Telegram e a ditadura de opinião – por Giuseppe Riesgo
“Realmente estamos caminhando em direção a países como Rússia e China”
Não, tu não estás lendo errado. O texto dessa semana tem quase o mesmo título que o da semana passada. É a terceira semana consecutiva que escrevo sobre o mesmo assunto: a censura. Dessa vez, não foi o Poder Executivo, na figura do Ministro da Justiça, que obriga uma empresa a defender a opinião do governo, mas Alexandre de Moraes, mais uma vez se utilizando da censura para instituir a patrulha do pensamento e impedir a livre manifestação de opinião. Quem concorda com o governo pode falar o que quiser. Quem não concorda, é obrigado a publicar a posição oficial.
Dessa vez, foi o Telegram quem teve a audácia de contrariar a posição oficial da ditadura petista-alexandrina quando disparou para todos os seus usuários um texto contrário ao PL da censura. Imediatamente foi obrigada pelo STF a veicular, no mesmo local, mensagem onde caracterizava a sua atitude como “flagrante e ilícita desinformação”, além de ter de remover completamente a mensagem anterior e, em caso de descumprimento, teria suas atividades suspensas por três dias e pagaria multa de R$500.000,00 por hora. Em resumo, para demonstrar que o Projeto de Lei 2630/20 não é uma forma de censura, o STF censurou o Telegram.
O fato é que em 02/05 o Ministro Flávio Dino ameaçou o Google e ordenou a retirada da mensagem contra o PL da Censura do ar. Em 10/05, o Ministro Alexandre de Moraes ameaçou o Telegram e ordenou a retirada de uma mensagem contrária ao PL da Censura.
Em ambos os casos, as big techs decidiram retirar o conteúdo. Entretanto, a mensagem transmitida pelo Governo é que a censura já está em vigor. Realmente estamos caminhando em direção a países como Rússia e China, onde, como eu disse semana passada, a censura é uma realidade diária. Aqui já não é diferente. Imagine o que ocorrerá se o projeto for aprovado.
(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Atualmente ocupa a Chefia de Gabinete do Deputado Federal Marcel van Hattem. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.
Canadá tenta arrumar uma lei para as Big Techs subsidiarem (alto 30% dos custos do jornalismo) a midia convencional (no Brasil o equivalente é o consórcio que ajudou a eleger o Desgoverno atual de Molusco Sugar Daddy da Esbanja. Google fez uma experiencia. Limitou o acesso de 4% dos seus usuarios a noticias de outros veiculos. Obvio que o numero de acessos baixou horrores. Trudeau largou uma narrativa ‘Fico surpreendido que o Google impediria os Canadenses de acessar as noticias do que pagar os jornalistas pelo trabalho que eles fazem’. O que é obviamente mentira, os sites noticiosos continuam lá, simplesmente as pessoas não acessam. Resumo da ópera é que as Big Techs (que só querem o dinheiro) são mais confiáveis que as instituições do Brasil (que querem o dinheiro, as liberdades, a adesão compulsória e muito mais). A criatura que defecou na sala que todos sabem qual, que é o gabinete de todos sabem quem, merece uma estatua e não ser presa.
Questão é o que acontece quando os integrantes de uma instituição se acham acima do bem e do mal? Alas, quando o caminho se torna sem volta? Vermelhos regozijam. Vide o que aconteceu no Chile. Vide o que aconteceu na Argentina. Se a economia embicar governo muda. De um jeito ou de outro. Vide Reino Unido.
Perseguição politica utilizando as instituições também é escancarada. População, em qualquer parte do mundo, tem um senso de justiça. Tem seu proprio julgamento.
Pois é. Até o STJ tem canal no Telegram. Se fazem isto com as Big Tech imagine com o que farão com o Afegão Médio.