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Sobram interesses. Mais de 70 frentes criadas no Congresso. Algumas se sobrepõem aos partidos

A Assembléia Legislativa gaúcha tem Frente até para harmonizar a relação entre desportistas e pescadores (confira as sugestões de leitura, lá embaixo). São, na verdade, mais de uma dezena de grupos com parlamentares de partidos diversos, com objetivo comum em relação a determinado tema. E que, por vezes, têm mais força que uma sigla, tomada individualmente. São, mais que um desejo ou uma opinião, um fato. E não apenas no parlamento do Rio Grande, diga-se.

 

Veja-se o Congresso Nacional. Lá, conforme reportagem d’O Estado de São Paulo, elas, as ditas Frentes Parlamentares, são mais de 70, contando as criadas apenas nos últimos dois anos. Uma, para exemplificar, trata de defender os interesses dos motoboys e mototaxistas. Com todo o respeito a esses profissionais, não é um pouco demais? Há quem entenda que sim. Ou, mais que isso, mostram uma incrível dificuldade dos partidos. Ou alguém acha (pensamento claudemiriano) que a “bancada ruralista”, para dar outro exemplo, segue alguma sigla que não seja o próprio interesse corporativo? Confira mais, a seguir:

 

“Congresso cria 71 frentes em 2 anos

Lei facilita e parlamentares inventam grupos até em defesa do cumprimento de normas já aprovadas e sancionadas

 

Na última quarta-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, dedicou pelo menos duas horas de sua apertada agenda para participar, no Congresso, do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Piso Salarial dos Professores. Foi a 71ª frente criada por parlamentares em menos de dois anos. Há, hoje, em funcionamento na Câmara e no Senado, frentes parlamentares para todos os gostos e lobbies – desde as contrárias à legalização do aborto até as que tratam de temas específicos, como a regulamentação da profissão de mototaxista e motoboy.

 

A Frente Parlamentar em Defesa do Piso Salarial dos Professores está incluída naquela categoria de “frente da moda”, tamanha a banalização do expediente. Afinal, é de bom tom defender o estabelecimento do piso de R$ 950 mensais para os professores de ensino básico, mesmo que os governadores sejam contra. “É uma loucura fazer uma frente para que uma lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente seja cumprida”, afirma o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) (na foto de Valter Campanato, da ABr), que participa de nada menos do que 17 frentes parlamentares, entre elas, a que defende o piso dos professores.

 

“Na lógica do Executivo, quando não se sabe o que fazer cria-se um grupo de trabalho. Na lógica do Legislativo, cria-se uma frente”, resume Alencar. “Essa profusão de frentes se dá em razão da debilidade dos partidos”, diz o deputado Flávio Dino (PC do B-MA), ao revelar que participa de “umas 20 frentes”, mas atua efetivamente “em umas três”…”

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem “Congresso cria 71 Frentes em dois anos”, de Eugênia Lopes, n’O Estado de São Paulo.

Leia também a nota “Acima das siglas. Assembléia gaúcha tem até frente para harmonizar pescadores e desportistas”, que publiquei em 24 de setembro passado.

 

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