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BASQUETE. “O maior desafio era sempre o próximo jogo”, diz o treinador das gurias campeãs dos JUBs

Time da UFSM levantou título da 3ª divisão do torneio, na semana passada

Por Pedro Pereira

Após conquista dos JUBs, em Santa Catarina, treinador das gurias da Federal, Renato Coutinho, quer montar “Liga Gaúcha de Basquete” adulta (Foto NIEEMS/Divulgação)

Na sexta-feira passada (20), em Joinville, Santa Catarina, o time feminino de basquete da UFSM se consagrou campeão da terceira divisão dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) de 2023. O título veio para o Coração do Rio Grande após as santa-marienses baterem o elenco do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), pelo placar de 52 a 41, na grande final.

As gurias da Federal haviam sido alocadas no grupo B e, para avançarem ao mata-mata, venceram a equipe da Faculdade Católica de Rondônia, por 57 a 25, e o da Unicesumar, de Roraima, por 84 a 18. Ainda na fase de grupos, elas caíram por 39 a 36 para as tocantinenses – das quais se vingaram na decisão do torneio. Na semifinal, o triunfo foi em cima da Universidade Vila Velha (UVV), do Espírito Santo, por 46 a 28.

A delegação da Universidade na modalidade é composta pelas atletas Evelyn Spengler, Nathália Garske, Bianca Revers, Jess Wesner, Giovanna Kist, Mévilyn Lisboa, Viviane Nunes, Daiane Wagner, Ana Clara Vargas, Cecília Luczynski, Marina Ferreira e Luiza Quoos. Na comissão técnica, Renato Coutinho é o treinador e Eduardo Friedrich o auxiliar. Eles contam com o apoio do grupo do Núcleo de Implementação da Excelência Esportiva e Manutenção da Saúde (NIEEMS).

Além da conquista recente, o Basquete Feminino da UFSM é bicampeão dos Jogos Universitários Gaúchos (JUGs) – na etapa nacional de 2022, porém, o esquadrão alcançou somente a medalha de bronze. Para entender como foram as santa-marienses nos JUBs deste ano, a preparação e, também, a visão do elenco para o futuro, o Site conversou com o comandante. Confira o que ele disse:

Site. Na etapa inicial, vocês só não saíram invictos por conta de uma derrota para o time do IFTO. Na grande final, entretanto, vocês ganharam justamente delas. Qual foi a sensação de ter conquistado o título e, ainda por cima, vencer todas as oponentes que enfrentaram?

Renato Coutinho. Muito boa. A derrota na primeira fase acendeu um sinal de alerta. O time de Tocantins tinha uma marcação muito forte, muito pesada. Naquele dia, nós não conseguimos colocar o nosso ritmo de defesa e perdemos. O nosso ataque também não foi bom. No entanto, ao encontrá-las novamente nós conseguimos nos preparar de uma maneira melhor. Fizemos os ajustes táticos, tanto de defesa quanto de ataque, e conseguimos a vitória mostrando, então, a qualidade da nossa equipe e a nossa superioridade em todos os aspectos na final.

Foi bem interessante porque as meninas, quando a gente perdeu para a equipe de Tocantins, já saíram da quadra dizendo “vamos encontrar elas na final e vamos ganhar delas”. Isso foi muito importante. Apesar de ser ruim perder, a derrota nos deixou com um nível de concentração muito alto e com muita intensidade, o que fez com que a gente pudesse ser campeão.

Site. Qual foi o maior desafio que vocês encontraram?

RC. O maior desafio para nós era sempre o próximo jogo. Como é uma competição de curta duração, cada jogo é importante. Se tu perde uma partida, daqui a pouco tu compromete a campanha ou pode, até mesmo, cair fora. O maior desafio foi ter que tratar cada jogo como uma nova história, ter concentração, foco e, independente do resultado, conseguir manter o nosso time, que marca muito adiantado, fazendo pressão no adversário.

A parte da organização e da preparação, também. Como na questão de fazer para que as atletas que fazem cursos diferentes, que estudam e trabalham em turnos diferentes, conseguissem conciliar isso com a preparação física, técnica e tática da equipe. É bastante complexo.

Site. Para você, qual foi o principal fator para conseguir o bom desempenho e levantar o troféu dos JUBs deste ano?

RC. O objetivo em comum das atletas e da comissão técnica. Nós temos um grupo, como eu falei antes, que tem diferentes personalidades, estudantes de diferentes cursos e pessoas com origens diferentes, mas todas elas tem uma mesma meta. Esse desejo de ser campeã, de jogar junto e de subir de nível nos jogos fez com que, apesar dessas das diferenças e das divergências, toda a equipe tivesse um objetivo em comum. Quando todo se reúnem e conseguem dar o melhor de si em prol dessa missão coletiva, o resultado normalmente é positivo.

Site. Esse foi o segundo JUBs consecutivo que vocês jogam. De 2022 para 2023, como você vê a evolução do time?

RC. O projeto iniciou em 2022. Então, quando nós fomos para os Jogos Universitários Brasileiros do ano passado, o time havia recém sido iniciado. Inclusive, eu tinha chegado há pouco tempo na UFSM, apenas dois meses antes da competição. Para esse ano, a mudança está muito associada à preparação.

Nós conseguimos fazer uma seletiva para novas atletas, com cinco alterações no elenco de 2022 para 2023. Tivemos acréscimos de qualidade e também na questão dos treinos. Nós montamos uma programação de atividades envolvendo preparação física, alimentação, preparação tática e tudo isso resultou na elevação da qualidade da equipe.

Além disso, o time ficou mais maduro. Eu comentei, inclusive, com as meninas. No ano passado, nós fomos e ficamos no 3º lugar e, a partir daquele resultado, nós conseguimos entender como funciona a competição, o nível de qualidade das adversárias e o que a gente precisava para poder ser campeão. Ir subindo degrau a degrau.

Site. Como fica agora para 2024? Vocês estão, automaticamente, na 2ª divisão? Vocês ainda terão que disputar os JUGs?

RC. Para 2024, o Rio Grande do Sul está garantido na segunda divisão. Não é uma vaga que pertence à UFSM, mas sim ao Estado. Então, no ano que vem nós teremos novamente que disputar os Jogos Universitários Gaúchos.

A ideia é manutenção do projeto e tentar ampliar a cada semestre ou ano. A UFSM tem o ingresso de novos atletas e a formatura de outras, então sempre vamos ter esse movimento de renovação. A ideia é qualificar alguns processos de preparação e tentar trabalhar da melhor maneira possível para tentar ficar entre os três melhores da segunda divisão de 2024 para, enfim, tentar jogar a primeira divisão dos Jogos Brasileiros Universitários de 2025.

Site. Como você define a temporada de 2023 do time? Vocês ainda têm alguma outra competição a disputar neste ano?

RC. A temporada foi excelente. O nosso objetivo principal, que era sermos campeões brasileiros universitários, nós conseguimos. Para o ano que vem, a gente já está trabalhando, junto de outras equipes do Rio Grande do Sul, para fazermos com que o nosso projeto de basquete tome a frente na constituição de uma “Liga Gaúcha de Basquete”, tanto masculina quanto feminina.

Hoje, nós não temos um campeonato estadual de basquete adulto, mas somente nas categorias de base. Então, nós estamos articulando com colegas de outros municípios para tentarmos formar esse torneio de maneira autônoma e independente para que a gente possa ter um calendário de competições maior. Atualmente, nós temos poucas competições. Em Santa Maria, por exemplo, nós não temos um citadino de basquete feminino, somente masculino.

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