2020 remexeram em velhas feridas no relacionamento com a Assembléia Legislativa. Os dirigentes também lançaram dúvidas sobre a possibilidade de convivência dos dois planos de recuperação do Rio Grande do Sul.

A ausência dos presidentes das federações foi tramada como um recado. Sem saber o conteúdo das propostas de consenso que serão apresentadas pelo Pacto e ter a certeza de que o projeto não será contaminado por interesses eleitorais, as entidades vão manter uma política de vizinhança crítica em relação à iniciativa dos deputados.

– Não vamos nos comprometer sem entender exatamente o que é – justifica o ex-presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) Paulo Afonso Feijó.

Dos dois lados, ordem é evitar o acirramento de ânimos

O clima entre os dois grupos é de animosidade, mas o discurso externo é de diplomacia. Internamente, trocam acusações. De um lado, os organizadores do Pacto pelo Rio Grande desconfiam da capacidade da Agenda Estratégica de apresentar uma proposta ampla, sem os ranços de uma obsessão pela idéia do Estado mínimo. Em contrapartida, os empresários acusam a iniciativa parlamentar de casuística e sem compromisso com resultados.

– Não é hora de picuinhas. Não há curto-circuito nesse processo – desconversa Paulo Tigre, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).

O tom de Tigre expressa a decisão diplomática de não alimentar a controvérsia. Nos dois lados, a ordem é aplainar o terreno do entendimento de olho em uma data: 26 de junho. É o dia reservado para as entidades empresariais serem ouvidas em um seminário do Pacto na Assembléia. O presidente da Fiergs admite participar, mas não garante que a ocasião seja adequada para fundir as duas iniciativas. Os organizadores do Pacto aguardam um sinal de interlocutores comuns para formalizar o convite.

– Nós vamos nos encontrar lá na frente – dizem dois colaboradores, um do Pacto pelo Rio Grande e outro da Agenda Estratégica, sem garantir quando.

A saída de Feijó da presidência da Federasul, assumida por José Paulo Dornelles Cairolli, é vista na Assembléia como uma janela para o distensionamento. Presidente da Assembléia e idealizador do…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, com outros textos e quadros explicativos, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/

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