Esperança em 2022 – por Marcelo Arigony
Só por um momento, “poderíamos pensar: o que o ano novo espera de nós?”
Estreando nesta coluna. Sim, estreando. Escrevi um texto há alguns dias, mas não como colunista. Aquele, escrito a convite do amigo Claudemir. Acho que cedeu espaço por solidariedade. Ou porque está no DNA do jornalista (e dos advogados) o contraponto.
Ouvir o alter é o que possibilita silogismos, inferências, conclusões legítimas, e mais acertadas. Se temos as cartas todas, ou ao menos a maior parte, podemos ter opinião e tomar partido. Do contrário somos marionetes, navegando ao sabor de ventos espúrios, que nos dão a conhecer apenas o que interessa ao grupo A, ao grupo B… Enfim, feliz por estrear neste espaço.
Pensei em escrever sobre a importância de políticas públicas para comunidades de alto risco. Quase escrevi sobre blockchain, fascinante tema que vai pautar a vida de relação… mas hoje é 3 de Janeiro. O ano novo se impõe. Então aí vai…
O que esperamos do ano novo? Sempre esperamos algo melhor. Fazemos votos, resoluções… na esperança de um ano bom, um ano melhor, ótimo. Queremos saúde, paz e prosperidade. Almejamos um emprego melhor, filhos encaminhados, uns quilos a menos, o sucesso naquele negócio, a eleição ou reeleição do candidato de estimação, a aprovação no concurso público, o fim da pandemia. Esperamos um ano melhor. Isso é certo.
Agora, apenas por um momento, poderíamos pensar: o que o ano novo espera de nós?! Sim imagine que 2022 tenha uma expectativa. Que atitudes esse ano que nasceu espera para nos brindar com aquele sonhado emprego, com a almejada casa nova, com o corpo de bailarina, com a paz no grupo de condomínio…
Pois é, esperança passiva é pobreza de espírito. Inclusive não adianta pedir a Deus e ficar só esperando. Ele ajuda quem dá sua quota parte de sacrifício. Aliás, ateus também são filhos dEle. A esperança forma a tríade das virtudes teologais, ao lado da fé e da caridade. É a confiança e o desejo de que algo bom acontecerá.
Mas esperança passiva não basta, isso é fato! 2022 espera que sejamos proativos, que sejamos protagonistas, que acordemos cedo e vamos à luta. O ano novo espera que sejamos melhores, em linha com nossa esperança. Se queremos o concurso, que nos esforcemos mais nos estudos. Se pretendemos filhos melhores, que sejamos pais e mães responsáveis e presentes. Se queremos paz no grupo de amigos, que sejamos embaixadores da tolerância e da boa vontade. Aliás, a tolerância é a palavra de ordem do casamento feliz.
Como diria Cortella, ser o melhor que puder com as condições que temos. E se um dia tivermos melhores condições, que a gente faça ainda melhor. Melhor amigo, melhor vizinho, melhor patrão, melhor irmão, melhor funcionário. A sociedade precisa de gente melhor. Se formos melhores, nosso 2022 será melhor. O ano novo espera que sejamos Irmã Lourdes… e façamos acontecer. Essa é a nossa quota. O resto não depende de nós.
Em tempo: entre minhas resoluções de ano novo – além do regime – está o perdão àqueles que nos magoam. Juro que vou tentar…
(*) Marcelo Mendes Arigony é titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil em Santa Maria, professor de Direito Penal na Ulbra/SM e Doutor em Administração pela UFSM. Ele escreve no site às quartas-feiras.
Inicio de ano. Exaltações vãs para ouvidos moucos.