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Contrapartidas para o transporte público podem ser uma solução – por Roberto Fantinel

A importância do diálogo entre todas as partes, para encontrar uma solução

Todos os anos em Santa Maria o mesmo debate acontece. O aumento da tarifa do transporte público está entre os principais diálogos, percorrendo galerias, debates políticos e públicos; afinal, todos nós vivemos o aumento da inflação dos bens comuns, como o aumento consecutivo do combustível, do pneu e de peças de manutenção. Fatores que, quando unidos à falta de infraestrutura, pesam no bolso do contribuinte.

Outras condições ainda se tornam agravantes neste debate, como o surgimento dos aplicativos de transporte de passageiros, pandemia, além da queda no número de usuários do transporte público que agravam a crise a cada ano.

O ponto a se observar são as ações que estão acontecendo em municípios semelhantes ao nosso. Tentativas que criam força e que trazem para o debate a importância das contrapartidas sobre o início do subsídio por parte da prefeitura para auxiliar no custo do transporte, universidade que possuem alunos com meia-passagem e valores destinados dos legislativos municipais para auxiliar como uma complementação da tarifa, que pode ser reduzida ao usuário.

O jornal Diário de Santa Maria noticiou na última sexta-feira, 25 de março, que em 10 anos o custo do transporte coletivo subiu 17% acima da inflação. Segundo o jornal, há 10 anos, a planilha apontava que a passagem deveria custar R$ 2,54, o que em valores atualizados pelos 79,76% da inflação do IPCA em uma década, equivaleria hoje a R$ 4,56. Como a planilha divulgada esta semana pelo executivo municipal apontou o valor de R$ 5,34, isso representa 17% acima da inflação.

Como destaco neste breve texto, os motivos são variados, mas as respostas são poucas. Por isso, é preciso dialogar. Conversar com todos os envolvidos, quem poderá oferecer a suplementação para auxiliar os custo e principalmente, a comunidade que não deve pagar do seu bolso pelo aumento que já paga em tantos outros itens.

É preciso olhar para os lados e aprender. Observar como os municípios de todo o Brasil estão resolvendo essa equação. Afinal, não é apenas em Santa Maria que a crise no transporte público se arrasta por anos.

Por fim, precisamos destacar a importância deste debate. O transporte é o meio primordial para que o trabalhador tenha acesso a mobilidade. Não podemos espremer o usuário. Temos que oportunizar ao trabalhador o direito a políticas públicas de verdade. Que permita seu crescimento social para erradicar a pobreza. Existem muitos caminhos a percorrer até que se chegue a um entendimento coletivo, no entanto é preciso dar o primeiro passo para que esta crise não chegue até aqueles que já vivem o extremo da pobreza e que após uma grave pandemia tentam se reerguer.

(*) Roberto Fantinel é deputado estadual pelo MDB. Oriundo de Dona Francisca, onde foi vereador, é ex-presidente da Juventude do MDB/RS, integrante do Diretório Municipal do MDB/SM e ex-assessor do governo gaúcho, na gestão de José Ivo Sartori. Ele escreve no site, semanalmente, aos sábados.

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3 Comentários

  1. Inflação é uma media ponderada. Existem preços que ficarão acima da media e outros que ficarão abaixo (dãããããã). Alas, se a UFSM dá moradia para alguns estudantes, por que a população da urb subsidia a passagem dos mesmos? Para todos diga-se de passagem. Valor não deve ser pequeno. Outros dois fatores que devem pesar a longo prazo. Eletrificação dos veiculos (que vai custar caro) e a curva demografica (que vai diminuir o numero de alunos). Alas, muito politico falando no assunto e pouco se ouve os tecnicos. Solução politica sem ouvir os tecnicos vai resultar no mesmo de sempre, m.

  2. Soluções são sempre as mesmas, não importam os problemas. Transporte? Subsidio ou fundo (que no final das contas é a mesma coisa). Vide recicladores. Segundo a esquerda ‘prestam um serviço para a prefeitura e deveriam receber’. Na verdade existem empresas contratadas para recolher o lixo. Ganham por peso. Recicladores ‘desviam’ parte do faturamento das mesmas e assim ganham a vida. Muitos emporcalham mais ainda as ruas da cidade e o problema é que são ajudados pela população relaxada. Dai vem a cantilena ‘problema social, estado minimo’ e outras asneiras do genero. Não levam em conta que o problema social é outra coisa. Não é desejavel ter pessoas lidando manualmente com os residuos solidos e se criarem cooperativas, por exemplo, não é dificil imaginar a terceira geração da mesma familia no mesmo lugar, separando lixo. Tem gente que esquece que vive no Brasil.

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