Reproduzido do jornal eletrônico SUL21 / Texto de Luís Gomes (com imagem de Reprodução)
Após o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciar, na noite de sábado (26), a publicação de um decreto que desobrigou o uso de máscaras para crianças entre 6 e 11 anos, diversos especialistas se manifestaram nas redes sociais contra a decisão.
“Erradíssima a decisão de abolir as máscaras em crianças no RS – exatamente o grupo que recém começou a se vacinar”, disse o epidemiologista Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Em 2020, Hallal coordenou a pesquisa de prevalência realizada em parceria entre a UFPel e o próprio governo do Estado.
Erradíssima a decisão de abolir as máscaras em crianças no RS – exatamente o grupo que recém começou a se vacinar.
— Pedro Curi Hallal (@PedroHallal) February 27, 2022
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Também epidemiologista, a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lucia Pellanda se posicionou contra a decisão e destacou que as máscaras seguem sendo a medida mais segura e efetiva de evitar novos surtos de covid-19 e, consequentemente, a suspensão de aulas.
“O estado desobrigar o uso de máscaras em crianças não quer dizer que as escolas e pais devem liberar para não usar mais. As máscaras continuam sendo a medida mais segura, efetiva e simples de evitar surtos e suspensão das aulas. Quando não se usa direito, não é sinal de que não funciona e que o melhor é desistir. É sinal de que precisamos tentar usar direito”, escreveu.
O estado desobrigar o uso de máscaras em crianças não quer dizer que as escolas e pais devem liberar para não usar mais.
— Lucia Vacina&PFF2 Pellanda (@lupellanda) February 26, 2022
As máscaras continuam sendo a medida mais segura, efetiva e simples de evitar surtos e suspensão das aulas.
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O decreto publicado pelo governo estadual no sábado extinguiu a obrigatoriedade do uso de máscaras para crianças de até 12 anos como protocolo de enfrentamento da covid-19. A partir do decreto, o uso de máscaras cobrindo boca e nariz passa a ser recomendado para crianças entre 6 e 11 anos para circulação em espaços públicos e privados acessíveis ao público. A obrigatoriedade é mantida apenas para maiores de 12 anos.
O governador afirmou o decreto foi elaborado com base em um parecer técnico da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Conforme o parecer técnico que embasa o regramento, assinado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), “ainda que exista legislação federal que preconize o uso obrigatório para pessoas acima de três anos, considerando o longo período em que não há atualização da legislação, considerando que nos últimos 24 meses não se apresentaram evidências robustas que comprovem o benefício da obrigatoriedade do uso de máscaras em algumas faixas etárias, considerando que sem benefício comprovado é obrigação dos profissionais da saúde primar pelo não malefício, considerando que a orientação é garantir o uso adequado de máscara, conclui-se que não há base técnica que suporte a obrigatoriedade de máscaras indiscriminadamente na faixa etária de três anos até 11 anos”.
Contudo, o médico infectologista Alexandre Zavascki, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), fez um “fio” no Twitter criticando a decisão do governador.
O governo estadual se baseou em um posicionamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2020 que orientou que o uso de máscaras entre 6 e 11 anos seja recomendado, mas Zavascki diz que essa orientação já está defasada. O médico destaca que a Academia Americana de Pediatria (AAP) emitiu um parecer, em janeiro deste ano, em que “recomenda fortemente” o uso de máscaras para qualquer pessoa acima de 2 anos e independente do status de vacinação.
Zavascki pontuou que o Rio Grande do Sul vive hoje um momento de alta transmissão de covid-19. “Em suma, o parecer técnico do decreto apresenta razões claras para o uso da máscara. Sobre obrigatoriedade, omite as recomendações atualizadas de algumas entidades sobre o uso de máscaras entre 6-11 anos e se utiliza de um posicionamento defasado da OMS sobre uso nesta faixa etária”, escreveu.
Além de estarmos em um momento de alta transmissão, as demais considerações não se aplicam mais seja porque já foram descartadas pela ciência, seja porque o acesso a máscaras é totalmente distinto de 2020.
— Alexandre Zavascki (@azavascki) February 27, 2022
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Posteriormente, ele pediu a revogação do decreto e avaliou que o governador tomou a decisão por questões políticas. “Exmo. Gov. do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Eduardo Leite, se o senhor deseja agradar eleitor bolsonarista, sugiro-lhe, respeitosamente, que passe a tomar cloroquina ou ivermectina, mas não use a saúde de crianças de escada para sua ascensão política. Revogue o decreto já!”, escreveu Zavascki…”
Exmo. Gov. do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. @EduardoLeite_ , se o senhor deseja agradar eleitor bolsonarista, sugiro-lhe, respeitosamente, que passe a tomar cloroquina ou ivermectina, mas não use a saúde de crianças de escada para sua ascensão política. Revogue o decreto já!
— Alexandre Zavascki (@azavascki) February 27, 2022
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