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CULTURA. Filme de 1974, rodado em Santa Maria, será exibido no 15º SMVC na noite de quarta-feira, 30

Com entrada franca, na UFSM, ocorre a Mostra Sinprosm de Curtas-Metragens

“Frames” de ‘O Velório de Vicente Silveira’, de Modesto Wielewicki, recuperado pelo diretor Luiz Carlos Grassi (Fotos Reprodução)

Por Alexandra Zanella e Luísa Santini / Da Padrinho Agência de Conteúdo

Entre as atividades da edição comemorativa de 20 anos do Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC) está uma mais do que especial: a exibição digitalizada do filme ‘O Velório de Vicente Silveira’, rodado na cidade em 1974.

O diretor de cinema Luiz Carlos Grassi é o responsável pela recuperação da produção, que será exibida no dia 30/11, no Centro de Convenções da UFSM, mesma noite em que os filmes da Mostra Sinprosm de curtas-metragens serão assistidos.

O curta-metragem ‘O Velório de Vicente Silveira’ teve como produtor, roteirista e diretor o paranaense Modesto Severo Wielewicki, um apaixonado por cinema e fotografia que morou em Santa Maria nas décadas de 1970 e 1980. O filme, relembra Grassi, tornou-se importante pelo envolvimento da sociedade santa-mariense em sua produção. Além do mais, o filme foi exibido no primeiro Festival de Filmes Super-8 (possivelmente o primeiro festival de filmes Super-8 do Brasil) em Santa Maria no ano de 1975 – que concedeu ao Modesto Wielewicki o prêmio de melhor direção.

Na década de 1980, Modesto mudou-se para São Paulo e levou a única cópia do filme. Depois, foi para Florianópolis onde morou em uma casa junto ao mar e lá, o filme enfrentou todas as amarguras do tempo e do clima praiano: em resumo, o filme se deteriorou.

No início dos anos 2000, pouco antes de falecer, Modesto entregou a Luiz Carlos Grassi duas sacolas com filmes Super-8 com imagens feitas em Santa Maria e em suas viagens pelo Brasil. Grassi, com aquela preciosidade em mãos, decidiu digitalizar as produções, entre elas o ‘O Velório de Vicente Silveira’.

“As sacolas estão comigo até hoje. Comprei na B&H em Nova York um aparelho que prometia digitalizar filmes S-8. E comecei a fazer, até que me dei com um rolo de filme bem oxidado que eu achei que se tratava do Vicente Silveira, e era mesmo, o próprio. Consegui digitalizar as imagens, mas este aparelho que eu havia comprado não digitalizava o áudio” – relembra Grassi, que procurou a Fundação Eny para pedir apoio para a recuperação da produção.

E foi prontamente atendido. O ‘‘Velório de Vicente Silveira’ foi digitalizado em São Paulo e está pronto para voltar para casa, com sua exibição na celebração dos 20 anos do SMVC, no próximo dia 30.

“Foi emocionante voltar a ver aquelas imagens que, mesmo deterioradas pelo tempo, me levou aos anos 70, a convivência com o Modesto, a Lourdinha, com o Pithan e muitos outros que participaram e colaboraram na realização do filme. Acho também importante agradecer a jornalista Marilice Daronco por seu importante trabalho teórico em suas teses de mestrado e doutorado resgatando a história do nosso cinema.” – finaliza Grassi.

Em 2006, na quinta edição do SMVC, Luiz Carlos Grassi, foi homenageado com o Troféu Vento Norte, por toda a sua trajetória e também representando a geração que realizou filmes em Super-8 da década de 1970 em Santa Maria. Na noite de sua homenagem foi exibido o filme ´Super-70´, dirigido por Luiz Alberto Cassol, protagonizado por Grassi e Wielewicki que contam como foi aquele período. Na noite da homenagem várias pessoas que produziram filmes em Super-8 subiram ao palco do Theatro Treze de Maio num dos momentos mais emocionantes dos vintes anos da trajetória do festival.

15ª edição

O formato do SMVC neste ano será diferente: a mostra local ocorre no dia 30 de novembro de 2022, no Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e a Mostra Nacional de Curtas-Metragens Brasileiros, em março de 2023, no já consolidado – e democrático – espaço na Praça Saldanha Marinho, no coração da cidade, com a exibição dos filmes selecionados. 

Premiação

Além das premiações nas categorias melhor curta, melhor direção, melhor atriz, melhor ator, melhor roteiro, melhor direção fotografia, melhor montagem, melhor trilha sonora original, melhor direção de arte, melhor desenho de som e menções honrosas, as produções recebem o prêmio do Júri Popular, com votação no local do evento; o Troféu Rede Sina, entregue ao melhor curta com temática social pelo site Rede Sina; e o Prêmio Diário de Santa Maria, concedido por júri popular em votação no site do jornal. 

Os troféus Clayton Coelho, Luiz Roese, Isadora Viana Costa e Lanterninha Aurélio, definidos pela organização do SMVC, serão entregues na etapa nacional, em março de 2023, sendo escolhidos entre os curtas-metragens selecionados de Santa Maria e do restante do país.

O SMVC

O SMVC nasceu em 2002 como um democrático festival de cinema para valorizar a produção audiovisual local e nacional, e convidar a comunidade para acompanhar as exibições no Theatro Treze de Maio e na Praça Saldanha Marinho. As primeiras 11 edições do evento foram seguidas por um breve hiato, entre 2014 e 2016. Em 2017, o evento foi retomado com uma retrospectiva de sua trajetória. 

Nos dois anos seguintes, as atividades voltaram a ser realizadas na Praça Saldanha Marinho. Em 2021 – quando passa a figurar no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Rio Grande do Sul – o evento ocorreu de forma remota, em função da pandemia de Covid-19.

O 15° SMVC é organizado pelas empresas Filmes de Junho Produtora, IdeiaAção Design e Planejamento e Padrinho Agência de Conteúdo, em parceria com outras entidades da cidade. 

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