Por Assessoria de Comunicação do InovaTec
As perdas não técnicas de energia são aquelas ocasionadas por furtos na rede elétrica, que impactam nos erros de leitura e faturamento. O valor dessa energia furtada é transferido para as contas dos consumidores, e ainda pode interferir na queda da qualidade do produto. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cerca de 2,9% da fatura de energia no Brasil é para cobrir esta dívida. Já o prejuízo com essas perdas para as concessionárias de energia fica na casa de R$ 8 bilhões por ano, segundo o Instituto Acende Brasil.
Buscando solucionar esse problema, a empresa Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) publicou um edital no qual a UFSM foi selecionada para o desenvolvimento do projeto “Inteligência artificial para identificação de ligações clandestinas na rede de distribuição a partir de imagens de satélite”. O projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação conta com a participação da Fox IoT, startup do Parque de Inovação, Ciência e Tecnologia (InovaTec) da UFSM e pesquisadores do Centro de Tecnologia (CT) da UFSM.
A solução desenvolvida pelo grupo fará a identificação de possíveis irregularidades na rede por meio de inteligência artificial. A solução tem como foco localizar a maior quantidade de perdas a partir do uso de inovações e tecnologia de ponta. Filipe Carloto, CEO da Fox IoT, explica que o papel da startup no projeto é transformar a pesquisa desenvolvida na universidade em algo que tenha potencial para entrar no mercado. “Por meio da experiência que temos no setor de energia, conseguimos apoiar o grupo na condução do trabalho e, assim, melhorarmos o processo de desenvolvimento da tecnologia”.
Segundo o coordenador do projeto, professor Vinicius Jacques Garcia, do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da UFSM, a expertise da Fox IoT, que trabalha com esse tipo de solução para atender às concessionárias de energia elétrica, se somará aos conhecimentos do seu grupo de pesquisa. “Pela dinâmica do grupo, muitas vezes não conseguimos trabalhar de forma efetiva no produto final em virtude de não termos conhecimento tecnológico diverso. No projeto, nós conseguimos aplicar o nosso conhecimento para determinado tipo de trabalho e a startup complementa, acelera o processo e ainda faz com que o nosso produto tenha um acabamento melhor, mais competitivo e mais adequado para o mercado”. O professor ressalta que a participação dos alunos em projetos como esse gera oportunidades de trabalhar com pesquisa aplicada, que resulta na criação de uma ferramenta tecnológica e ainda contribui para a produção científica.
Ainda segundo Thiago Jeremias, gerente de eficiência energética na Celesc, o projeto irá aprimorar a conexão entre mercado e universidade. “A iniciativa do projeto busca somar esforços e fomentar a interação entre o setor privado e a universidade, aplicando os conhecimentos dos pesquisadores e da startup, na busca de soluções que contribuirão para o desenvolvimento da nossa companhia”.
O projeto, financiado pela Celesc, conta com a participação de 13 pesquisadores do CT, incluindo estudantes de graduação e pós-graduação e colaboradores da startup.
Imagem de satélite até anteontem tinha resolução de meio metro para cada pixel. Até fiquei curioso.