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O comício – por Maiquel Rosauro

Uma vez teve um comício lá em casa. Eu não lembro exatamente o ano, mas creio que ocorreu quando eu estava lá pelo fim do Ensino Fundamental, em algum momento dos anos 1990. A mãe era professora do município e fazia campanha para o Sérgio Cechin.

Foi naquele dia que descobri que nós tínhamos uma quantidade quase infinita de assentos. Meus avós usaram tudo o que encontraram em casa e colocaram nos trilhos da garagem para receber os convidados. Tinha mais gente lá no pátio do que no vizinho que fazia jogo do bicho.

Apesar de Cechin ser o candidato, os eleitores queriam mesmo era ouvir outra pessoa: José Haidar Farret. Quando chegou, ele logo virou o centro das atenções. Também pudera, ele perguntava o nome da rua em que cada vizinho morava e falava das ações que tinha feito nas vias.

Novas linhas de ônibus e algumas obras no bairro eram os principais pedidos da vizinhança. Ao fim do evento, a vó apareceu com um monte de refrigerantes e sucos para o pessoal.

Aquele foi o primeiro e único comício que ocorreu lá na casa dos meus avós. Mas lembro que não deu muito certo, pois Cechin perdeu naquele ano. E hoje, acho que minha mãe se posiciona mais à esquerda do que naquela década.

Se o comício fosse realizado nos dias atuais, seria bem diferente. Para começar, haveria menos bajulação e mais cobrança. Curiosamente, onde morávamos, a Rua das Açucenas, no bairro Patronato, hoje continua do mesmo jeito ou pior do que nos anos 1990. Sem falar no nosso vizinhão, o Cemitério Ecumênico Municipal, abandonado há tempos pelo Executivo.

Sem falar na buraqueira e na insegurança. Todas as casas lá no bairro Patronato hoje têm grades e algumas possuem câmeras de vigilância e cercas elétricas. O bairro mudou ao longo dos anos, e para pior. O problema certamente não foi a falta de comícios na vizinhança.

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