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Dia das Mulheres, dia de luta – por Elen Biguelini

“Data de questionamento, momento reflexivo para a História das mulheres”

Cada vez mais o dia das mulheres é celebrado com flores.

Nada contra flores. Elas são belas e alegram o dia de todos. Mas o dia das mulheres não é um dia de flores, é um dia de dor. Se é verdade ou não que o 8 de março foi escolhido devido a morte de trabalhadoras grevistas em uma fábrica não é relevante. O que importa é o fato que o 8 de março marca uma data de questionamento, um momento reflexivo para a História das mulheres e um dia de protesto.

Claro que gostamos de receber as flores. Claro que gostamos de receber um “Feliz dia das mulheres”. Mas muito mais do que isto, gostamos de ter direitos, de sermos aceitas, de não sermos um rosto em páginas policiais.

É o momento para celebrar tudo aquilo que já alcançamos: o direito ao voto, o direito a podermos trabalharmos, a licença maternidade, a lei maria da penha…

Mas é também hora de lembrarmos de coisas pelas quais ainda lutamos. A igualdade salarial, o fim da violência de gênero, a punição de autores de violência doméstica, …

Ao mesmo tempo, é momento de celebrarmos todos os tipos de mulheres, cis, trans, lésbicas, bi, heteros, loiras, ruivas, morenas, negras, brancas, indígenas, altas, baixas, etc.

Juntas somos mais fortes e poderemos avançar em nossos direitos.

Viva o 8 de março! E que nos próximos anos sejam mais celebrações que reinvindicações!

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

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4 Comentários

  1. Liberais nos costumes têm o hábito de ‘faça o que quiser, só não encha o saco’. Esquerda transformou ‘mulher’ num conceito (etéro, abstrato). Problema é que ninguém é obrigado a aderir a ideologia de esquerda. Simples assim. No mais, o de sempre. Há feministas e ‘feministas’. Umas são normais, outras ganham a vida desempenhando o papel de lideres sindicais de uma ‘categoria’ artificial, que não existe. E, como todo(a) sindicalista, trabalhar é para os outros. Simples assim.

  2. Publicação original de 1º de maio de 1943, art. 461:’Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá, igual salário, sem distinção de sexo.’ Logo o problema não é legislativo. Mulheres, grande maioria, têm o problema (no contexto profissional) da maternidade. Todo empregador sabe que se uma gerente sai em licença maternidade ele ganha um monte de pepinos para resolver. Tem que colocar alguém no lugar. Sem experiencia na maioria das vezes. Ou tem que assumir a bronca. O(a) substituto(a) se for ‘da casa’ vai ter que ganhar um aumentozinho depois. Empresas maiores tem faixas salariais para o mesmo cargo/função. Se eu sou cascateiro senior há 5 anos e uma mulher é promovida de cascateira plena para senior é obvio que vou ganhar mais. Mais experiencia. Maior produtividade. Mais perto de promoção para o proximo cargo. E tem mais, uma mulher voltando da licença maternidade tem prioridades diferentes. Ou deixa a prole em segundo plano ou deixa o trabalho em segundo plano. É uma empresa não ONG de assistencia social. Se afundar leva todo mundo junto, inclusive os outros que tem os problemas deles e as proprias contas para pagar.

  3. Fim da violencia de genero não vai acontecer. Utopia. Punição dos agressores já acontece. Mulheres votam e como se vê no Brasil o pleito não faz muita diferença. Mulheres não ‘conquistaram o direito de trabalhar’, conquistaram o direito de ter uma carreira igual aos homens. Ou seja, dupla jornada.

  4. Dia 8 virou um ritual laico. Para certas bolhas é exatamente a mesma coisa todo ano. Até a piada do ‘dia do homem é dia de todos os Santos’. Muita gente que se acha na obrigação de dizer alguma coisa perde grandes oportunidades de ficar quieto. É impressionante.

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