Outono – por Orlando Fonseca
Há dois anos, quando chegava o outono, estávamos em uma temporada de recolhimento, apreensão e pânico com as notícias que chegavam do outro lado do Atlântico. A epidemia do coronavírus, que aportara no verão tropical, fazia suas vítimas na mesma proporção em que as frutas da estação despontavam das árvores. Gente caía em pencas pelo país inteiro, como as folhas amareladas, anunciando o tenebroso inverno. Naqueles meses, toda a luta dos especialistas era contra o negacionismo oficial, e o não oficial, rolando soltos pelas redes sociais. Fazia-se necessário, com urgência, achatar a curva de contaminação e, por conseguinte, de mortes, ainda imunizar as mentes contra as fake news. Mas a maioria da população, incrédula, estimulada pela incúria da autoridade maior do país (inclusive por fazer chacota do que não deve) fez pouco do discurso dos cientistas. Nesta chegada de outono de 2022, estamos diante de uma nova situação: a flexibilização dos protocolos sanitários – que deram certo até aqui – adotados ao longo desses dois anos. Agora, o incrédulo sou eu.
Contra a falta de fé, os fatos, os dados estatísticos: apesar do descrédito proposital quanto à eficácia das vacinas, não resta dúvida de que foi a vacinação em massa que reduziu os números de óbitos no Brasil e no mundo. Ao longo dos meses de outono de 2020, tínhamos uma média diária de mais de mil mortes. No pico da pandemia, no outono do ano passado, eram mais de três mil por dia, para uma ocorrência de quase 80 mil novos casos diários. O país perdeu desde então, quase 660 mil brasileiros. Quando se compara com outros índices e causas, pode parecer pouco, mas em se tratando de uma única causa, é muito. Inclusive porque, graças ao esforço científico mundial, da mobilização das autoridades sanitárias e, no caso do Brasil, do SUS, trata-se de mortes que poderiam ser evitadas, não fosse a ignorância e a politização de um tema no qual não cabe discussão ideológica. A média atual é de 3456 novos casos; 308 mortes – quase 75% da população está com a vacinação completa.
Como os cuidados e as providências são muito desiguais pelo mundo, o vírus se espalhou rapidamente. Encontrando terreno fértil, não apenas fez a suas vítimas como também produziu variantes para escapar aos imunizantes. É o caso da variante Ômicron, a qual tem feito seus estragos, inclusive com a retomada de protocolos rígidos para evitar o que aconteceu no outono passado. Há países em que a vacinação não atingiu nem 10% da população vacinável; há lugares no planeta em que o negacionismo é tamanho que, malgrado os esforços das autoridades, grande parte da população não foi procurar os postos, ou não teve o cuidado de manter distanciamento e não abandonar a máscara. Em vista disso, o que estamos percebendo agora é um retorno dos números alarmantes de contágio e de mortes.
Notícias que chegam da China e da Europa dão conta de que a pandemia da Covid 19 ainda não está de todo debelada, e, quem sabe, ainda longe de perder o status de tragédia. Não é possível apontar um único fator, mas conta para isso a estagnação da vacinação e flexibilizações sanitárias. A Alemanha é entre os países europeus (como Reino Unido, Áustria, Holanda, Grécia e Suíça) a que apresenta os casos mais preocupantes, conforme os dados da Universidade Johns Hopkins, que faz o rastreamento da pandemia do coronavírus. Enquanto isso, a China, que já vinha apresentando um registro histórico de casos muito menor que a maioria dos países, o índice de infecções explodiu nas últimas semanas: são 328 mil casos entre 28 de fevereiro e 6 de março. Por causa do surto, o governo chinês colocou em confinamento quase 30 milhões de pessoas, inclusive com lockdown completo em alguns lugares.
Esse cenário deveria preocupar as autoridades brasileiras, pois indica que é necessário cautela, e não liberação das medidas restritivas, como estamos presenciando. No meu caso, sou de maior, sou vacinado, no entanto, pelo sim, pelo não, vou continuar usando máscara, que “não costuma faiá” (ao menos comigo).
(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia.
Pandemia tornou algo bem claro. Os ‘especialistas’. Ex-reitor de Pelotas. Mestrado ‘ Prevalência e fatores associados à prática de atividades físicas em adultos de Pelotas.’ Doutorado ‘Padrões de atividade física em adolescentes de 10-12 anos de idade: determinantes precoces e contemporâneos,’. E graduado em Educação Fisica. E a ‘autoridade academica’ utilizada para justificar uma quarentena generalizada durante uma pandemia causada por virus. Um dos maiores 171 jornalisticos das ultimas decadas. Resumo é simples, os mesmos ‘tranca rua’ de sempre querendo controlar a população. Pandemia, para tristeza deles e do Doria, não deve ter o peso eleitoral imaginado. Alas, vacinação era cantado inclusive aqui como uma grande vantagem para Doria. Como diria o grande filosofo, ‘sabe tudo’! O que vai ter peso no proximo pleito? Quem disser que sabe esta chutando. Mundo se transforma e a probabilidade de um cisne negro não é pequena.
Retrospectiva uma chatice. Uma expressão nova e da moda, pessoas quando alguém menciona mascara ou vacina ‘tem gatilho’. Começam a falar dos que não tomaram, se autocongratular porque tomaram todas e o tapinha nas costas não pode faltar. No minimo uns 40 minutos. Se for na tv nada que o controle remoto não resolva. Dados da China não são confiaveis, principalmente porque tentou amorcegar o inicio da pandemia. Principalmente num contexto de guerra onde Joe Zoinho ameaça sanções economicas caso os chineses auxiliem os russos. Pau no Cavalão não pode faltar, mas vindo de quem vem não tem importancia. Criptocomuniscom está na moda. Proprio Molusco com L. em 2007 disse ser uma ‘metamorfose ambulante’, continua o mesmo de sempre. Uma fraude ambulante que acha que engana alguém alem da militancia cega, os crentes da religião da esquerda.