Unir esforços por um novo campus federal em Santa Maria – por Valdeci Oliveira
“Sediar um campus do IFFar é o desejo de muita gente, pois a demanda existe”
No mesmo dia em que este artigo é aqui publicado (23 de junho), Santa Maria sediará um importante debate ligado à ampliação do acesso à educação superior, básica e profissional no Rio Grande do Sul. Para estarem na Câmara de Vereadores, a partir das 16 horas, foram convidados representantes do legislativo e executivo municipais, secretaria de educação, entidades sindicais e empresariais, educadores, gestores do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), coordenadoria regional de educação e grêmios estudantis para discutir a proposta de expansão do Instituto no estado, com a criação de um campus na cidade.
Trata-se de uma ótima oportunidade de a sociedade em geral se manifestar sobre uma pauta cujo resultado – e não o seu fim – dialoga com a inclusão social, com o conhecimento – em seus aspectos difusor e de aprendizado -, com o desenvolvimento econômico e, principalmente, com a cidadania.
Também será a oportunidade desta mesma sociedade dizer que sim, Santa Maria tem vocação, é um polo educacional qualificado e reconhecido nacional e internacionalmente, tem disponibilidade e tem interesse. Sediar um campus do Instituto é um jogo em que não há derrotados. Ganha a cidade, ganha a região, ganha o Rio Grande do Sul.
Costumo dizer que felizes são aqueles cujas mobilizações não são para evitar retrocessos ou perdas de direitos, mas para ampliar conquistas. E para isso é preciso aproveitar o momento – que ouso dizer, Histórico -, de reconstrução dos ambientes democráticos, do entendimento oficial de que a educação, a ciência e a pesquisa nunca poderiam ter sofrido os ataques que lhes foram desferidos, da certeza de que investir na formação da sociedade nunca será visto como despesa e, sim, com investimento.
E ter claro que, por mais que um governo tenha este tipo de inclinação, e a depender da correlação de forças e da formação de base parlamentar, ele sempre estará em disputa. E como temos lido nos noticiários políticos, em grande parte das vezes por diferentes e antagônicas forças cujos interesses são distintos. Ter claro também que envolve disputa por orçamento, por direcionamento dos recursos em tempos de limitações, pelo convencimento, pela negociação com quem pensa diferente.
E foi com este entendimento – de que é preciso se manifestar, mobilizar, aglutinar desejos, usar em favor os acúmulos de lutas anteriores e trabalhar na articulação política e institucional – que propus à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, em parceria com meu colega de bancada Jeferson Fernandes, a realização de algumas audiências públicas no estado e que deverão ocorrer também nas próximas semanas em Santiago e São Luiz Gonzaga.
E para contribuir no debate, para que a ideia avance, tenho mantido permanente articulação e diálogo junto ao ministro Paulo Pimenta, da Secom, e à professora Carla Jardim, ex-reitora do IFFar e atual diretora de Políticas e Regulação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC). E somado esforços com a reitora do Instituto, Nídia Heringer, com a professora e pró-reitora de extensão Ângela Marinho, e diversos outros entusiastas e defensores da proposta no meio acadêmico e estudantil.
Sediar um campus do IFFar é um desejo de muita gente, pois a demanda existe. E para Santa Maria, que reafirmo ser um polo qualificado e que apresenta todas as condições para isso, além de já acolher a sede administrativa da reitoria do Instituto, contar com uma unidade sua significa qualificar ainda mais o cenário hoje existente. Aliás, um ambiente que, por óbvio, também demandou trabalho não menos árduo e resultou na criação da UFSM, a primeira universidade federal criada no interior, fora de uma capital brasileira, que abriu, ao longo do tempo, espaço para mais sete instituições de ensino superior, a Universidade Franciscana (UFN), a Ulbra, a Fadisma, a Fisma, a Fapas, a Faculdade Metodista e a Sobresp, de Ciências da Saúde.
Além da reitoria em Santa Maria – responsável pelos campi de Júlio de Castilhos, Jaguari e São Vicente do Sul -, o Instituto conta com unidades também em Alegrete, Frederico Westphalen, Panambi, Santa Rosa, Santo Augusto, Santo Ângelo, São Borja e Uruguaiana, que juntas somam 4,6 mil matrículas em 40 cursos técnicos integrados; 584 em 19 cursos técnicos subsequentes ao Ensino Médio; e 3,6 mil em 55 de graduação.
Santa Maria acolher um campus do IFFar significa ampliar o acesso da nossa população, principalmente os jovens, à educação superior, básica e profissional públicas e de qualidade. Trata-se de criar novos horizontes do ponto de vista econômico e social.
Fazer parte da família do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha significa espalhar o saber, a inserção, buscar o conhecimento, formar consciências críticas, estimular o pensamento analítico, formular, propor. Por isso, vamos trabalhar e somar forças com diferentes atores, pois Santa Maria é maior que qualquer diferença ou discórdia que porventura exista.
(*) Valdeci Oliveira, que escreve sempre as sextas-feiras, é deputado estadual pelo PT e foi vereador, deputado federal e prefeito de Santa Maria.
Muita ‘vontade politica’ e pouco cerebro dá nisto. Aumentam as vagas (cursos existem para o corpo discente, não para o docente e tecnicos administrativos) sem estudo nenhum (ou com um ficticio, totalmente inventado). As instituições começam a canabalizar umas às outras e todas perdem. Trocentos cursos com meia duzia de alunos(as) cada um. Resultado final (talvez o desejado, supondo que ‘raciocinaram’) é que sobrariam o Instituto Farroupilha e a UFSM (os estatais) que não tem como quebrar. Sim, porque do jeito que está agora, a conta para as privadas já está dificil de fechar. Alas, nem foi mencionado a mudança de paradigma que está em andamento no ensino.
Ingresso no Instituto Federal Farroupilha. Ano 2023. Processo seletivo simplificado para preenchimento de vagas remanescentes e formação de cadastro reserva. Quais vagas? Só as mais importantes. Alegrete: 21 vagas em biologia, 30 vagas para licenciatura em matematica, 29 para quimica, 37 para tecnologia dos alimentos, 38 vagas para tecnologia em produção de grãos. Frederico Westphalen, 22 vagas para matematica. Jaguari, 33 vagas para sistemas eletricos. Santa Rosa, 19 vagas em biologia e 16 vagas em tecnologia dos alimentos. Santo Angelo, 30 vagas para licenciatura em computação. São Borja, 28 vagas em fisica. São Vicente do Sul 24 vagas em quimica. Cursos noturnos.
‘[…] é um desejo de muita gente, pois a demanda existe’. Obvio que a claque de Aideti ‘deseja’ o campus. ‘Demanda existe’, mas como sempre, só no ‘qualitativo’ Muito bom eleitoralmente. Também serve de cortina de fumaça para os verdadeiros problemas da urb. Buracos nas ruas, falta de leitos, decadencia economica (que desejam resolver com mais folha de pagamento de servidores publicos), etc.