Rita Barém de Melo (1840-1868) – por Elen Biguelini
Rita Barém de Melo nasceu em Porto Alegre no dia 30 de abril de 1840. Foi filha de João Pedro Freire Barém, comerciante que foi se aliou aos farrapos e depois se tornou funcionário público, e sua esposa Severina Augusta. Embora a família tivesse algumas posses, devido a profissão do pai, não podiam arcar com uma educação formal e ela foi educada pelos pais. Ainda assim, logo demonstrou seu talento através da poesia. Aos 15 anos já tinha seus poemas publicados em periódicos porto-alegrenses com o pseudônimo “Jurity”, nomeadamente no “Guahyba”.
Aos 17 anos se casou com José Correia de Melo. Teve dois filhos e os perdeu ainda pequenos, o que foi expressado em suas poesias. O falecimento do mais novo, em 1867, logo foi seguido pelo óbito da própria autora, que faleceu na cidade de Rio Grande no dia 27 de fevereiro de 1868.
Nota-se que sua biografia foi apresentada ao público na revista da sociedade “Parthenon Litterario”, um grupo literário da cidade de Porto Alegre, que realizava saraus literários. Sua revista tinha nas mulheres uma temática, mas também as tinha como público alvo. Os saraus desta sociedade aceitavam mulheres escritoras que recitavam suas obras, tocavam e cantavam nestas ocasiões (Cf. Silveira, 2016).
Segundo Donaldo Schuler, que comparou a obra desta senhora com a de Delfina Benigna da Cunha, a obra da poetisa apresenta uma qualidade superior a da outra autora mencionada, pois Rita Barém de Melo “não busca a situação melodramática”, pois, “[c]onduzida pela observação atenta, busca a nuance dos sentimentos”. (Schuler, 1985, 73-74).
De sua autoria:
“Sorrisos & Prantos”. S.l: Movimento, 1868.
Também teria escrito “Lyra”, mas não encontramos dados sobre esta obra.
Podem ser encontrados alguns de seus textos:
Com a biografia e uma imagem da autora apresentadas no periódico “Parthenon Litterario”.
Na análise crítica de Schuler.
“Minha Lira a suspirar”. “Vem” e “Que pensas?”. Acesso via : https://www.escritas.org/pt/rita-barem-de-melo
“Vem”: Acesso http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia183.html
“Jesus”, “Kardec”, “Chico”, “Temas”. Acesso via http://bibliadocaminho.com/ocaminho/txavieriano/livros/Cea/..%5C..%5C..%5CTematica/BI/R/BiR20.1.htm
“Minha Lira a suspirar”. Acesso via: http://amoratravesdotempo.blogspot.com/2008/12/minha-lira-suspirar-rita-barm-de-melo.html
Referências:
Lopes de Oliveira, Américo. “Escritoras brasileiras, galegas e portuguesas”. s.l. Tipografia Silva Pereira, 1983, 24.
Caldre e Fião, José António do Valle. “Esboço Biographico. Rita Barem de Mello”. Revista Mensal da Sociedade Parthenon Litterario. 2ª série, 2ºo ano, Fevereiro de 1873, nº2, pp. 29-59. Acesso via: https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAIQw7AJahcKEwjIzqi6vdr_AhUAAAAAHQAAAAAQAw&url=https%3A%2F%2Febooks.pucrs.br%2Fedipucrs%2Facessolivre%2Flivros%2Fpartenon-literario%2Fassets%2Fdownloads%2F1873-02.pdf&psig=AOvVaw17DpF32DNGbDNEbTKPlmqX&ust=1687647091946584&opi=89978449
Schüler, Donaldo. “A guerra nos versos de duas poetisas do século passado”. In: Letras de Hoje. n.18, 1985, 65-74. Acesso via: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/viewFile/17498/11231
Silveira, Cássia Daiane Macedo da. “Mulheres e vida pública em Porto Alegre no século XIX”. RevistA Estudos Feminitas, n.24, Janeiro 2016. Acesso: https://doi.org/10.1590/1805-9584-2016v24n1p239
Strelow, Aline. “Primórdios da imprensa literária no Rio Grande do Sul – a história do jornal ‘O Guayba’”. In. Revista Intercom- RBCC, São Paulo, v.39, n.2, agosto 2016, pp. 19-38. Acesso via: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjY8q-lrtr_AhVzK7kGHUsMAN84MhAWegQIHBAB&url=https%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fj%2Finterc%2Fa%2FLFkN4gdZTsrFqYpC89jmCNP%2F%3Fformat%3Dpdf%26lang%3Dpt&usg=AOvVaw2EV0co4n275Yj3z5edSPD1&opi=89978449
(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.
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