Toda educação é política – por Michael Almeida Di Giacomo
“A necessidade de uma proposta real e factível para a educação pública”
O Brasil tem um dos maiores colégios eleitorais do mundo, e tem atualmente o número de 156.454.011 pessoas aptas a votar nas eleições gerais do ano de 2022. É que o consta no site do Tribunal Superior Eleitoral – atualizado até o último dia 11.
Desse total, a quantidade de pessoas que possuem ensino fundamental incompleto e ensino médio incompleto, corresponde à percentagem de 39,62 % dos cadastrados. E os que possuem ensino médio complete representam 26,31 %.
Ou seja, somados ao número de eleitores com ensino fundamental completo, 6,52%; os que somente leem e escrevem, 7,16%; e o número de analfabetos, 4,05%; temos no colégio eleitoral, oriundos da base da pirâmide social e econômica do país, 83,66 % das pessoas aptas a votar.
A considerar que 10,95 % possuem ensino superior completo, somado aos 5,38% que ainda não completaram sua graduação, é possível constatar – algo que é óbvio -, no caso, que a desigualdade social gritante em nossa nação pode ser vista a partir dos bancos escolares.
É um looping sem fim. E grande parte dos governantes não consegue promover equidade e qualidade do ensino aos jovens e adolescentes que estão em idade escolar, seja nos ensinos iniciantes ou na graduação.
Há, por certo, um grande avanço nas últimas décadas no acesso ao ensino superior por pessoas das classes C, D e E. Só que a discrepância histórica é tamanha que serão necessárias décadas de implementação de políticas públicas contínuas para estancar esse gargalo nos ambientes de ensino.
E quanto menor o grau de escolaridade, menos acesso as pessoas têm a produtos e serviços de qualidade, seja no âmbito do ensino, na área da saúde, na segurança pública, moradia, alimentação, lazer, entre outras de mesma importância para o pleno exercício da sua cidadania.
Por consequência, a base da pirâmide segue a se alastrar – enquanto, no topo, não há oscilação – somente, e cada vez mais, maior concentração de bens, capital e conhecimento que é usado para manter o “status quo”.
Pois, agora, veja que interessante.
Em 1920, o diretor de cinema norte-americano D.W. Griffith – ganhador de um Oscar honorário, ao escrever sobre a invenção do filme -. do cinema disse que o seu significado maior reside no fato de que “crianças em escolas públicas aprenderão quase tudo com imagens em movimento. Sem dúvida nunca mais serão obrigadas a ler livros de história outra vez”.
A escrita de Griffith já tem mais de cem anos. Eu disse cem anos. E, pense, quantas escolas públicas você conhece que dispõem desse tipo de tecnologia? Para ser sincero, eu conheço uma única faculdade de direito (particular) que possui tela de Led interativa.
Claro, sei que entre as escolas particulares, no ensino fundamental e médio, há um número de instituições que já dispõe dessa tecnologia. E também que, entre os mais de 5 mil municípios brasileiros, há escolas a disponibilizar a ferramenta. Mas são sempre exceções.
É por isso que nessa eleição eu irei votar em quem tiver uma proposta real e factível para a educação pública. Temos que mudar esse mapa da desigualdade social e um bom começo é pela promoção de ensino de qualidade a todos e todas.
E, desde já adianto que não será no representante do atual governo – negacionista, messiânico, anticiência e fascista. Esse quer mesmo é que a gente fique sem acesso a conhecimento de qualidade, somente Fake News – via whatsapp.
(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.
Nota do Editor: a imagem (sem autoria determinada) que ilustra este artigo é uma reprodução obtida na internet. Você pode, por exemplo, encontrá-la AQUI.
Outra falacia é dizer que a tecnologia ira resolver todos os problemas. Nas melhores universidades do mundo, que disponibilizam conteudo online, os/as docentes utilizam quadro branco e caneta, as vezes quadro verde e giz. Enquanto isto nos streaming da vida alguns assistem animes educativos tais como ‘Cells at work!’, uma aula de biologia. Passar desenho animado não é tão tecnologico assim. Governo atual, mas o ‘novo’ vai fazer exatamente a mesma coisa que fez antes, só vai mudar o marketing. Por quê? Porque são um bando de ignorantes e incapazes. Simples assim.
Autor, com toda probabilidade, vai votar no Molusco com L., o apedeuta. Que, para quem tem memoria curta, já foi governo. E a única coisa que fez foi jogar dinheiro no problema. Não precisa procurar muito, basta ver o resultado do PISA e olhar o que aconteceu durante os governos petistas. Estes numeros não interessam até porque não são favoraveis. Alás, no exame os melhores alunos(as) brasileiras(os) comparam-se com os/as alunos(as) medias de outros paises. Obvio que é possivel catar milho e achar exceções.
‘Tudo é politico’ é um chavão, notadamente utilizado pela esquerda. Na discussão qualquer assunto pode até ser abordado desta forma, mas não passam de debates teoricos. Grande maioria não senta no vaso sanitario e pensa no tratamento de efluentes ou no impacto ambiental da produção de papel higienico. Obvio.