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ESTRADAS. Concessão de BRs, inclusive na região, tem proposta criticada por deputados em audiência

Projeto em discussão prevê 13 novos pedágios em trecho total de 674 Kms

BR 158 (na foto, divisa entre Santa Maria e Itaara) está incluída no estudo de concessão de rodovias federais (Foto Reprodução)

Reproduzido do Site do Correio do Povo / Texto assinado por Felipe Samuel (com Angélica Silveira)

A audiência pública realizada nesta sexta-feira, em Brasília, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para detalhar um estudo de concessão de rodovias federais no Rio Grande do Sul foi marcada por críticas de deputados gaúchos. Após a apresentação do edital do Programa de Exploração da Rodovia e aos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, que visa a concessão de 674,1 quilômetros e prevê a criação de 13 praças – sendo 3 em Eldorado do Sul, na BR 116 -, parlamentares destacaram a necessidade de aprofundar a discussão sobre o tema e promover audiências públicas nos municípios onde existe previsão de instalação de pedágios.  

O projeto prevê a concessão de trechos das BRs 116 (Porto Alegre – Camaquã), 158 (Santa Maria – Panambi), 290 (Porto Alegre – São Sepé), 392 (Santana da Boa Vista – Santa Maria) por 30 anos. O investimento total previsto é de R$ 4,4 bilhões. Conforme o edital, as tarifas previstas podem variar de R$ 2,73 a R$ 10,30. O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT) cobrou a realização de audiências com a população e disparou contra a possibilidade de instalação de três praças de pedágio em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana. “É um absurdo da forma como está posto, mas relevo porque é um estudo inicial”, afirmou. 

Ele defendeu a criação de praças de pedágio de “forma justa, equilibrada e de forma coerente”. “Não podemos concordar com isso, esses pedágios vão matar a perspectiva de Eldorado do Sul”, advertiu. O deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB) levantou dúvidas sobre o posicionamento do novo governo acerca do tema e afirmou que é preciso avaliar o impacto das praças na vida da população. “Estamos sufocados com tarifas, não queremos mais praças de pedágio”, ressaltou.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) afirmou que a discussão do projeto de concessão no final de um governo é inadequada e sugeriu à ANTT encaminhar o estudo à comissão de transição de governo. “Estamos discutindo um tema que vai impactar a vida das pessoas por 30 anos”, frisou. “Se precisar vamos judicializar esse assunto”, completou. O deputado federal Afonso Hamm (PP) destacou a importância do estudo e da necessidade da duplicação da BR 290, mas alertou que a criação de mais pedágios entre Camaquã e Eldorado do Sul pode encarecer a chegada de produtos até o Porto de Rio Grande. “Conversei com lideranças de Camaquã, que não aceitam novas praças de pedágios, porque acabam onerando custos e retirando a capacidade competitiva da região”, afirmou. 

Gerente de Estruturação Regulatória da ANTT, Marcelo Fonseca garantiu que o debate sobre o tema terá continuidade no próximo ano, embora o cronograma determine 1º de dezembro de 2022 como prazo final para contribuições. “Será possível dialogar com todos os deputados eleitos que estão entrando em seu mandato”, afirmou. Conforme o estudo, o projeto prevê geração de receita para os municípios de R$ 31 milhões, por ano, por conta do Imposto Sobre Serviços (ISS). 

Entre as melhorias previstas estão 120 quilômetros de duplicações, 204 quilômetros de faixas adicionais, 47 quilômetros de terceiras faixas, 62 quilômetros de vias marginais (dentro de municípios, travessias urbanas), 3 alças e 4 dolphins (proteção pilares) na nova ponte do Guaíba e 13 passarelas de pedestre. Além de Eldorado do Sul, o estudo aponta a instalação de praças de pedágios nos seguintes municípios: Butiá (BR 290), Pantano Grande (BR 290), Jacuí (BR 290), Caçapava do Sul (BR 290), Barra do Ribeiro (BR 116), Camaquã (BR 116), Cruz Alta (BR 158), Júlio de Castilhos (BR 158), São Sepé (BR 392) e Santana de Boa Vista (392)…” 

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3 Comentários

  1. Antes que comece o mimimi. Na Alemanha veiculos até 3,5 toneladas não pagam pedágio. Pais tem mais de 51 mil quilometros pedagiados, caminhões principalmente são atingidos. Tudo via chip, eletronico. Rota alternativa também é cascata.

  2. Pompeo de Mattos foi advogado no passado. Capsicum é jornalista e agricolino. É possivel afirmar sem sobra de duvida que não entendem de modelagem economico financeira. Alguém acha logico colocar praça de pedagio onde não passa quase ninguém? Alás, projeto tem três variaveis. Escopo (o que se quer fazer), tempo e orçamento. Para diminuir o orçamento diminui-se as obras ou aumenta-se o tempo do contrato (o que é quase sempre não acontece). Simples assim. Empresas muitas vezes pegam financiamento e usam a arrecadação para quitar o mesmo. Ou usam o valor auferido nos pedagios para acumular a grana necessária para fazer as obras (provavelmente o que acontece na 287). Regras são mais ou menos estas, não quer fazer não faz. Mundo é muito grande, tem muitas oportunidades.

  3. Simples, deixa-se como está. Porque é bem simples, é feito uma modelagem economico-financeira. Governo lança um edital e se for interessante para alguma empresa acontece a licitação. Pode não aparecer ninguem também. Se a população não gostou a culpa não é da vencedora do certame (que muitas vezes tem um fundo de pensão por tras, é a aposentadoria de alguém). É do poder publico licitante. Há sempre quem tente transferir a responsabilidade.

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