Uma brevíssima discussão acerca do ecofeminismo – por Elen Biguelini
“Termo existe desde 1974, cunhado pela ecofeminista Françoise d´Eaubonne”
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A Amazônia e o cuidado com o meio ambiente têm sido um tema importante este semana. Esta temática é relevante para todos nós, devido ao fato de que somos seres humanos e usufruímos de tudo aquilo que a natureza nos fornece. O uso excessivo de diversos materiais, que iniciou com a revolução industrial e com o avanço exacerbado do capitalismo e das inovações tecnológicas, bem como com o aumento da população mundial, tem colocado em perigo o planeta em que vivemos. É preciso agir imediatamente para tentarmos proteger o futuro do planeta.
Dentro do movimento feminista há um grupo específico que trata dessas questões. O chamado Ecofeminismo é apenas uma das diversas vertentes que fazem o “feminismo” da contemporaneidade.
Para as ecofeministas é impossível separar a natureza e a ecologia da feminilidade. O movimento existe desde a década de 70, em especial após a publicação da obra “The Silent Spring”, de Rachel Carson, publicada originalmente em 1962, e que levantou pela primeira vez a questão dos agrotóxicos como negativos para todos os animais, incluindo os seres humanos, bem como o meio ambiente em geral.
O termo ecofeminismo existe desde 1974, quando foi cunhado pela ecofeminista Françoise d´Eaubonne. Naquele momento, a luta era contra a opressão masculina sobre a feminilidade, relacionando-a com a natureza, visto que além da mulher, o patriarcado também oprime o meio ambiente.
A definição do conceito, desde então, passou a ter diversas interpretações, mudando de acordo com os anos. Assim como diversas outras vertentes do movimento feminista, o ecofeminismo é a representação das vozes que observam a sua volta e percebem sutilezas que podem ser imperceptíveis a outros grupos, levantando questões que parecem relevantes para um grupo de mulheres, mas não para outro, mas que ao final tem relevância para todes.
Um dos nomes atuais mais importantes para o grupo é o da filósofa física ecofeminista e ativista indiana Vandana Shiva. Uma das lutas que esta ilustre e brilhante senhora indiana trava constantemente é contra o uso de pesticidas. Como bem sabemos, o uso excessivo destes causa extrema destruição as terras. A fertilidade atual é escolhida em favor da saúde do próprio agricultor e das gerações futuras. Assim, esta luta também é feminista.
Ela também acredita que uma mudança no sistema agrário, através da valorização da mulher, é essencial para o bem estar da produção nas fazendas.
Assim, o ecofeminismo parece afirmar algo que deveria ser lugar comum, mas que infelizmente não é, proteger o meio ambiente é proteger o futuro.
Alguns textos para ler mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vandana_Shiva
Referências:
MACEDO, A. G.; AMARAL, A. L. (orgs.). Dicionário de Crítica Feminista. Porto: Afrontamento, 2005, 87-88.
SCHPUN, M. R. (org.). Gênero sem Fronteiras. Florianópolis: Editora Mulheres, 1997
(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.
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