Tensões Pré-Eleitorais – por João Luiz Vargas
“Sempre no ano anterior à eleição, diagnostico uma ou outra pessoa com TPE”
Augusto Cury, conceituado psiquiatra que ganhou fama como escritor, é um estudioso da dinâmica das emoções humanas que definiu ansiedade como o mal do século. Colocou nesse balaio de problemas também a depressão, que vem mutilando famílias de uns tempos para cá.
Meus contemporâneos, antes desta geração mais moça, pareciam contemplar mais o presente do que antecipar as preocupações do futuro ou, ainda, se apegar às saudades de antanho.
Aliás, se excesso de futuro gera ansiedade, é não se desligar do passado que nos joga para a depressão. No equilíbrio disso é que temos que seguir vivendo.
Com 54 anos de militância estudantil e partidária, já aprendi a detectar movimentos de pura ansiedade na política. Sempre no ano que antecede as eleições, diagnostico uma ou outra pessoa com TPE: Tensão Pré-Eleitoral. São as pressões dos políticos, tentando se manter nos cargos, ou daqueles que ventilam a possibilidade de concorrer no pleito que se avizinha.
Olhando a história, essas tensões estão na gênese do nosso povo e seguidamente são motivos de polêmicas na política. Iniciou com Cristóvão Colombo, que quando saiu da Europa com a missão de explorar os mares, foi tachado de louco por reis e imperadores. Tensionado a desistir, acabou descobrindo o Novo Mundo. E cá estamos, levando pedrada toda vez que nos propomos a encontrar algo novo.
Há uma certeza dentro das almas e dos corações das pessoas: todo o interesse pessoal gera ansiedade e administrá-la é o principal desafio desta geração. Que as águas de março, fechando o verão, sejam apenas a porta para um ano maravilhoso que mal começou e já tem gente querendo que ele acabe. Que 2024 permaneça lá, no futuro breve, e que consigamos preservar a magia do calendário, em que o dia de amanhã só nasce depois do entardecer sereno deste dia que estamos vivendo.
(*) João Luiz Vargas, prefeito de São Sepé (ex-deputado, ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado), escreve no site às sextas-feiras.
Analogia um tanto quanto misogina e sexista. Kuakuakuakuakua!