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ELEIÇÕES 2022. O que esperar dos candidatos no segundo turno, em disputa que se imagina acirrada

Professores de Ciência Política da UFSM avaliam cenário para o turno decisivo

Cleber Martins e Rosana Soares Campos, professores da UFSM, e análise do que pode vir por aí, no segundo turno (Fotos Arquivo)

Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)

A disputa de segundo turno das eleições presidenciais de 2022 tende a ser equilibrada, assim como no primeiro turno, avalia Cleber Martins, professor de Ciência Política do departamento de Ciências Sociais da UFSM. Para o docente, a eleição ao Executivo federal de 2022 tem algumas peculiaridades, entre essas, o fato de que, pela primeira vez, um presidente no exercício do cargo não chega em primeiro lugar na disputa à reeleição. Martins foi um dos entrevistados pela assessoria de imprensa da Sedufsm para avaliar a conjuntura eleitoral do país.

Além de equilibrada, acirrada, com atitudes e comportamentos que ultrapassam a fronteira da civilidade, acredita Rosana Soares Campos, cientista política, também docente do departamento de Ciências Sociais da UFSM. “Pode-se esperar discursos alinhados a questões religiosas, morais e, por sua vez, conservadoras; de ambos”. Contudo, ressalta ela, Bolsonaro deve amplificar o discurso a uma comunidade moral, a fim de manter os votos e ampliar sua base eleitoral-religiosa. “Mas também se utilizará de suas vantagens sobre o controle da máquina pública e contará com seus aliados que conquistaram cadeiras nos parlamentos estaduais e federal e venceram nos executivos estaduais”, sublinha Rosana.

No que se refere às eleições de governos estaduais e aos parlamentos, Cleber Martins vê uma posição de dualidade de eleitoras e eleitores, ou seja, por um lado, percebe-se um aumento de governos e parlamentares do campo conservador, alguns de extrema direita, alinhados ao presidente Jair Bolsonaro. Mas, por outro, também fica nítido o crescimento do campo mais à esquerda, alinhado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O cientista político registra ainda um dado relevante que é a redução tanto de governos estaduais como de parlamentares eleitos vinculados a partidos de centro, como o PSDB, o que denotaria a “polarização” do pleito de 2022.

Na visão de Rosana Soares Campos, o avanço de candidaturas conservadoras e extremistas não é um fato novo. “O que aconteceu foi que a direita radical, após a redemocratização, não teve espaço, até então, para ocupar postos chave no comando do país. Mas sempre esteve ramificada pelo executivo, legislativo e judiciário, com a pretensão de instituir um modo de governar pautado no controle da população a partir de questões morais”, destaca ela. “Quando surgiu essa oportunidade, todos já estavam dentro do sistema. Não se torna um país conservador de uma outra para outra”, frisa.

Apoio congressual

A partir dos dados que mostram um crescimento do número de parlamentares ligados ao campos conservador, ao mesmo tempo que se tem, também, algum avanço da esquerda e campo democrático, o que se pode prever para o candidato que vencer o pleito, no sentido de aprovar projetos governamentais. Haverá muita dificuldade?

Para a professora Rosana Campos, “não é possível pensar governabilidade sem pensar em acordos e arranjos com partidos de diferentes posições, principalmente os que permeiam o centro. Com o governo instituído, os interesses vão costurando as redes e novas coalizões governamentais surgem”. Ela acrescenta ainda que “o que se tem que observar não sãos os extremos, mas os partidos e parlamentares que têm maleabilidade para circular entre um lado e outro. E muitos candidatos considerados do centrão foram eleitos. São esses que sustentam a capacidade política do presidente governar”.

Cleber Martins afirma que “é difícil prever quem terá mais dificuldades na relação com o Congresso, considerando que, embora ambas as candidaturas tenham bancadas significativas, a governabilidade depende, também, de uma série de outros fatores, incluindo a postura e a habilidade do Poder Executivo em formar maioria no parlamento”. Em sua avaliação, “há um segmento grande de parlamentares que não possui vínculo definitivo com um ou outro (candidato), a ponto de estabelecerem uma estratégia de oposição rígida”.

Candidatos e a educação

Uma outra questão levantada para o professor e para a professora é sobre a relação que cada um dos candidatos (Lula e Bolsonaro), através de suas ações como governantes, estabeleceram com a educação, especialmente com o ensino federal.

Pela ótica de Cleber Martins, o fato de os dois candidatos já terem experiência na Presidência da República contribui para a comparação entre as candidaturas no que se refere à política educacional. “O atual governo tomou uma série de medidas contrárias às demandas das Instituições Federais de Ensino Superior, tanto no campo discursivo, com falas agressivas e críticas, quanto no campo dos recursos, com cortes no financiamento das universidades e institutos federais”, ressalta. Assim, sob o ponto de vista do serviço público, especialmente no campo da educação, se estabelece uma situação bastante diferente da ocorrida durantes os dois mandatos de Lula, complementa o cientista político.

Já Rosana Campos diz que quando se analisa as respostas governamentais de ambos para a questão da educação superior, a divergência fica clara. “Um exemplo – o incentivo à pesquisa através de auxílio financeiro, pretensão de universalização da educação a partir da criação e expansão de IES federais através do REUNI, valorização do servidor público, etc. São questões que colocam os dois candidatos em lados opostos. O candidato Bolsonaro apresenta um discurso e uma prática que converge à desvalorização da educação e redução da responsabilidade do Estado sobre ela”, destaca a professora…”

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2 Comentários

  1. Muito mimimi. Molusco com L., o honesto, será eleito. Do Congresso, de bunda de bebe, de bebado e dos luminares do STF o que vai sair só Deus sabe. No RS a vermelhada toda vai votar no Dudu e ele vai ser eleito.

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