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Federais. Estão fazendo um esforço danado para dar ao Protógenes o status de herói nacional

Tenho três certezas (sim, neste momento a modéstia foi às favas) sobre Protógenes Queiroz (foto). A primeira é que a atitude dele, coordenada com a ação firme do juiz federal Fausto De Sanctis, durante a operação Satiagraha, ao prender com estardalhaço o grã-fino banqueiro (sim, é uma redundância, mas que cabe nesta hora) Daniel Dantas, lavou a alma de muito brasileiro acostumado a só ver algemas em pobres e negros, quando não os dois juntos.

 

A segunda convicção, aliás corroborada por gente muito boa e mais qualificada tecnicamente, é que ele andou escorregando nos procedimentos formais, o que abriu um flanco para a reação dos setores mais conservadores, e que acham exatamente que banqueiro não pode ser bandido. Isso, porém, não impediu que, em revendo as ações do delegado, seu substituto não resultasse no mesmo fim: o múltiplo indiciamento do grã-fino, por falcatruas milionárias as mais diversas.

 

A terceira certeza é decorrente das inúmeras tentativas de acabar com o sujeito, o que é demais em se tratando apenas de vaidades. Resultado: acabarão transformando Protógenes num herói nacional e fazendo-o embarcar (parece que ele quer, mas mesmo que não desejasse) numa carreira política que poderá transformá-lo em deputado com centenas de milhares de votos.

 

As duas primeiras assertivas podem até ser discutidas, reconheço. Mas a terceira, a cada dia que passa, me convenço mais. Olha só, por exemplo, o que está acontecendo no inquérito contra o delegado, conduzido por seus colegas da Polícia Federal. A reportagem abaixo é de Rui Nogueira, publicada n’O Estado de São Paulo. A foto é de José Cruz, da Agência Brasil. Confira:

 

“Protógenes deve ser expulso da Polícia Federal

Comissão já tem convicção de que participou de propaganda eleitoral, o que é proibido pela PF

 

O delegado Protógenes Queiroz deve mesmo ser expulso dos quadros da Polícia Federal. A comissão do processo disciplinar contra o delegado, aberto no dia 3 de abril, já tem convicção formada sobre a participação de Protógenes em campanhas eleitorais – o problema está na gravação feita para o candidato do PT à Prefeitura de Poços de Caldas, Paulo Tadeu Silva D’Arcádia.

Protógenes vinha alegando que, tanto na campanha de D’Arcádia como na gravação usada pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS) na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre, suas participações foram “acidentais”, que eram entrevistas colhidas espontaneamente e sem que soubesse a utilidade futura. O Estado apurou que, para a comissão disciplinar da PF, o vídeo de Poços de Caldas não deixa dúvida de que o delegado posou para dar um depoimento, sabia o que estava gravando e seu uso eleitoral.

O depoimento de 29 segundos foi ao ar no dia 29 de setembro de 2008. A frase gravada e exibida pelo candidato D’Arcádia é considerada propaganda eleitoral – com a agravante de Protógenes se identificar como funcionário público e falar na condição de delegado da PF, o que é terminantemente proibido pelo estatuto do órgão. O vídeo, com…”

 

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