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UFSM. “Roda de conversa” apresenta os frutos e o benefício da relação extensionista com a sociedade

No evento, as ações de dois projetos culturais foram apresentadas ao público

Foi mostrado o Projeto Inspira, que leva momentos recreativos a mães que cumprem pena no Presídio Regional (Foto Ana Alícia Flores)

Por Pedro Pereira / Da Agência de Notícias da UFSM

Na tarde da quarta-feira (22) foi realizada a roda de conversa “Extensão universitária: contribuições na formação e atuação profissional”, no Audimax, no Centro de Educação (CE). O evento teve como objetivo ilustrar os benefícios dos laços entre a UFSM e a comunidade em geral através de duas iniciativas práticas: o curso de extensão “Gestão de Processos Criativos em Música: Experiências, Tecnologias e Ambiente Digital” e o Projeto Inspira.

Para abrir a atividade, a diretora do Jardim Botânico, Simone Gomez, teceu falas acerca da importância do caráter extensionista no desenvolvimento da Universidade como instituição de ensino. A servidora destacou a união de fatores como interdisciplinaridade, interprofissionalidade e o uso de boas metodologias como essenciais para a democratização da UFSM com a sociedade.

Após a abertura, as professoras do CE Graziela Lima e Márcia Paixão exibiram aos presentes o trabalho do Projeto Inspira, que tem como finalidade proporcionar momentos recreativos entre mães que cumprem pena no Presídio Municipal de Santa Maria e seus filhos, para que mantenham o vínculo afetivo. As ações, que também envolvem questões educativas e pedagógicas, são organizadas junto à Pró-Reitoria de Extensão (PRE).

Por fim, os docentes Luís Fernando Lazzarin, do CE, Patrício Contreras e Guilherme Barros, ambos do Centro de Artes e Letras (CAL), falaram sobre o curso de extensão “Gestão de Processos Criativos em Música: Experiências, Tecnologias e Ambiente Digital”. Os cantores e alunos da iniciativa Paulo Ricardo Peixoto, o Cardo Peixoto, e Tatiana Pureza apresentaram músicas autorais, como também de outros artistas do Rio Grande do Sul, para finalizar o evento.

Professores dos Centros de Educação e de Artes e Letras falaram sobre o curso “Gestão de Processos Criativos em Música: Experiências, Tecnologias e Ambiente Digital” (Foto Ana Alícia Flores)

Investida da UFSM na música

Criada pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão Educacional e realizada no segundo semestre de 2022, a atividade foi estruturada em formato híbrido, com aulas teóricas, e abrangeu cinco áreas temáticas. São elas: contextos musicais contemporâneos, indústria criativa, produção de áudio e vídeo, produção de conteúdo para mídias digitais e práticas colaborativas em música.

Com a meta de promover a qualificação de músicos independentes, o curso também teve como propósito viabilizar a comunicação e a troca de experiências entre os artistas, ao mesmo tempo em que forneceu ferramentas teórico-metodológicas e conteúdos específicos para que pudessem expandir seu leque de habilidades e competências para a atuação profissional. Ao final, os participantes tiveram a oportunidade de gravar um produto audiovisual, a partir de uma composição própria para publicação no YouTube.

Favarin, coordenador da iniciativa, acredita que a proposta é encantadora tanto aos envolvidos quanto à UFSM, no que diz respeito à extensão. “O projeto abre espaço para que a sociedade tenha acesso à diversidade de práticas e conhecimentos musicais existentes em um permanente diálogo e interação entre os saberes que circulam em diferentes instâncias culturais”, disse o professor.

Valor do ensino na música

Há 40 anos no meio artístico, sendo 20 na área de produção, Cardo Peixoto é natural de Pelotas e revela que nunca havia feito aulas para aprender direções e conceitos diversos da técnica da música. Entretanto, no período da pandemia, sentiu falta de alguns conhecimentos “científicos” acerca da área. Para ele, a atividade foi essencial neste quesito.

“O curso me deu uma maior facilidade em usar e entender as lógicas das ferramentas, o que ajudou bastante a melhorar o meu trabalho. Eu aprendi o nome de algumas coisas que eu já fazia, mas não sabia como se chamava, e caminhos mais simples para chegar a resultados que eu só encontrava por sentidos complicados. Foi bem importante”, relatou o cantor.

Para Tatiana, nascida em Canguçu, a iniciativa chegou em sua vida em um momento importante, visto que foi fundamental para que as “brincadeiras” que fazia em casa evoluíssem. Como também é fotógrafa e, no curso, adquiriu conhecimentos em etapas além do canto, ainda conseguiu unir duas coisas que gosta muito: imagem e som.

“Não fazia ideia do quanto a atividade poderia me auxiliar no processo criativo de traduzir com ainda mais autenticidade a minha arte para o mundo. Quando a gente conhece mais profundamente esse universo da música, conseguimos ter uma percepção muito maior e desenvolvemos muito mais sensibilidade às obras”, declarou a artista.

Passado o ensino e a realização das produções audiovisuais, os professores do CAL comentam com positividade os resultados atingidos. “Eu gosto muito da qualidade alcançada. Mas isso se deve à solidez e ao tipo de produto musical que eles oferecem, que tem muita maturidade, seja técnico, seja instrumental, seja musical. Eram pessoas que estavam prontas para produzir”, contou Contreras.

De acordo com Barros, “os produtos e os resultados foram até acima das expectativas. Ficamos bastante felizes com os resultados, tanto dos materiais artísticos que a gente produziu aqui, quanto com o contato que a gente teve com todos os músicos”. A intenção é que uma segunda edição do projeto – desta vez, totalmente presencial e no formato de “curso de verão” -seja realizada. Entretanto, ainda não há nada certo.

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