ELEIÇÕES 2022. As 70 campanhas para Deputado Federal, no Estado, que mais arrecadaram até aqui
Jornal eletrônico SUL21 fez o levantamento: mulheres e negros são a minoria
Reproduzido do jornal eletrônico SUL21 / Reportagem assinada por Luís Gomes
Nas eleições, como na vida, dinheiro não é tudo. No entanto, a garantia de recursos vultosos pode ser um empurrão para conquistar uma cadeira, especialmente no Legislativo, onde centenas de nomes disputam a preferência dos cidadãos. Segundo o instituto Datafolha, 69% dos eleitores ainda não definiram quem os representará na Câmara dos Deputados. De olho nisso, o Sul21 fez um levantamento de quanto as 546 candidaturas para deputado federal pelo Rio Grande do Sul registradas declararam de receitas ao Tribunal Superior Eleitoral (os dados foram compilados entre os dias 19 e 20 de setembro pela plataforma DivulCand, sendo sujeitos à alteração à medida que as campanhas declarem novas receitas).
O Rio Grande do Sul coloca em jogo 31 vagas para deputado federal nas eleições do dia 2 de outubro. Nesta reportagem, listamos as 70 candidaturas que mais receberam recursos até agora, seja do fundo partidário ou de doações privadas. A seguir, confira a lista (No original – veja o link no final deste texto – é possível, clicando nas colunas, listar os candidatos por ordem alfabética, montante de recursos declarados, partido e situação política):
Top 70 campanhas mais ricas a deputado federal:
Quem são os candidatos?
Um primeiro destaque da lista é que, dos 70 candidatos, apenas 19 são mulheres, o que representa 27,1% das 70 campanhas mais caras. Levando em conta as 31 campanhas mais caras (número de cadeiras em jogo), o percentual é ainda menor (19,3%, seis mulheres). Contudo, ainda assim, os percentuais são bem superiores a atual representação feminina na bancada gaúcha, que é de 3 mulheres entre 31 deputados, o equivalente a 9,6%.
Entre as campanhas femininas mais caras, destacam-se as de Any Ortiz (Cidadania) e Maria do Rosário (PT), que receberam, respectivamente, R$ 2,3 milhões e R$ 2,2 milhões e são a nona e décima campanhas mais caras para deputado federal em 2022.
Na análise por etnia, apenas um candidato que se declarou pardo aparece na lista, o atual deputado Carlos Gomes (Republicanos), na 21ª colocação. Outros sete candidatos se declararam negros, com destaque para as campanhas petistas de Reginete Bispo e Denise Pessôa, que aparecem na 26ª e 28ª colocação, respectivamente. Entre os que se declaram negros, o único que já passou pela Câmara é Assis Melo (PCdoB).
Vantagem para quem já está lá
Outro dado evidenciado pelo levantamento do Sul21 é que os candidatos à reeleição possuem uma grande vantagem econômica em relação aos demais. Dos 27 eleitos em 2018 que tentam voltar à Câmara, 26 aparecem na lista. Soma-se a eles Paulo Caleffi (PSD), que ficou de primeiro suplente em 2018 e assumiu o mandato ao longo da legislatura.
Os candidatos à reeleição representam 14 das 15 campanhas mais caras e todos estão entre as 46 com mais recursos financeiros. Nenhum deles terá menos de R$ 800 mil à disposição para a campanha.
A única exceção é o deputado Sanderson, eleito pelo União e agora no PL, que declarou ter arrecadado até o momento R$ 287.146. A diferença entre os demais se justifica pelo fato de Sanderson, até o momento, não ter declarado recursos do seu ou de outro partidos, apenas de doações privadas. O PL, no entanto, possui a campanha mais cara da lista, de Giovani Cherini, que declarou receitas superiores a R$ 3,086 milhões — o limite de gastos para o cargo é de R$ 3,176 milhões.
Aos deputados federais que tentam a reeleição somam-se oito deputados estaduais que tentam trocar à Assembleia Legislativa pela Câmara. Cinco deles já declararam receitas superiores a R$ 1 milhão, liderados por Any Ortiz. O único deputado estadual que disputa uma vaga na Câmara a não aparecer entre as 70 principais arrecadações é Eric Lins, que declarou até o momento receitas na ordem de R$ 237.452.
Aparecem na lista sete ex-prefeitos, o que inclui os ex-mandatários de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB) e José Fortunati (União). No entanto, ambos receberam menos verbas do que o Busato (União), ex-prefeito de Canoas, Alexandre Lindenmeyer (PT), de Rio Grande, Enfermeira Fábia Richter (PSD), de Cristal, Luciano Azevedo (PSD), de Passo Fundo, e Marco Alba (MDB), de Gravataí.
Quatro ex-deputados federais tentam voltar à Câmara: Ronaldo Nogueira (Republicanos), Mauro Pereira (MDB), Renato Molling (PP) e Assis Melo. Este grupo também inclui os ex-prefeitos Busato, Marchezan e Fortunati, que já ocuparam cadeiras em Brasília.
Há ainda seis vereadores em exercício na lista, liderados em arrecadação pelas petistas Denise Pessôa, de Caxias, e Maria Eunice, de Canoas.
Os outros 16 candidatos que declararam ter campanhas com receitas acima R$ 391 mil não possuem cargos no momento, apesar de vários deles terem relações políticas. Neste grupo, o principal arrecadador é Gold (PTB), que concorreu à Câmara em 2018 pelo PSL e fez 20.332 votos.
Na divisão por partidos, MDB e PT aparecem empatados com o maior número de candidatos na lista, com oito cada. Além disso, o PT não tem nenhum candidato na lista que recebeu menos de R$ 800 mil. Os demais partidos que aparecem na lista são PP (7 vezes), PSD (5), PL (5), PSDB (5), Republicanos (5), União (4), PSOL (4), PSB (4), PTB (4), Podemos (2), PCdoB (2), Novo (2) e Cidadania (1).
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