Reproduzido do Site do Correio do Povo / Material assinado por Flavia Bemfica
Nesta quarta-feira, o deputado Adolfo Brito (PP), que completa 74 anos em maio, assumirá a presidência da Assembleia Legislativa gaúcha. Ele está no exercício do oitavo mandato consecutivo, tendo sido eleito deputado estadual pela primeira vez em 1994. Natural da localidade de Posse do Caçador, hoje pertencente ao município de Segredo, o parlamentar se orgulha de sua origem humilde, a partir da qual exerceu diferentes atividades profissionais, entre elas a de locutor de rádio. O diploma de curso superior foi conquistado em 2013, com a graduação de tecnólogo em Processos Gerenciais.
Na política, obteve seu primeiro mandato em 1982, como vereador, em Sobradinho. Antes de chegar à Assembleia, foi eleito prefeito da mesma cidade, em 1988. Para este ano em que comandará o Legislativo, o deputado elegeu como prioridades os temas da reservação de água, irrigação e piscicultura. Brito é autor de um dos polêmicos projetos em tramitação na Casa que tratam da alteração do Código Estadual do Meio Ambiente, e que, entre outros pontos, propõe mudanças em relação à reservação de água.
Quais serão suas prioridades à frente do Legislativo?
O tema principal ao qual vamos nos dedicar é o da reservação da água, irrigação e piscicultura. São projetos para alteração de algumas questões que temos hoje, devido às quais nossos agricultores acabam com dificuldades em fazer açudagem. Vamos trabalhar a questão da legislação juntamente com o governo do Estado. Já conversei com o governador, com o Ministério Público e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag). E vamos falar com as demais federações que compõem o agro no RS.
De que forma o comando da Assembleia pretende atuar para tratar de reservação de água e irrigação?
Nosso trabalho vai ser para que possamos ter água reservada para irrigação das lavouras no tempo adequado e, também, na piscicultura. Vamos tratar de projetos que possibilitem que o agricultor tenha água reservada para o momento em que precisa. Grande parte dos deputados entende já essa necessidade. Também vamos fazer reuniões regionais.
O senhor pode adiantar ações específicas?
Vamos propor que as pequenas propriedades possam ter seus açudes em local que não atrapalhe o meio ambiente. Também estamos começando tratativas agora para a busca de recursos, o Estado está sendo acionado neste sentido. Obter recursos que pelo menos ajudem no custeio dos juros do que o agricultor vai precisar de investimento para implementar equipamentos para a irrigação. Há muitos locais também em que poderão ser feitos tanques-rede em açudagem, barragens, para piscicultura.
O ano de 2024 começa com assuntos importantes, como a questão da retirada de benefícios fiscais por parte do governo, e os debates sobre a atuação de concessionárias de energia elétrica. Também é ano de eleições municipais. Isto garante que será um ano movimentado?
Vamos cumprir o nosso regimento interno. Há a perspectiva de uma solicitação de CPI das empresas que fornecem energia e tiveram muita dificuldade em suprir os problemas que ocorreram nos últimos dias. Se essa pauta chegar à presidência, vamos proceder como previsto. Se o pedido tiver 19 assinaturas, encaminharemos à Procuradoria, para parecer. O que for estabelecido pela Procuradoria, vamos obedecer. E, se for o caso, dar sequência. Em relação à retirada de benefícios fiscais, aguardaremos o encaminhamento das negociações entre as entidades que representam as empresas e o governo. De repente, sai uma boa negociação, e não haverá necessidade de ser enviado um novo projeto à Assembleia. Mas, se vier, daremos o trâmite normal.
As campanhas para as eleições municipais, não impactam os trabalhos?
Vamos realizar nossos trabalhos e cumprir nosso papel normalmente, com a observância dos prazos estabelecidos. Os deputados sabem da importância de dar sequência às pautas e discussões. É claro que muitos deputados possuem uma agenda forte em seus municípios de origem, e certamente estarão apoiando seus candidatos. Mas isso não gera qualquer dificuldade para a pauta normal da Assembleia.
O PP é a maior bancada governista, com sete cadeiras, ocupa a liderança do governo na Casa e, este ano, também a presidência. Isto garante que siga como a principal sigla de centro-direita do Estado, apesar do aumento da concorrência?
Em 2024, alguma coisa pode mudar em relação à força dos partidos que hoje são os principais. Mas acredito que o PP, o MDB, o PT, o PDT e o PSDB vão, basicamente, manter suas estruturas atuais nos municípios. No PP, temos uma base bem consolidada, e bons nomes. Acho que continuaremos mantendo a boa representatividade no interior e, de repente, permaneceremos o partido com o maior número de prefeitos e vereadores. Mesmo porque teremos muitas coligações. Entendo que mais do que na última eleição municipal. Estamos confiantes.
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Figura que a grande massa nem sabia que existia e que vai ser esquecida rapidamente no futuro.