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Eleições 2006. O incrível “amor” por Heloísa Helena, a última reserva moral da política

A candidata do PSol (Partido da Solidariedade) à Presidência da República, a senadora alagoana Heloísa Helena, recebeu calorosos abraços de adversários, neste domingo, quando esteve em Porto Alegre, em campanha.

Não importa se do PMDB, do PDT ou do PSDB – todos se confessam apaixonados por HH, como já é chamada, por alguns analistas. Parece ser, a senadora, a última reserva moral da política brasileira, conspurcada pelo petismo. Curioso, não é?

Mas, afinal, HH não foi, por muuuuuuitos anos, do PT? E não sabia de nada, nadinha, nadica? Mmmmmmm…. De repente, não mais que de repente, virou a musa dos oposicionistas. Mmmmmmm… Será que são mesmo, todos, apaixonados por ela, ou o interesse é outro?

Não deixa de ser curioso, por exemplo, que ela bata do mesmo jeito em Lula e Alckmin e, mesmo assim, no que toca aos tucanos, é endeusada. Mmmmmmm, de novo….

Pois é… pois é… No entanto, seu discurso, mais do que qualquer coisa, é raivoso. Ah, ela foi expulsa do PT, e está se comportando como se fosse mulher traída. Ou, para não ser machista, marido traído. Quer, mais que qualquer coisa, ver a desgraça do ex – não importando a convivência fraterna de tantos e tantos anos.

Pessoalmente, respeito muito a trajetória de Heloísa Helena, por mais anacrônico que seja o seu discurso, desde sempre. Ou alguém acredita em alguma idéia que ela defende seja factível? Hein? Ela é dinossáurica, do ponto de vista ideológico. E sua candura não resiste a análise mínima, quando se conhece sua proposta.

Então, por que é tão glorificada? Simples: acreditam todos que ela tira votos de Lula, e portanto deve ser aplaudida, e até auxiliada. Nesse aspecto HH é o que antigamente se chamava “inocente útil”.

Cabem duas perguntas. Uma: se Heloísa, como se supõe, não chegará ao segundo turno, em quem votarão (ou como) seus entusiasmados seguidores de hoje? E outra: e se HH, num aborto eleitoral, se classificar para o segundo turno, em quem votarão os que hoje a aplaudem, de uma forma claramente oportunista? Nela e em suas idéias pré-jurássicas? Ou em Lula ou Alckmin, o seu (dela) opositor?

Cá entre nós, a hipocrisia está atingindo um grau de insuportabilidade fantástico. E, este sim, nunca visto. Ou, vá lá, poucas vezes visto. Depois dessa conversa toda, fiquemos com o relato da visita algo sui generis de HH a Porto Alegre neste domingo, feito por Elder Ogliari, correspondente do jornal O Estado de São Paulo, reproduzido pela Agência Estado e que, pelo menos o OESP deve estar publicando nesta segunda-feira:

”Heloísa Helena é saudada por adversários em Porto Alegre

Candidata do PSOL esteve em campanha numa feira de antiguidades na capital gaúcha

A candidata do PSOL à presidência da República, Heloísa Helena, passou com boa média no teste da popularidade no Brique da Redenção, a feira de antiguidades onde todos os políticos buscam o voto da classe média de Porto Alegre aos domingos de manhã. Num passeio de uma hora e meia entre as bancas a senadora alagoana recebeu aplausos, palavras de apoio e até promessas de votos de alguns militantes anônimos de partidos como o PMDB e o PDT.

O afago mais expressivo partiu do senador Pedro Simon (PMDB), que também fazia campanha no local e, após um longo abraço, repetiu que a senadora é a filha que gostaria de ter tido. “Em filho se vota”, provocou uma jornalista. “Mais do que se vota, se protege”, despistou Simon, sem, no entanto, deixar de fazer uma previsão otimista para a campanha de Heloísa Helena. “Ela vai ser a terceira via e vai fazer muito mais voto do que se imagina”, avaliou. “Ele é muito democrático, muito querido, muito amado”, derreteu-se a senadora.

Nos discursos que fez em dois dias de campanha na região metropolitana de Porto Alegre, no sábado e no domingo, Heloísa Helena apostou no discurso de via alternativa a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), a quem qualificou de “homenzinhos poderosos” diversas vezes para advertir que está construindo um novo caminho com apoio dos brasileiros que não toleram a corrupção e o banditismo político. E prometeu uma nova política econômica, de juros mais baixos, câmbio adequado às exportações e alongamento da dívida dos Estados com a União.

Apesar de acreditar que estará no segundo turno, Heloísa Helena não deu muita importância ao crescimento de seus percentuais em algumas pesquisas estaduais. “Não comento nem quando sobe e nem quando desce”, absteve-se a senadora. “Prefiro acreditar naquilo que eu sinto durante a campanha e no carinho e solidariedade que recebo de milhares de mulheres e homens do Brasil”.

Durante a caminhada, acompanhada de cerca de 200 militantes do PSOL, Heloísa Helena também encontrou os deputados federais Alceu Collares (PDT) e Yeda Crusius (PSDB), candidatos ao governo do Rio Grande do Sul com quem trocou calorosos abraços, assim como havia feito com Simon. Também vestiu a…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página da Agência Estado na internet, no endereço http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/eleicoes2006/noticias/.

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