Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
As entidades que representam os três segmentos na UFSM participaram de uma plenária, nesta quinta, 28, no Auditório Flavio Schneider (CCR), no campus de Camobi. Durante a reunião, a primeira presencial desde o início da pandemia, foi destacada a importância das ações unitárias em defesa da universidade e dos serviços públicos. Estiveram na atividade representações da Sedufsm, Assufsm, Atens e DCE, sendo que o Sinasefe justificou a impossibilidade de participar.
A secretária-geral da Sedufsm, professora Márcia Morschbacher, resumiu a sua intervenção em três pontos: orçamento das Instituições Federais; PEC 32 (reforma administrativa) e campanha salarial. A diretora da seção sindical dos docentes trouxe dados que apontam para o desmonte das universidades a partir do golpe contra Dilma Rousseff, em 2016, com redução gradativa de recursos. “Estamos voltando ao presencial em que condições”, questionou ela, se referindo aos cortes de verba.
Márcia deu como um bom exemplo de unidade a ser mantida entre servidoras e servidores públicos, a “vitória sobre a PEC 32”. Graças à mobilização nacional em 2021, o projeto de reforma administrativa não foi votado na Câmara dos Deputados. “Temos que ficar atentos, pois o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer retomar a PEC 32 após as eleições, tendo em vista que o projeto não foi arquivado”, disse a diretora da Sedufsm.
No que se refere à campanha salarial, Márcia argumentou que é um debate importante, pois discutir as perdas no salário, mesmo que um índice ainda aquém do ideal (19,99% é o reivindicado em 2022, correspondendo ao acumulado desde 2019, do governo Bolsonaro), é importante para unificar as diversas categorias e trazê-las para o debate da valorização do serviço público.
Defasagem salarial e outros prejuízos
Falando em nome da Seção Sindical dos Técnicos de Nível Superior (Atens/SM), a servidora Elisete Kronbauer apresentou slides sobre as perdas salariais dos técnico-administrativos e das técnico-administrativas. Ela destacou que a defasagem salarial vem bem antes de o governo Bolsonaro. Conforme os cálculos efetuados por ela, que é economista, se contabilizado desde 2012, ano da última grande greve unificada nas universidades em defesa do salário e da carreira, o percentual necessário para cobrir as perdas no salário atinge 63,44%.
Mas, a desvalorização de servidoras e servidores não se resume ao aspecto salarial. Diversas outras ações prejudicaram os segmentos, como por exemplo, a reforma da previdência (EC 103/19), que aumentou as alíquotas de contribuição previdenciária. Além disso, a defasagem na tabela do Imposto de Renda (IR) também causa muitos prejuízos financeiros. Elisete mostrou que, em 1996, a isenção do IR abrangia quem ganhava até 9 salário mínimos, o que hoje corresponderia a R$ 10.908,00. Ao invés disso, atualmente, quem recebe acima de R$ 4.664,68 já ingressa na faixa de desconto que alcança 27,5%, mesmo percentual usado para os altos salários…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Estabilidade no serviço pubico tem que acabar. Se uma professora ganha 12200 reais brutos, com os descontos (imposto e previdencia, total uns 24%) pode chegar a 9300 liquidos. Quarenta horas semanais, 160 horas por mes (menos que o trabalhador comum aqui fora). São mais de 58 reais por hora. Muito mais que a maioria da patuleia. Que tem que ajustar o padrão de vida ao que recebe. Ao contrario dos servidores que acreditam que o salario deles tem que se adaptar ao padrão de vida que querem levar. ‘Nós passamos no concurso, estamos salvos; o resto que se ferre para pagar as nossas contas’. Simples assim. Ah! A desculpa são os que ganham menos. Como o prefeito e os vereadores pegando ‘carona’ no aumento dos servidores.