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Eleições 2010. Jobim, um fato novo. E que preocupa bastante setores importantes do PT

Ok, ok, ok. São vários os fatores que tornaram absurdamente caótica a aviação civil brasileira. Não poucos vêm de longa data, ultrapassando vários governos. A militarização do setor pode ser um deles. A ingerência absoluta das companhias na definição das políticas pode ser outro. A corrupção provável e que beneficiou muita gente na construção de aeroportos é uma terceira, muito provavelmente. Tudo isso, e muito mais, concorre para a esculhambação vivida hoje.

 

Dito isto, também é óbvio que a bagunça total do setor tem uma importante contribuição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Inclusive com a escolha equivocada de lideranças da Infraero e até mesmo da hoje execrada Anac, a agência reguladora criada, sim, nos tempos de Fernando Henrique Cardoso.

 

É possível afirmar, sem chance alguma de erro, que a falta de autoridade visível na área incentivou ao desleixo, que agora vêm à tona da forma pior possível – um acidente (do qual não se conhecem, não adianta dizer o contrário, as causas) em que morreram cerca de duas centenas de pessoas.

 

É onde entra Nelson Jobim, o santa-mariense que acaba de assumir o Ministério da Defesa. Não se sabe se o professor, ex-deputado, ministro e presidente do Supremo é expert em aviação. Apostaria, inclusive, que não. No entanto, ele tem o que falta a todos os que assumiram a bronca, até aqui: autoridade. E é com ela, seja por sua capacidade intelectual ou de liderança, que vai tratar (e já está tratando) o assunto. E, o que é mais importante, com “carta branca” do Presidente da República. Que, antes de seu aliado, é amigo. Mas sem ser o chefe. Se me entendem.

 

A tarefa de Jobim é gigantesca. Mas há um consenso: ele pode, sim, dar um jeito no caos. O que significa isso? Que as pessoas subam num avião na hora certa, e com segurança. Nada além disso. O que é muito. O que é tudo. Se isso der certo – a questão da estrutura virá paralelamente. E será entendida pela população.

 

Feito isso, num prazo razoável (há quem imagine seis meses, o que pode ser), se estará diante de alguém com estatura suficiente para ser até mesmo candidato a Presidente da República. E com o apoio (que todos desejam) do atual. Para constar: Nelson Jobim é formalmente do PMDB – mas tem pontes e amigos inclusive, ou especialmente, na oposição. Mas é peemedebista, portanto, da coligação governista. E ninguém poderá fazer nada se Lula resolver banca-lo como seu nome para o Palácio do Planalto.

 

Depois de tudo o que escrevi acima, quem ainda acha que seja possível explicar por que o PT, ou boa parte dele, a graúda, a que tem pretensões legítimas, está nervoso? Hein?

 

 

SUGESTÃO DE LEITURAconfira aqui o artigo “Por que Jobim incomoda ao PT”, de Helena Chagas, na coluna “Descomplicando a Política”, publicada no Jornal de Brasília e reproduzida no Blog dos Blogs.

 

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