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Uma questão se impõe. Até que ponto a propaganda no rádio e TV influencia o voto do eleitor

O meu amigo, e colega na rádio Antena 1, Antonio Candido Ribeiro, o Candinho, tem posição firmada: o proselitismo no rádio tem importância pequeníssima, se tem alguma. Já na televisão, atinge todo o eleitorado e pode, claro, influenciar decisivamente na opinião do eleitorado. Para o bem. E para o mal. Ou, por outra, elege. E ‘deselege’.

 

Lembro de outro amigo, que foi até candidato a prefeito, no final dos anos 90. O hoje advogado e político (até onde sei) não militante Sérgio Blattes participou de muitas campanhas eleitorais. Disse-me, certa feita, que a propaganda eletrônica não tem a capacidade de eleger um concorrente. Mas pode, com certeza, provocar derrotas.

 

Quanto a mim, só sei que há grande audiência televisiva, nas duas semanas imediatamente anteriores ao pleito. Desde que, claro, exista uma disputa firme entre os candidatos. Isto é, se a diferença não for muito elevada, do líder em relação aos demais. Como se verifica, também, índices significativos de audiência no início do horário rádio-televisivo, ficando para as duas semanas “do meio” o limbo. Atenção: me refiro à televisão. Sobre o rádio, me faltam elementos para opinar.

 

O que significam os três parágrafos anteriores? Sim, a propaganda midiática influencia bastante, senão no voto, na participação e na discussão do pleito. O que, penso, é muito importante. Para que, porém, não fiquemos apenas com os “da casa”, reproduzo a seguir interessante artiguete de Carlos Lopes, analista político da consultoria Santafé Idéias. O texto é publicado no muito bom sítio editado pelo veterano jornalista Etevaldo Dias. Confira:

 

“Horário gratuito aproxima campanha do eleitor

O início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, pode contribuir para a redução da volatilidade das pesquisas de intenção de votos nas principais capitais do país, a exemplo do mais recente IBOPE realizado em São Paulo. Mas nem todos continuam a atribuir tanta importância ao horário eleitoral gratuito.

A campanha eleitoral gratuita no rádio e na televisão começa nesta terça-feira, estendo-se até 2 de outubro em dois horários diários (13h e 20h30 na TV) e nas inserções ao longo da programação. É a maior possibilidade de aproximação entre campanha eleitoral e o eleitor, por menos interesse que este manifeste, inicialmente, em assistir ao desfile de candidatos.

Em um quadro de prevalência da discussão de propostas locais, o fator televisão tem boas chances de conquista, sobretudo com as inserções, que chegam a um espectador desavisado. A consolidação desse canal de propaganda deve reduzir a volatilidade das pesquisas ou, por outra, ajudar na compreensão das razões para as mudanças.

O IBOPE surpreendeu na última sexta-feira, ao apontar a candidata da coligação liderada pelo PT, Marta Suplicy, com 41% das intenções (tinha 34% há cerca de um mês), e Geraldo Alckmin, do PSDB, com 26%, contra 31% registrados na pesquisa de 19 de julho. Quer dizer, a partir de um empate técnico, Marta Suplicy colocou 16 pontos sobre o principal adversário. Gilberto Kassab (8%) e Paulo Maluf (9%) variaram dentro da margem de erro. Brancos e nulos somaram 7%; não opinaram 5%.

A pesquisa trouxe duas boas novidades para Marta Suplicy; sua rejeição caiu de 33% para 27%; e ela superou Alckmin na simulação de segundo turno, por 47% a 42%. Um terceiro dado relevante é que Marta começa a campanha gratuita em situação confortável.

Grande diferencial – Em artigo publicado na edição de segunda-feira da “
Folha de S. Paulo”, o marqueteiro Chico Santa Rita conta que uma pesquisa recente em Uberlândia (MG) veio com um alto número de “indecisos”. Diante disso, voltou-se às ruas para saber os motivos da indecisão. A resposta do eleitor foi que estava esperando os candidatos apresentarem suas propostas na televisão.

Pode-se dizer que a fonte (um marqueteiro) é comprometida, mas a argumentação contrária, que minimiza a influência do horário gratuito e até lança mão da internet e de outros meios, não faz frente ao papel da TV na apresentação de alternativas ao eleitor.”

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras notas publicadas no sítio editado por Etevaldo Dias.

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