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O transtorno passa, e a obra fica – por Jorge Pozzobom

Problemas que cercaram obra do calçadão e enfrentamento deles, pelo gestor

Junto do vice-prefeito Rodrigo Decimo e de secretários municipais, o prefeito Jorge Pozzobom assinou a ordem de serviço para a última etapa da obra do novo Calçadão Salvador Isaia no dia 10 de junho, em ato no próprio Calçadão (Foto Ariéli Ziegler/Prefeitura)

Um gestor, geralmente, tem duas opções diante dos problemas que se apresentam: enfrentá-los ou omitir-se. Eu escolho a primeira alternativa, o enfrentamento, mesmo que isso gere desgastes (e quase sempre é o que acontece). Posso, inclusive, errar nas decisões, afinal, só erra quem tenta, e todos estamos sujeitos a erros. Porém, a omissão não é uma escolha no meu dia a dia. E foi exatamente essa postura que minha equipe e eu tivemos em relação à complexa obra do novo Calçadão de Santa Maria.

Desde que, com coragem, decidimos fazer uma grande intervenção no local, não há um só dia em que não convivemos com as críticas, com o desgaste inerente que costuma cercar obras e ações dessa magnitude, ainda mais quando se trata de uma obra no coração da cidade, impactando diretamente na rotina de quem mora, trabalha, tem negócios ou passa pelo local.

E, mesmo diante desse desgaste, que trato como natural, pois as críticas também nos ajudam a evoluir, decidimos levar adiante a completa remodelação do Calçadão Salvador Isaia. Num primeiro momento, planejamos fazer toda a obra sem aplicação direta de recursos públicos, ou seja, por meio de medidas compensatórias de empresas que realizam empreendimentos em Santa Maria. No entanto, esse plano não deu certo em sua totalidade, e não vejo problema algum em admitir isso.

Cabe destacar que a obra é, de fato, complexa, visto que ela inclui desde todas as melhorias no subsolo do Calçadão, não visíveis à população, como o sistema de drenagem e todas as conexões das redes de água e esgoto, como a parte visível aos olhos de todos, que é a revitalização propriamente dita do local (piso, mobiliário urbano, iluminação e paisagismo).

No entanto, quando a obra começou, pelo subsolo, foi detectado que o trabalho e os recursos investidos iriam muito além do que havíamos projetado, pois uma intervenção como essa exigiria mais energia e dinheiro. Ainda mais num contexto de pandemia. Foi, então, que tivemos os primeiros entraves. E não foram poucos.

Nossa gestão poderia ter optado por fazer uma obra pela metade, focando apenas nas melhorias visíveis. Ou, ainda, ter desistido de entregar para a população um novo Calçadão sob a alegação de que não haveria recursos para isso. Mas, como eu disse no início deste texto, omissão e desistência diante dos obstáculos não são opções aceitas por mim. Nessa caminhada, também contamos com o apoio e os serviços da Corsan, que tem sido fundamental nas intervenções que dizem respeito às redes de água e esgoto.

Dito isso, continuamos trabalhando em busca de soluções para o problema. E elas foram encontradas. Decidimos, então, lançar uma licitação para contratar uma empresa que execute a fase final de remodelação do Calçadão. Após respeitado todo o processo legal, assinamos a ordem de serviço para as obras desta nova etapa no último dia 10 de junho com investimento no valor de R$ 3.665.668,49.

Na ocasião, fiz questão de apresentar à população e aos lojistas que mantêm seus negócios no local o projeto do novo Calçadão. E fui, novamente, criticado por muitos. Mas, não abri mão desse ato porque entendo que isso é transparência, uma forma de prestar contas aos santa-marienses.

Toda obra causa transtornos, somos sabedores disso. Porém, mesmo diante de todo o desgaste que essa decisão gerou, não me arrependo de nada. Daqui a um ano, teremos um Calçadão novinho em folha. Lindo, com novo conceito e cujas intervenções resultarão em melhorias que vão perdurar. Um Calçadão como os santa-marienses merecem. Porque o transtorno passa, e a obra fica.

(*) Jorge Pozzobom é o Prefeito Municipal de Santa Maria. Sua trajetória como agente político começou com dois mandatos de vereador, tendo depois se alçado, pelo voto popular, à Assembleia Legislativa. Em meio ao segundo período, em 2016, foi eleito para conduzir o Executivo santa-mariense. Em novembro de 2020 foi reeleito para um novo mandato. Ele escreve no site às terças-feiras. 

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Um Comentário

  1. Cladistone, o indigesto, tem um talento inegável: a incompetencia. Todo bom incompetente tem um balaio cheio de desculpas e explicações. Para quem lê acha que é somente o Calçadão. A rodovia Pains-Arenal que não saiu do papel (e o contrato da Corsan, hein?). A Casa de Cultura. O Centro de Eventos. O Elefante Branco da Rio Branco. A SUCV, defunto que estava para receber maquiagem. Toda semana um anuncio diferente, promessas, atrasos e obras paradas que se acumulam.

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