O amor realmente venceu? – por Giuseppe Riesgo

Lula se elegeu sob um discurso que pregava o amor e a tolerância. Assim como em 2002, em que a esperança supostamente vencia o medo, agora era o amor e a paz que estavam vencendo o suposto rancor e violência do Governo Bolsonaro. Só que a pose de pacifista rapidamente se revelou falsa. Desde que voltou ao poder, Lula tem se mostrado ressentido e, consequentemente, rancoroso. A ideia de que teríamos um país pacificado politicamente vem caindo por terra a cada discurso de Lula.

No entanto, em sua última entrevista, a farsa ficou escancarada. Após revelar de que anseia por vingança e um ajuste de contas contra o atual senador Sergio Moro, Lula deixou claro que partirá para um governo conflituoso com a oposição. A paz, portanto, ficou só no discurso.

No entanto, não é isso que mais me espanta. Desde as revelações da lava-jato que Lula já não engana ao observador mais atento. O festival de preconceitos, palavrões e conspirações revelados nos áudios então vazados, deixava transparente que Lula era um personagem maquiavélico. Que a suposta tolerância do “pai dos pobres” era na verdade uma faceta dissimulada de um populista típico das esquerdas latino-americanas.

De lá para cá, da prisão à presidência, Lula não fez nenhuma reflexão. Nenhum pedido desculpas foi feito. Nenhum erro foi admitido. O que sobrou foi uma narrativa fajuta de que sua prisão foi injusta e armada; de que a sua inocência foi reconhecida pela ONU e até pelo papa. Um festival de mentiras sobre os processos judiciais que Lula (ainda) responde, pois, como bem sabemos: ele não foi inocentado.

Só que o populismo de Lula voltou. Infelizmente, uma parcela significativa ainda acredita nessa figura messiânica que salvará o país do rancor e da intolerância. Por isso, cabe a nós denunciar a farsa e fazer oposição séria e responsável contra esse governo ressentido e vingativo. O ataque que quase atingiu o senador Moro é só uma pequena amostra dos perigos que corremos quando a dissimulação psicótica passa a governar em substituição ao dever e a ordem. Lula se mostra disposto a tudo. Em casos assim, a vigilância se faz ainda mais necessária. O autoritarismo da esquerda e de Lula se revela a cada semana. Eis o que devemos diariamente combater. 

(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Atualmente ocupa a Chefia de Gabinete do Deputado Federal Marcel van Hattem. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.