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Nefertiti: a bela rainha – por Elen Biguelini

A mais famosa, ou o busto mais conhecido entre as soberanas egípcias

A Rainha Nefertiti é conhecida na História do Egito por sua beleza. Seu busto representa uma mulher bela, com um rosto proporcional, praticamente a versão egípcia da representação de uma deusa grega.

Mas a história desta rainha não é tão conhecida quanto seu busto.

Ela nasceu cerca de 1370 e faleceu em 1330 a.C. Foi esposa do Faraó Amenófis IV, ou Akenáton. Seu busto e, principalmente, sua história, permaneceram pois seu marido foi o responsável por uma mudança importante na religião egípcia.

Todos os faraós egípcios tinham em seu nome o Deus que escolhiam como principal. Assim, Amenófis IV era seguidor do deus Amon, como posteriormente foi seu filho TutancAmon. Mas durante seu reinado, o rei disse conversar com o verdadeiro deus, Aton, e tornou este o deus único do Egito durante alguns anos. Seu filho primeiramente também venerou este deus, mas acabou por retornar a religião politeísta egípcia, mudando seu nome para Tutancamon.

O nome da rainha significa “a bela chegou”, o que faz com que alguns historiadores acreditem que ela fosse uma princesa vinda de outra região. Outra hipótese é que seria prima de seu marido, o que era comum dentre os reis do Egito. Seus pais são, então, desconhecidos. Infelizmente, isto é comum na história da mulheres, isto porque os dados referentes a elas foram durante muito tempo considerados irrelevantes. Ainda hoje alguns historiadores não veem a necessidade de mencionar, por exemplo, o nome da mãe ou esposa das figuras históricas que estudam.

Durante a adoração da religião criada por seu marido, a rainha tinha grande importância no culto a Aton, tanto que mudou seu nome para Nefernefernuaton, ou seja, “perfeita é a perfeição de Aton”. Mudou também sua representação, que até então seguia o modelo daquele que representava outras esposas de reis, para uma coroa azul.

Infelizmente parece ter “desaparecido” das fontes após 12 anos de reinado. Isto pode ter significado diversas coisas, desde uma perda de prestígio quando uma segunda alteração de nome. Mas de fato, podemos afirmar com certeza que Nefertiti se tornou a rainha egípcia mais famosa (se considerarmos Cleópatra como grega).

Nefertiti na wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nefertiti

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

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2 Comentários

  1. Poderia ser prima do marido, casamentos consanguineos eram normais. Onde se retorna aos estados mentais. Nasciam e eram criados como filhos de deuses. Não eram cinicos que sabiam não ser divinos. Como no filme Ex-Machina, a protagonista só conhece o laboratorio onde foi criada, não teve contato com muitas pessoas, não tem noção de ética nenhuma. Primeiro marido de Cleopatra era o proprio irmão (não tenho certeza se foi o primeiro). Alas, dinastias europeias seculos depois tinham o mesmo costume, Habsburgo principalmente. Cleopatra era descendente de um general de Alexandre, Macedonia, periodo Helenico, ‘grega’ tinha outro significado na epoca dela. Egipcios são uma mistura de muitos povos, diversos passaram pela região. Alas, a Vigésima Quinta dinastia tinha faraós negros núbios), durou até os assirios passarem o rodo por la. Na simplificação somem detalhes importantes. Inclusive informações sobre as mulheres.

  2. Os dados referentes a ela não foram considerados ‘irrelevantes’, foram considerados inconclusivos, o que é bem diferente. Contexto também não ajuda, Akenaton mudou a capital do pais e ao instalar um monoteismo comprou briga com o ‘clero’ da epoca que perdeu importancia politica. Quando morreu a nova capital foi abandonada (se não me engano), tudo voltou a ser como era antes e tentaram apagar o Faraó da historia. Alas, tudo depende muito de civilização e de contexto. Uma esposa de faraó no final da Era do Bronze (não lembro o nome, não vou procurar) escreveu para o rei Hitita (não os da Biblia, os da Anatólia) algo como: ‘Meu marido morreu e não tenho filhos. Você tem muitos filhos crescidos. Envie um deles para que seja meu marido porque me repugna casar com um dos meus suditos’.

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