Reproduzido do Site Notícias da TV, do portal Universo Online / Texto do colunista Gabriel Vaquer
Um dos jornalistas mais premiados da Globo, Marcelo Canellas foi demitido nesta terça (4) após 33 anos. Ele era repórter especial do Fantástico desde 2009, em que se dedicava a matérias sobre questões sociais no Brasil.
Ele iniciou a carreira no Rio Grande do Sul, em que ganhou destaque na RBS TV – afiliada da líder de audiência no estado. Segundo fontes do Notícias da TV, a saída dele já era esperada por causa do alto salário. Houve uma negociação nas últimas semanas entre Canella se Ali Kamel –diretor de Jornalismo da Globo– para que o desligamento não fosse tão “traumático”.
O último trabalho dele no grupo foi o documentário sobre a tragédia da Boate Kiss, disponível no Globoplay.
Marcelo Canellas começou a carreira em 1987, em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Ele foi para o Rio de Janeiro como repórter especial da Globo em 1990, cobrindo grandes momentos do país na redemocratização. Teve o rosto pintado por manifestantes que pediam o impeachment do então presidente Fernando Collor em 1992. A imagem repercutiu em todo o mundo.
Em 1996, ele se consagrou por mostrar o Brasil profundo. Naquele ano, cobriu de perto o massacre dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. Passou a realizar reportagens que mostravam a falta de alimentação em todo o Brasil, que pavimentaram o caminho para a série Fome, de 2001.
Exibida dentro do Jornal Nacional, Fome é o seu trabalho mais lembrado. Por causa dele, Canellas recebeu diversos prêmios, como o Ayrton Senna de Jornalismo, o Barbosa Lima Sobrinho, o Imprensa Embratel, o Vladimir Herzog na categoria de documentário e a medalha ao mérito da ONU (Organização das Nações Unida). Dois anos depois, em 2003, ele voltou aos lugares retratados pela série e mostrou que a situação pouco havia mudado no Globo Repórter.
Desde 2009, Canellas estava no Fantástico e tinha sede em Brasília (DF). Ao lado do repórter cinematográfico Lúcio Alvez, produziu matérias especiais, principalmente de cunho social, como a reportagem especial S.O.S. Infância, sobre violência e omissão de crianças no Brasil, exibida em 2013; e a série Quem é meu pai, que foi ao ar em outubro de 2014.
Além de Marcelo Canellas, foram demitidos nesta terça da Globo os repórteres Eduardo Tchao, Flávia Januzzi, Monica Sanches e Luciana Osório. Foram cortados ainda Elza Gimenes, Alba Mendonça e Arthur Guimarães, figuras importantes que trabalhavam nos bastidores. Novas demissões devem acontecer nos próximos dias em São Paulo e Brasília.
PARA LER NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI .
ATENÇÃO
1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.
2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.
3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.
4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.
5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.
OBSERVAÇÃO FINAL:
A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.