Por Paulo André Dutra / Da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm)
Em assembleia na manhã desta quinta-feira (6), os professores municipais de Santa Maria decidiram declarar Estado de Greve. A decisão vem após quatro meses de tentativas infrutíferas de avanço nas negociações com o Governo Jorge Pozzobom para o reajuste salarial da categoria. A data-base para o funcionalismo municipal é março.
Aprovada por ampla maioria da assembleia realizada em frente ao Centro Administrativo Municipal, o Estado de Greve se estende até 31 de julho, data marcada no calendário da rede municipal para o fim do recesso. No entanto, os professores decidiram não retomar as aulas nesta data, mas realizar atividades de esclarecimento envolvendo as comunidades escolares em nova paralisação seguida de assembleia, a fim de avaliar o movimento e as respostas do governo às reivindicações.
O boicote às atividades da Secretaria Municipal de Educação também está aprovado. Por pequena margem, a operação tartaruga ficou de fora.
Diálogo
Durante o ato, representantes da administração entraram em contato com os vereadores Valdir Oliveira (PT) e Luci Duartes – Tia da Moto (PDT) para que uma comissão fosse formada e se reunisse com o vice-prefeito Rodrigo Décimo. A assembleia decidiu que abriria espaço para uma fala do governo na rua, mas não em gabinetes. O chefe de gabinete de Pozzobom, Alexandre Lima, foi ao ato e afirmou que haveria disposição de retomar o diálogo e estabeleceu compromisso de uma nova rodada de negociações até 17 de julho.
“Com todo respeito ao chefe de gabinete, não é com ele que devemos falar. Queremos ouvir Pozzobom ou mesmo o vice. Infelizmente o prefeito sempre está viajando quando os professores se mobilizam e o vice não se dispôs a descer”, destaca a coordenadora do Sinprosm, Juliana Moreira.
Campanha Salarial
O Sinprosm reivindica a equiparação do primeiro nível da carreira do magistério com o piso nacional da categoria, atualmente defasado em 60%. De forma emergencial, luta pelo reajuste de 14,95%, mesmo índice aplicado ao piso nacional da categoria em janeiro pelo Governo Federal.
Esta foi a quinta paralisação da categoria na atual campanha salarial. Desde março, a entidade sindical esteve reunida em três oportunidades com a administração municipal, sem que haja perspectiva clara de definição para a revisão salarial. À imprensa, recentemente, Pozzobom afirmou que o governo encaminhará o assunto apenas em agosto.
Estado de Greve
Como instrumento legítimo dos trabalhadores, um movimento grevista compreende etapas de organização e mobilização. O Estado de Greve é uma situação em que a categoria prepara, debate o processo de luta e alerta os empregadores sobre a possibilidade de paralisação permanente. Difere do Indicativo de Greve por não haver prazo, podendo ou não culminar em uma deflagração de greve propriamente dita.
Por 48 dias, em 2021, o Sinprosm esteve em greve ambiental contra o retorno às atividades presenciais durante a pandemia da Covid-19, porém se manteve em trabalho remoto. A última greve deflagrada pelos professores municipais aconteceu em 2000, motivada pelo atraso no pagamento dos salários pelo Governo Osvaldo Nascimento. “De lá para cá, o diálogo sempre se impôs. Pozzobom vai querer ter uma greve em seu currículo como prefeito?”, questiona Juliana.
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