Golpes na internet: até quando? – por Jorge Pozzobom

A gente aprende, desde criança, a ter cuidado com a segurança, tanto a nossa quanto a das pessoas da nossa volta, como família e amigos. Não fale com estranhos, olhe para os lados, mantenha-se atento ao ambiente, não exponha objetos de valor, planeje o trajeto com antecedência, não deixe a porta e as janelas de casa ou do carro abertas, não largue o celular, a bolsa e a carteira em qualquer lugar, não passe informações pessoais para estranhos e por aí vai.

Passamos a vida atentos e procuramos cumprir à risca tudo isso, mas e quando o perigo está naquilo que não podemos mais controlar, como as tentativas de golpe na internet? O problema é que, por mais que se tenha informações, para muitas pessoas, o problema vai além da tentativa e elas se tornam vítimas dos bandidos virtuais. Todos os dias, nos deparamos com reportagens a respeito de idosos, por exemplo, que enviaram senhas bancárias para atendentes virtuais. Entre outros exemplos, o golpe do sequestro ou de um prêmio, que para ser resgatado, precisa de um depósito prévio.

Neste último final de semana, por exemplo, criaram um WhatsApp com a minha foto e enviaram mensagens para alguns dos meus contatos, nas quais pediam para eles fazerem um pagamento no meu nome. É claro que as pessoas começaram a me avisar. O que me admira muito é tentarem fazer isso com uma pessoa pública e, no meu caso, além de prefeito, advogado. Com a mesma má intenção criaram um perfil falso do nosso vice-prefeito, Rodrigo Decimo, na rede social. Ou seja, todos nós somos alvo de golpes virtuais. Por isso, mais do que nunca, precisamos estar atentos e fazermos o possível para acabar com esse movimento, que é tão nocivo.

A Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/2018) foi criada para proteger nossos direitos fundamentais de liberdade e privacidade. O objetivo é proteger os dados pessoais de todo cidadão que esteja no Brasil, de acordo com parâmetros internacionais já usados em vários lugares. E, ainda assim, todo o cuidado da nossa parte é fundamental. Não podemos alimentar e nem cair nesses golpes.

O mesmo vale para a proliferação das fake news. Não repasse notícias se não tiver certeza de que a fonte é oficial, verídica, de confiança. Não podemos ser vítimas disso, mas, também, não podemos compactuar, ainda que sem intenção. No momento que repassamos uma informação falsa, somos cúmplices deste sistema. Eu mesmo já fui alvo de mentiras neste aspecto, tanto na vida pública quanto na pessoal, e digo a vocês que não deixo passar. Se tiver que processar, assim faço e farei quantas vezes for necessário.

Esse alerta é para todos nós. Mais do que nunca, protejam os seus dados e confiram quando alguém lhes pedir ajuda de forma duvidosa, principalmente se esse pedido envolver dinheiro. Que, juntos, possamos nos defender e ajudar a combater esse sistema.

(*) Jorge Pozzobom é o Prefeito Municipal de Santa Maria. Sua trajetória como agente político começou com dois mandatos de vereador, tendo depois se alçado, pelo voto popular, à Assembleia Legislativa. Em meio ao segundo período, em 2016, foi eleito para conduzir o Executivo santa-mariense. Em novembro de 2020 foi reeleito para novo mandato. Ele escreve no site às terças-feiras.