Por Pedro Pereira / Da Agência de Notícias da UFSM
Na tarde de quarta-feira (11), ocorreu no estacionamento do Centro de Tecnologia (CT), no campus sede da UFSM, a entrega de um veículo elétrico para o programa Rota Elétrica Mercosul – Suporte ao Desenvolvimento e Gerenciamento para Mobilidade Inteligente. O programa é elaborado pela UFSM em parceria com a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), empresa do Grupo Equatorial Energia, e com o apoio da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec). Em execução desde 2019, o projeto procura viabilizar o tráfego de veículos elétricos a partir da instalação de eletropostos de recarga rápida no Rio Grande do Sul, para proporcionar conexão com países do Mercosul e com outros estados brasileiros.
Com um valor total estimado em R$ 13,77 milhões, o projeto é fruto de um edital do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), contando com a gerência da CEEE-D e com a UFSM como instituição executora. O projeto tem como proposta instalar pontos de recarga elétrica ao longo de 905 quilômetros do território gaúcho, iniciando a rota em Torres, com destino ao Uruguai, passando antes pelas cidades de Osório, Eldorado do Sul, Barra do Ribeiro, Cristal, Pelotas, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar (que, em razão da extensão territorial, receberá duas estações), Arroio Grande e Jaguarão. A Argentina, incluindo a capital Buenos Aires, também poderá ser acessada a partir do Uruguai (que já possui uma rede de estações de recarga), pela travessia do estuário do Rio da Prata.
Além disso, a partir de Torres, os veículos elétricos podem chegar a Santa Catarina e, pela conexão de eletropostos proporcionada pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), é possível o deslocamento até o Paraná. Nesse estado, as estações de recarga da Companhia Paranaense de Energia (Copel) permitem que os carros elétricos cheguem até o Paraguai e a Argentina. Com isso, o projeto não apenas possibilita aos gaúchos o deslocamento com carros elétricos para os países vizinhos e aos outros estados da região Sul, como também proporciona a argentinos, uruguaios e paraguaios viagens de turismo com carro elétrico até o litoral gaúcho e catarinense.
O projeto confirmou recentemente que o Campus da UFSM em Cachoeira do Sul receberá a instalação de uma estação de recarga rápida, a qual será abastecida por uma usina fotovoltaica. Apesar de a cidade não fazer parte da Rota Mercosul, a instalação de um ponto de recarga em Cachoeira do Sul tornou-se estratégica para a equipe do projeto deslocar-se de Santa Maria até o ponto mais próximo da rota, que é a região metropolitana de Porto Alegre.
Docente do curso de Engenharia Elétrica da UFSM e coordenadora do projeto, a professora Alzenira da Rosa Abaide, em uma ENTREVISTA ao jornalista Gilson Piber (para o programa Editoria 107.9, da rádio UniFM), confirmou também a instalação de um novo ponto de recarga no Campus de Santa Maria, que vai se somar ao já existente na instituição. Durante a entrevista, ela falou ainda das expectativas quanto ao futuro próximo do carro elétrico no Brasil.
Por parte da UFSM, o orçamento para o projeto é de aproximadamente R$ 1,3 milhão até o momento. A estimativa é de que mais de R$ 6 milhões sejam investidos na importação de equipamentos para a realização das obras.
Entrega do veículo – No início da tarde desta quarta-feira, o veículo elétrico Audi E-tron (cujo valor de mercado é estimado em mais de R$ 600 mil) esteve em exposição no estacionamento do Centro de Tecnologia (CT) da UFSM. Durante a cerimônia de recebimento, o público presente recebeu explicações de como o veículo movido a energia elétrica funciona e também pôde conferir como o carro é debaixo do capô, sem o motor a combustão.
A professora Alzenira Abaide conta que foi necessário muita paciência e precisão durante o processo de escolha do veículo que será utilizado como teste, uma vez que é a partir dele que serão extraídas as informações para futuros projetos. Além disso, a pesquisadora declara que, no futuro, os veículos movidos a energia elétrica serão uma opção melhor que carros a combustão, a fim de colaborar com a preservação da natureza.
“Esse veículo elétrico foi uma dor de cabeça. Me tomou muito tempo porque eu precisava de um veículo que pudesse armazenar as informações enquanto ele roda. Todos os veículos elétricos têm essas informações que ele vai fornecer. Porém, eles dão essa informação em tempo real. Tu vê ali e acabou, não ficou salvo em lugar nenhum. Eu quero que ele grave e fique armazenado para ser estudado posteriormente em uma análise estatística, para extrair informações sobre como se comporta o veículo elétrico. Amanhã, todos nós vamos ter [um veículo elétrico]. Vai chegar a hora que todos os veículos de combustão vão ser substituídos pelo veículo elétrico. E tomara que seja o mais rápido possível, para manter o nosso planeta limpo”, disse a coordenadora do Rota Elétrica Mercosul.
Ela cita ainda o êxito da UFSM no que tange à validação de programas planejados pela instituição, da mesma forma que destaca a importância do projeto da UFSM em um panorama estadual e inclusive com relação aos países vizinhos.
“Nós tivemos dois projetos aprovados na UFSM sobre mobilidade elétrica, em uma disputa nacional, e nós fomos muito bem-sucedidos. Nenhum outro projeto foi aprovado no estado. Nós vamos poder oferecer ao Rio Grande do Sul uma eletrovia na qual todos os veículos elétricos podem trafegar sem nenhum tipo de problema. Vamos oferecer essa rota, inclusive, para o pessoal do Uruguai e Argentina poder transitar a um custo irrisório. O custo do quilômetro rodado é insignificante”, contou a pesquisadora.
A expectativa é de que no primeiro semestre de 2023 o corredor de postos de recarga da Rota Elétrica Mercosul esteja finalizado e em funcionamento.
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Há que desenhar. Infraestrutura para atender os carros eletricos é uma coisa. Carros eletricos é outra coisa diferente. Veiculo mais barato neste setor aqui no Brasil custa 250 mil, Fiat 500e, o Cinquecento. Que para o padrão de consumo de alguns parece de brinquedo. Resumo da ópera: muita marketagem para poucos fatos, tudo pelo ‘feminismo’.