ELEIÇÕES 2022. Unidade da Esquerda gaúcha fica somente no campo das ideias. Na prática, desunião
Cada qual no seu canto, tendência é PT, PSol e PSB irem sozinhos às urnas
Reproduzido do Site do Correio do Povo / Texto assinado por Felipe Nabinger
A formação de uma frente ampla no campo da esquerda no Rio Grande do Sul ficou no campo das ideias. Enquanto partidos convergem para o apoio de um candidato único no cenário nacional, no Estado a situação segue indefinida, com a possibilidade cada vez mais real de múltiplas candidaturas na corrida pela cadeira no Palácio Piratini. O último movimento foi o adiamento em uma semana da convenção estadual da federação formada por PT, PCdoB e PV, prevista inicialmente para o próximo domingo, mas que ocorrerá no dia 31 de julho.
A estratégia é esperar e observar para posteriormente agir. Isso porque a federação que deve confirmar o nome do deputado estadual Edegar Pretto na cabeça de chapa ainda não desistiu de buscar o apoio do PSB. Os socialistas, que lançaram a pré-candidatura de Beto Albuquerque, têm sua convenção marcada para este sábado. No entanto, mais importante que a convenção, a definição sobre a união entre a sigla e o PDT, tema abordado pelas executivas nacionais na terça-feira, é visto internamente como determinante.
Em caso de negativa, dirigentes da federação apostam em atrair o PSB, destinando posição de destaque na chapa, na vice ou ao Senado. Visto como ainda mais difícil está uma união com a federação formada por PSol e Rede, que já tem chapa completa anunciada, todos de integrantes do PSol, com Pedro Ruas na disputa pelo governo, Neiva Lazzarotto concorrendo a vice, e Roberto Robaina ao Senado.
Semana que “vale por meses”
Presidente estadual do PCdoB e 1° vice da federação no RS, Juliano Roso, destaca que o cenário de divisão não está somente no campo da esquerda. “Parece que os impasses estão em todos os campos. Há pulverização de candidaturas, diferente do que ocorre na eleição em âmbito nacional”, diz. Roso lamenta que uma frente contando com a federação e partidos como PSol, PSB e até mesmo o PDT não tenha encontrado um denominador no Estado, embora torça para que pelo menos um desses partidos ainda possa migrar para uma candidatura em comum com a da federação composta por PT, PCdoB e PV.
Quanto ao adiamento da convenção, ele entende que esse tempo será valioso para que isso tenha chance de ocorrer. “Permite que tenhamos mais uma semana de prazo. Neste caso, uma semana que vale por meses”, acredita.
Última oportunidade
Dirigentes do PT, internamente, não descartam hipótese de eventuais uniões, mas admitem que ela é remota. Vendo o posicionamento do PSol como definido e sem margem para recuos, uma reviravolta no PSB é considerada a última oportunidade de agregar mais uma sigla à chapa. Sem o apoio do PDT, a candidatura de Beto Albuquerque pode tornar-se inviável, na visão dos petistas. Até por isso, os próximos dias são acompanhados com atenção por parte da federação.
Caso não haja mudança no cenário atual, que deve começar a se definir após a convenção socialista, a tendência é que a composição da chapa de Pretto seja feita com quadros do PCdoB ou do PV. Em um prisma mais à esquerda, o PSTU tem Rejane de Oliveira como pré-candidata já anunciada.
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Verão ‘união no campo das ideias’ no dia que o Molusco com L., o honesto, encontrar com o Ceifador Sinistro. Enquanto uns comemorarão, não dá para tirar-lhes a razão, outros digladiar-se-ão pelo espólio.