Cultura

CINEMA. Bianca Zasso e um filme para iluminar tardes chuvosas e não se importar com o barulho da pipoca

“… Descalços no parque beira o nonsense, a começar por Corie, uma romântica incurável que quer perpetuar o clima de paixão dos primeiros dias de casada a qualquer custo. Ela é a única que parece não sentir as dificuldades respiratórias e de raciocínio que seis lances de escada causam nos outros personagens. Se à primeira vista parece uma construção bobinha para garantir risos, basta um pouco de atenção para notar que a moça encarna os dilemas que assolaram as “esposas perfeitas” da geração anterior. Seu figurino é moderno, mas ela se define como “a esposa”. Não tem emprego, nem parece estar à procura.

Seu cotidiano é agradar Paul na cama e na mesa. Chega ao ponto de espera-lo chegar do trabalho na parada de ônibus e abraça-lo como se não se vissem há meses. Dentro de uma história mais séria, Corie poderia ser definida como uma carente crônica. Mas Descalços no parque permite que Jane Foda imprima um ritmo de desenho animado para sua personagem. Suas caras e bocas contrastam com o jeito arrumadinho e nervoso de Paul, sempre em alerta para a próxima loucura de sua esposa. É a máxima de que os opostos se atraem, que nem sempre funciona na vida real. Neste caso, são justamente as diferenças entre Corie e Paul as causas de sua principal crise, que torna-se o foco do terceiro ato do filme.

Há quem procure uma obra-prima por dia. No caso de Descalços no parque, pode-se dizer que é um filme até esquecível, do tipo que não garante cenas icônicas em nossas memórias. Mas a boa forma do elenco e os diálogos insólitos fazem uma risada gostosa surgir. Não aquelas gargalhadas que nos causam dores na barriga, mas uma sensação boa fica quando chegamos a cena final, cheia de um romantismo que agradaria em muito Corie se ela estivesse na plateia. É um filme para iluminar tardes chuvosas e não se importar com o barulho da pipoca…”

CLIQUE AQUI para ler a íntegra de “Os degraus da diversão”, de Bianca Zasso. Nascida em 1987, em Santa Maria, Bianca é jornalista e especialista em cinema pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Cinéfila desde a infância, começou a atuar na pesquisa em 2009. Suas opiniões e críticas exclusivas estão disponíveis todas as quintas-feiras.

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Um Comentário

  1. Jane Fonda tem história. Nos 80 fez um filme chamado “Como eliminar seu chefe”. Feminismo inteligente, não esta coisa sindical que existe por aí. Algumas situações são baseadas em casos reais segundo a mesma. Ela também afirmou que na época até cogitaram fazer um drama, mas chegaram à conclusão que ninguém iria ao cinema assistir. Saiu uma comédia.

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