KISS. União no luto e debates sobre a impunidade encerram evento para lembrar 11 anos da tragédia
Atividades aconteceram para homenagear os 242 meninos e meninas mortos
Por Lenon de Paula (com fotos de Guilherme Brum) / Da Assessoria de Imprensa da Prefeitura
A Prefeitura apoia a Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) na realização das atividades em alusão aos 11 anos da tragédia na Boate Kiss. Na noite deste sábado (27), foi realizada a segunda e última noite de programação em um palco montado na frente do prédio onde funcionava a Boate Kiss, na Rua dos Andradas, 1.925. A iniciativa foi transmitida ao vivo pela TV OVO e pode ser assistida na íntegra aqui.
Perto das 19h começou o primeiro painel de discussão, intitulado “A vida impactada por uma tragédia”. O painel foi mediado pelo psicanalista e coordenador do Santa Maria Acolhe, Volnei Dassoler, e reuniu Darlei Constante Pisetta, pai de Bernardo Augusto Manzke Pisetta, que aos 14 anos foi uma das 10 vítimas do incêndio em um alojamento do Flamengo, em dezembro de 2021; Josiane Melo, sobrevivente do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho e uma das fundadoras da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho (Avabrum) e Gabriel Rovadoschi Barros, atual presidente da AVTSM e sobrevivente da tragédia da Boate Kiss. Na ocasião, cada um compartilhou sua experiência na luta pelos direitos dos familiares, por justiça e enfrentamento à impunidade.
Na sequência, o público apreciou a fala da antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ceres Gomes Victora, que apresentou o dossiê sobre o incêndio na boate Kiss e suas consequências,publicado no periódico “Brasiliana”, revista científica britânica de estudos brasileiros.
O terceiro painel tratou sobre “Lei Kiss e os perigos da flexibilização” e a prevenção como forma de garantir a vida. O painel foi conduzido por João Leal Vivian, engenheiro Civil e doutorando em Engenharia de Segurança ao Incêndio e pós-graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho; e Paulo Carvalho, diretor jurídico da AVTSM e pai de Rafael Nunes de Carvalho, 32 anos, uma das 242 vítimas da tragédia de Santa Maria.
O quarto painel teve como tema “A dor de perder um filho e conviver com a impunidade” e contou com a fala de quatro mães de vítimas que vivenciam situações de impunidade. São elas: Marilia Panontin, mãe de Davi Panontin, vítima de negligência médica dois dias após o nascimento, em julho de 2023; Cátia Goulart, mãe de Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, assassinado em novembro de 2016, com 12 anos, pelo próprio tio, um tenente da Brigada Militar que teria ocultado o crime de estupro de vulnerável; Cibelle Viana Athayde Costa, mãe de Isadora Viana Costa, de 22 anos, vítima de feminicídio em 5 de maio de 2018; e Jacqueline Malezan, mãe de Augusto Malezan de Almeida Gomes, uma das 242 vítimas da tragédia da Boate Kiss. A mesa teve como mediadora Vanessa Solis, psicóloga e integrante do Coletivo de Psicanálise de Santa Maria.
Para compartilhar um pouco das suas histórias e de como a vida se transformou depois da madrugada de 27 de janeiro de 2013, o quinto e último painel tratou sobre “A vida depois da boate Kiss”, trazendo os relatos dos sobreviventes Gustavo Cauduro Cadore, médico veterinário e acadêmico de medicina; Maike dos Santos, designer gráfico; Cristiane dos Santos Clavé, funcionária pública, e Delvani Brondani Rosso, protético.
O evento teve como tema “Justiça e prevenção, para que nunca mais aconteça”, e iniciou na noite de sexta-feira (26) com caminhada e vigília em frente às ruínas da boate. As atividades ocorreram em homenagem aos 242 jovens vítimas da trágica madrugada de 27 de janeiro de 2013, que deixou outros 636 feridos e culminou na maior tragédia do Rio Grande do Sul e a segunda maior do país em número de vítimas em um incêndio.
A Prefeitura de Santa Maria apoiou o evento com a infraestrutura de palco, lonas, sonorização, cadeiras e banheiros químicos. Agentes da Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana (CTMU) e da Guarda Municipal atuaram nas vias próximas para orientar motoristas e pedestres, e também auxiliaram na segurança na Praça Saldanha Marinho e na Rua dos Andradas durante toda a programação. Profissionais psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais do Santa Maria Acolhe ofereceram acompanhamento psicossocial durante o evento. A iniciativa também contou como apoio de TV OVO, Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria (Cacism), Silvio Joalheiro, H20 Produções, Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, Carrefour Supermercados e Planalto Transportes.
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