Transparência.Mercedes Rodrigues sai atirando. A 17ª baixa graúda em 22 meses do governo Yeda

O 16º, entre os graúdos do governo de Yeda Crusius, a deixar o poder havia sido o presidente da Companhia de Processamento de Dados (Procergs), Ronei Ferrigolo. Foi no início deste mês – depois de denúncias várias de gestão complicada na empresa estatal, e alguns dias após ter sido noticiado que, num certo período, segundo a ex-revista Veja, ele receberia recursos mensais em contrato com a Federasul. Nada ilegal, em princípio, mas nada moral, com certeza.

 

Mas Ferrigolo é café pequeno perto do que aconteceu ontem (e que noticiei no inicio da noite). A semana começou com a saída intempestiva e atirando da ex-secretária de Transparência e Combate à Corrupção, Mercedes Rodrigues (na foto de Itamar Aguiar, da AI/Piratini) – que meses antes havia sido cooptada do governo de José Fogaça, prefeito de Porto Alegre.

 

Aliás, a pasta sequer foi criada ainda, uma das queixas de Mercedes. Em entrevista coletiva, no final da tarde, a já ex-secretária, que não conseguiu ser recebida pela governadora e entregou o pedido de demissão ao Chefe da Casa Civil José Alberto Wenzel, ela reclamou da falta de condições de trabalho. Atuava em um gabinete provisório, sem condições e, de uma certa maneira, deu a entender que não havia assim tanto interesse do Palácio Piratini em criar a pasta.

 

Aliás, o fato é citado (e veementemente negado) em nota oficial assinada por Erik Camarano, Secretário Geral de Governo, como noticiei ainda na noite de ontem. O representante do Piratini busca, no documento, explicar o porquê de ainda não ter sido enviado o projeto à Assembléia, além de ter procurado desvincular o combate à corrupção e a implantação da transparência nas relações do governo com a sociedade da criação da secretaria (confira aqui).

 

Muito, imagino, ainda se falará acerca dessa dificuldade de haver um secretariado estável. Explicações haverá. O certo, porém, é que Mercedes é a 17ª figura do primeiro escalão do Executivo gaúcho a se mandar. É, porém, a segunda que sai atirando contra o próprio Palácio Piratini. O primeiro, lembra, foi Enio Bacci, retirado da secretaria de Segurança logo nos primeiros meses de gestão.

 

Aliás, confira, a seguir, a lista de destronados – por vontade própria, da governadora ou por força das circunstâncias políticas desfavoráveis – nesses 22 incompletos meses de administração de Yeda Crusius:

 

Ênio Bacci – Secretário de Segurança Pública
José Francisco Mallmann – Secretário de Segurança Pública
Vera Callegaro – Secretária de Meio Ambiente
Luiz Fernando Zacchia – Chefe da Casa Civil e Secretário de Desenvolvimento
Cezar Busatto – Chefe da Casa Civil
Delson Martini – Secretário Geral de Governo
Ariosto Culau – Secretário de Planejamento
Ronei Ferrigolo – Presidente da Procergs

Flávio Vaz Netto – Diretor do Detran
Nelson Proença – Secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais
Paulo Azeredo – Secretário de Obras
Paulo Fona – Porta-voz e Secretário de Comunicação
Cel. Edson Ferreira Alves – Comandante da Brigada Militar
Renato Breunig – Diretor da Fepam
Marcelo Cavalcanti – Embaixador do RS em Brasília

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a nota “Rio Grande. Em pouco menos de dois anos, no mínimo 15 mudanças importantes no governo Yeda”, que publiquei neste sítio no dia 9 de outubro.