Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
Depois que o governo federal oficializou um corte de R$ 9 milhões no orçamento da UFSM, a reitoria da instituição informou que uma das medidas a ser tomada é o reajuste no valor da refeição servida no Restaurante Universitário (RU) para estudantes que não possuem Benefício Socioeconômico (BSE).
Assim, o custo passaria dos atuais R$ 2,50 para em torno de R$ 6,00, o que corresponde a um subsídio de 50% às refeições. No entanto, esse valor ainda está sendo discutido com o segmento estudantil e há margem para alterações, conforme deixaram dito, à assessoria de imprensa da Sedufsm, tanto a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Gisele Guimarães, como também o reitor, Luciano Schuch.
Entre acadêmicos (as) ouvidos (as) pela Sedufsm, o clima é de preocupação e, também, de mobilização. Sofia Lopez Dotto, estudante de licenciatura em Teatro, coordenadora de Cultura e Esporte e Lazer do DCE, assinala: “me aterroriza pensar que vou ver um contingente enorme de estudantes desistindo de sua graduação por não conseguirem comer dentro da Universidade”. É o perigo do aumento da evasão.
Victor Marques, da coordenação financeira da Casa do Estudante (CEU II), e atualmente cursando Geografia, analisa que “o estudante assalariado que depende da alimentação do RU, que paga aluguel, paga transporte e que não conseguiu acessar o BSE, terá dificuldades de permanecer na universidade, não conseguindo ter sua segurança alimentar garantida”.
Jéssica Erd Ribas, diretora administrativa da Associação de Pós-Graduandos (APG), doutoranda em Educação, acrescenta outros elementos para o debate. Ela ressalta que, além do aumento nos gastos com alimentação, é preciso lembrar que faz cerca de duas décadas que, por exemplo, as bolsas de pesquisa não sofrem reajustes nos valores. Dessa forma, frisa ela, com a inflação nas alturas, a conta de subsistência dos (das) estudantes “não fecha”.
A assessoria de imprensa da Sedufsm pediu a opinião de um economista- no caso, o professor aposentado do departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM, José Maria Pereira. Conforme a avaliação dele, “o impacto econômico de R$ 2,50 para R$ 6,00, certamente é grande para os estudantes porque vem a se somar a várias outras despesas, como aluguéis, passagens, etc., que estão subindo muito por conta do recrudescimento da inflação”. Portanto, “duas refeições diárias, ao longo do mês, passariam de R$ 150,00 para R$ 360,00, o que é significativo”, calcula o professor.
Para Pereira, o ideal seria que o reajuste das refeições acompanhasse a inflação do período. Já no que se refere ao impacto social, acrescenta ele, “sabemos que o valor das refeições do RU é uma espécie de preço político, ou seja, é subsidiado porque o custo da refeição, aos preços de mercado, certamente é maior. Na verdade, subsidiar significa tirar de todos para dar a alguns. Então, é uma escolha política”, frisa ele. No caso específico das refeições, continua ele, como o “cobertor da universidade é curto”, o ideal seria que esse preço político fosse debatido, de forma transparente no Conselho Universitário, justificando os motivos do elevado reajuste que, se mantido, talvez possa ser feito de forma gradual”, conclui…”
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