Por Pedro Pereira
No domingo passado (10), o Porto Alegre Pumpkins, time de futebol americano da capital e rival do Santa Maria Soldiers desde os primórdios do cenário gaúcho, foi derrotado pelo Ocelots FA, da cidade de Jundiaí, São Paulo, e ficou com o vice-campeonato da segunda divisão do Campeonato Brasileiro (Brasileirão D2). Na equipe gaúcha, que perdeu por 28 a 27, rostos conhecidos da torcida verde-preta marcaram presença: três atletas do “Exército” do Coração do Rio Grande vestiram o laranja para a disputa do certame.
Isso foi possível uma vez que os esquadrões participaram de torneios nacionais diferentes neste ano. Enquanto os “Abóboras” fizeram parte da competição promovida pela Confederação Brasileira da modalidade, os santa-marienses encararam a Liga Brasileira de Futebol Americano (Liga BFA), organizada pela Associação de Clubes de Futebol Americano (ACFA). Os Soldados em questão são Rafael Sigalles, Felipe Nunes e, o eleito MVP (Most Valuable Player – Jogador Mais Valioso, em português) do Campeonato Gaúcho de 2023, Douglas Torres.
O destaque do Exército no Estadual desta temporada – vencido pelos representantes do Coração do Rio Grande – conta que as expectativas do esquadrão porto-alegrense estavam bem altas acerca da conquista do troféu. “A gente acreditava que tínhamos condições de sermos campeões. O resultado em si foi muito próximo, nos detalhes. A final foi decidida por um ponto, isso mostra o equilíbrio técnico das equipes”, contou o atleta.
Tudo pela evolução
Desde 2014 envolvido no cenário de futebol americano do Rio Grande do Sul, Torres é integrante do Soldiers desde o segundo semestre de 2022, quando deixou o Canoas Bulls para buscar novos desafios e evoluir no esporte. Na metade final daquele ano, o time de Santa Maria alcançou a medalha de prata da Conferência Sul da Liga BFA. No Gauchão, o verde-preto foi vitorioso – nesta época, porém, o jogador ainda estava em seu primeiro clube.
Wide receiver (recebedor) e retornador de origem, o atleta revela que, conforme a necessidade do elenco, fica à disposição para atuar em outras posições. Morador de Porto Alegre, ele e um grupo de Soldados vêm ao Coração do Rio Grande de 15 em 15 dias para praticar com o time, que atualmente realiza os treinos no Estádio dos Eucaliptos, do Riograndense Futebol Clube.
Torres explica que a ida dele e de seus dois colegas do Exército, que também residem na capital gaúcha, aconteceram em função das dificuldades que encontravam para seguir vindo a Santa Maria quinzenalmente. “Após o Gauchão, no segundo semestre, alguns compromissos particulares acabaram afunilando nossa rotina e paramos de conseguir ir à cidade no mesmo cronograma”, relatou o retornador.
Dessa forma, o trio procurou a direção do Soldiers para propor que, ao invés dos atletas ficarem parados e sem treinar, passassem a fazer parte das práticas do time de sua cidade, o Pumpkins, com a ideia de manter o ritmo em campo, visto que as datas de partidas não seriam um empecilho. A ideia dos Soldados integrarem a equipe no Brasileirão D2, todavia, foi dos próprios porto-alegrenses, que perceberam uma sinergia entre os jogadores e seu plantel.
Obstáculos na “jornada dupla”
De início, o então head coach do Exército, o mexicano Erick Pérez, ficou preocupado com o possível desgaste físico e, segundo Torres, não pareceu gostar da ideia. Ele, inclusive, sugeriu que os três praticassem somente entre si. Entretanto, o retornador afirma: “para nos mantermos em atividade, nós não conseguiríamos preparar muita coisa somente entre nós, ainda mais quando comparado a treinar com o grupo”.
O atleta, contudo, deu sua palavra ao treinador de que o trio “continuaria firma na preparação física para amenizar ao máximo qualquer risco de lesão”. O acordo seguiu sendo discutido com a direção do Soldiers, que aceitou, com a ideia de que os jogadores sempre dessem prioridade ao esquadrão santa-mariense.
Passada a experiência de “jornada dupla” no futebol americano, além das atividades pessoais, o retornador define a questão da logística como maior impasse na história. “Ainda que não tivéssemos treinos ou jogos no mesmo dia, tínhamos basicamente toda semana. Se em um sábado a gente foi jogar em Santa Catarina com os Soldiers, no outro final de semana já tinha uma viagem para o Paraná com o Pumpkins, e assim sucessivamente”, declarou Torres.
O que está por vir
Apesar das dificuldades, o jogador garante que, por ser competitivo e gostar de estar em campo, de jogar, não negaria viver a experiência novamente. “Por mais corrido que tenha sido, eu gostei. Mas só mais para frente mesmo para ver isso”, disse o atleta. Antes das competições nacionais começarem, ele tem um compromisso com o Soldiers: o Campeonato Gaúcho, que deve começar no mês de março.
Em 2024, será realizada a 14ª edição do Estadual de futebol americano. Os Soldados, maiores campeões, possuem oito taças do torneio em sua prateleira – sendo seis destes títulos conquistados de forma consecutiva, de 2016 a 2023. Nas duas últimas grandes finais, o Exército encarou o Pumpkins para decidir o título. O novo técnico dos santa-marienses, que ocupará o lugar de Pérez, deve ser anunciado nas primeiras semanas do próximo ano.
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