Reconstruir pontes e unir esforços pelo Brasil – por Valdeci Oliveira
“O momento é de olhar para frente, avançar, caminhar em direção ao futuro”
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Olhar para o passado e aprender com ele, para não repetir os mesmos erros, é uma das máximas da vida. Viver preso a ele, assim como recusar sua “existência” e resultado, é sair do caminho natural, ou necessário, do que podemos chamar de evolução, tanto como seres humanos quanto sociedade.
Terminado o último pleito eleitoral, a razão nos indica que o momento é de olhar para frente, avançar, caminhar em direção ao futuro, pois temos muito a fazer, discutir, articular, buscar. E quando avalio haver muita coisa a ser feita, trabalhada, construída, não se trata de retórica subjetiva ou de viés político-partidário, se trata de realidade nua e crua, palpável, concreta.
A psicologia humana explica o sentimento e as reações a que ficamos expostos diante da perda, da derrota. No meu quase meio século como militante político e social vivenciei, ao lado de muitos companheiros e companheiras de jornada, esse e o outro lado, inúmeras vezes. E aprendi, um pouco na marra e um pouco por uma questão de personalidade, que serenidade, avaliações críticas e racionais, muita conversa, além de lamber as feridas, são a melhor receita, ao lado de posturas republicanas, para que levantemos a cabeça e sigamos em frente, no debate de ideias, em busca dos nossos ideais.
O que estamos assistindo desde o resultado das urnas pode ser visto, a partir de certa resiliência e boa vontade, como natural, pois foi uma eleição histórica, dura, disputadíssima e inédita em vários graus e sentidos. Foi apaixonante, sem dúvida, mas acabou. Agora é virar a página, arregaçar as mangas, apostar em muito diálogo e trabalho e completar a transição como fazemos desde a redemocratização.
Agora é atender aquilo que a sociedade brasileira mais espera – e necessita -, que é reunir os diferentes num grande esforço de reconstrução e reconquista nacionais, sem que ninguém abdique de suas posições, desde que estas fiquem circunscritas às regras do campo democrático.
Esta – assumir e cumprir tais regras – talvez seja a única “imposição” que esteja sendo feita neste momento aos diversos campos políticos que têm a dura e urgente tarefa de fazer com que o país volte a gerar emprego e renda, venha a cuidar da maior riqueza do Brasil depois do seu povo, que é a Amazônia, de se esforçar no restabelecimento dos laços internacionais de comércio e cooperação, de oferecer mais e melhores serviços em saúde, educação, infraestrutura à população e trazer de volta a participação social nas discussões sobre os rumos da vida nacional.
Não estamos falando de pouca coisa. Temos também fraturas que precisam ser calcificadas, pontes que precisam ser reconstruídas, vozes que precisam ser ouvidas, irmãos que precisam ser reconciliados. A costura desse tecido social é uma tarefa que irá demandar tempo, paciência, muita boa vontade e envolve todos nós, das organizações da sociedade civil às entidades de classe patronais e de trabalhadores, dos governos das distintas esferas às instituições de estado. Não há como fugir nem abdicar desta responsabilidade.
O momento é de saudar e reverenciar a nossa Democracia, que saiu vitoriosa e fortalecida no último dia 30 de outubro. O momento é de enxergar a ida do presidente Lula à conferência do clima, a COP 27, no Egito, antes mesmo da sua posse, como inúmeras possibilidades de o Brasil ser recolocado no cenário internacional como país comprometido com o meio ambiente e a biodiversidade. É o momento de avaliar como positivo os vários cumprimentos e congratulações pela eleição feitos por líderes de diferentes potências mundiais, que também sinalizam com a retomada de parcerias e acordos bilaterais. O momento é de aproveitar o convite do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, para o novo presidente mostrar ao planeta, mais precisamente à seara do grande capital, que outro mundo é possível, como já o foi, aqui no Brasil.
O momento é de união, de buscarmos os pontos convergentes e deixar de lado algumas diferenças, de abrirmos mão de interesses pequenos, mesmo que legítimos, em nome de algo maior. Estamos num momento em que não há mais espaço para que a violência e o ódio na política se sobreponham às forças vivas das culturas da paz, da solidariedade e da fraternidade.
O momento, se alguém ainda não entendeu, é uma espécie de segunda chance que nos é dada para que possamos escrever, com tintas de mais justiça e igualdade sociais, o que queremos ter como História num futuro que está logo ali, nos esperando, nos olhando e acompanhando cada passo que damos.
O momento é de entendermos que a nossa gente e nossa bandeira são muito maiores que qualquer postura ou disputa programática, pois esta última se resolve nas urnas ou, em último caso, na Justiça. É o momento de darmos as mãos e termos o respeito e o diálogo como as molas mestras que nos impulsionarão rumo a um país melhor, onde cabem todos e todas, um país que já foi cantado em verso e prosa e que continua, com seus erros e acertos, a ser um dos melhores do mundo.
Depende apenas de nós.
(*) Valdeci Oliveira, que escreve sempre as sextas-feiras, é deputado estadual pelo PT e foi vereador, deputado federal e prefeito de Santa Maria. É também o atual presidente da Assembleia Legislativa gaúcha.
Quem quiser ir para as Pontes de Paris que vá pela sombra.
‘Temos que votar sabendo o que esta em jogo não é só a politica do momento, mas instituições que nos reuniram enquanto buscavamos uma união mais perfeita tambem estão em jogo’. ‘Voces sabem, a democracia americana esta sob ataque porque o ex-Presidene dos EUA nega-se a aceitar o resultado das eleições de 2020′. “Autocracia é o oposto de democracia. Significa o governo de uma pessoa, um interesse, uma ideologia, um partido’. ‘[…] frequentemente nos deparamos com a questão. se o voto que fizemos preservará a democracia ou a colocara em risco’. Trechos de um discurso bastante recente do Slow Joe, presidente ianque. Mesma tecnica propagandistica (chamam qualquer discurso de ‘retorica’, porem esta tem regras que se perderam). Aproximam-se as eleições intermediarias nos US, no meio do mandato do presidente modifica-se o Congresso. Vamos ver como a esquerda se sai por lá.
O ‘orçamento secreto’ já voltou a ser ‘emendas do relator’. Algum imbecil falou que o STF ia declarar inconstitucional e ‘tava resolvido’. Contando com a ajuda que a instituição deu nos ultimos 4 anos. Sim, e o judiciario iria passar o proprio orçamento como no Congresso?
Como prognosticado. Discurso de ‘união’, ‘perderam voltem para casa’. Mimimi. Ainda ontem alguém falou que ‘não deixaram governar o governo atual, espero que deixem o governo eleito governar’. Bueno, aquela quantidade de ações no STF podem até acontecer, mas não vão encontrar guarida. Por quê? Porque quem ajuda a eleger tem que dar sustentabilidade depois. Midia tradicional? Idem. Afinal, ‘democracia’ é quando a esquerda esta no poder.