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UFSM. Discussão sobre volta do vestibular e PEIES será feita em seminários internos entre abril e maio

Encontros, que também debaterão outros temas, serão nas unidades de ensino

Reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão que aprovou, em 2014, o Enem como forma única de ingresso (foto Reprodução)

Por Bruna Homrich / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)

Desde 2014, a UFSM adota as notas obtidas no Enem como único critério de acesso aos cursos da instituição. À época, uma grande disputa foi travada entre setores da universidade e o empresariado local, que creditava ao fim do vestibular e do Programa Especial de Ingresso ao Ensino Superior (Peies) a falência do comércio local e uma queda no processo de regionalização da universidade. A princípio, a ideia era destinar 70% de vagas para o Enem/SISU e 30% para o vestibular e o processo seriado. Contudo, uma proposta do DCE que destinava 100% das vagas para o Enem resultou vitoriosa.

Quase dez anos após a implementação do Enem, além de a economia da cidade não ter se desmantelado, o índice de regionalização conheceu uma melhora: 90% das vagas do SISU são do Rio Grande do Sul, e 54% são de Santa Maria e região, informa o próprio pró-reitor de Graduação da UFSM, Jerônimo Tybusch.

Recentemente, a partir de entrevista concedida pelo reitor Luciano Schuch aos meios de comunicação locais, inclusive ao site da Sedufsm, o debate sobre um possível retorno do vestibular e de um processo semelhante ao Peies ganhou fôlego.

Em diálogo com a Assessoria de Imprensa da Sedufsm, Tybusch afirmou que não há nenhuma proposta concreta sobre a questão, mas que, no momento, estão previstos seminários de regulação e planejamento acadêmico, durante os quais as comunidades de cada unidade de ensino da UFSM discutirão cinco pontos centrais.

São: Pré-ingresso, que envolve o contato com a comunidade e com a educação básica, a partir de projetos como o ‘Descubra’ e o ‘Janela Aberta’; Formas de ingresso, onde os cursos e centros avaliarão se para eles é efetiva a forma de ingresso vinculada ao Enem/SISU ou se é interessante o retorno do vestibular e do processo seriado; Permanência, que discutirá se os projetos pedagógicos dos cursos estão adequados frente ao mundo do trabalho e às exigências das profissões; Diplomação, que questionará como estão as taxas de conclusão nos cursos e quais fatores estão por detrás de tais taxas; Pós-diplomação, que refletiria sobre a política de egressos da UFSM, questionando sobre como está o contato com as pessoas que já se formaram na instituição.

Ou seja, a avaliação sobre as formas de ingresso será um dos pontos de tais seminários. A previsão é de que esses seminários percorram, entre os meses de abril e maio, todas as unidades de ensino da UFSM, incluindo os campi descentralizados.

A partir dos resultados obtidos em tais seminários, será possível ter percepções mais concretas e advindas dos mais variados cursos a respeito da questão Enem, vestibular e Peies.

Alguns dos motivos apontados por Tybusch para que o debate sobre retorno do vestibular e do Peies ganhe fôlego neste momento dizem respeito ao aumento nos índices de evasão dos cursos e à insegurança política transferida pelo governo Bolsonaro à elaboração e aplicação das provas do Enem. Contudo, mais abaixo, há análises de dirigentes sindicais e pesquisadores/as da área da Educação que problematizam ambos os motivos acima alegados. 

Índices de evasão

Conforme informações cedidas pela Prograd à assessoria de imprensa da Sedufsm, a média de evasão da UFSM entre 2010 e 2020 é de 16,81%. Tal porcentagem é inferior à média nacional, que, segundo dados da Andifes e do Censo da Educação, fica em aproximadamente 25%. Confira, abaixo, os índices de evasão da UFSM ano após ano:

2011: 12,88%

2012: 14,87%

2013: 17,74%

2014: 15,98%

2015: 15,60%

2016: 16,08%

2017: 17,53%

2018: 19,61%

2019: 18,91%

2020: 18,50%

A própria Prograd salienta que é necessário avaliar com cuidado os dados referentes ao ano de 2020, visto que foi o período de início da pandemia e de instituição do Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE).

“Já temos oito anos de SISU. Fechamos um ciclo onde é necessário retomarmos algumas reflexões. Será que nossa evasão aumentou ou diminuiu? A partir dessas reflexões vamos tirar sugestões das unidades e cursos e, se for o caso, uma proposta diferenciada de tipos de ingresso”, disse Tybusch…”

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