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Mais um 8 de março! – por Débora Dias

“Um viva para todas as mulheres”. Mas não apenas isso, hoje!

Cá estamos nós de novo no 8 de março! Meu coração sempre fica feliz porque é o dia do nascimento da minha filha Amanda, data que escolhi pro Nascimento. Pra mim sempre vai ser dia de festa, de felicidade, de comemorar a vida do meu grande amor, companheira, dessa mulher maravilhosa que ela se tornou.

Amanda, nasceu em uma data tão significativa e importante, Dia Internacional da Mulher. Data pra lembrar e discutir o caminho de lutas pela concretização dos direitos humanos das mulheres.

A data do dia 8 de março é de comemoração das conquistas até aqui, tantas coisas maravilhosas aconteceram dentro desse caminho longo e árduo pela igualdade de direitos das mulheres.

Nos dados do Fórum Nacional de Segurança, divulgado esse ano, o qual faz um compilado de inúmeros dados estatísticos sobre a segurança pública, um desses dados, constatou que o Rio Grande do Sul é o estado com mais mulheres na Polícia Civil e o terceiro em número de mulheres na Polícia Militar.

Isso é uma conquista! Uma grande conquista, uma profissão estereotipada como masculina e nós  estamos em dezenas e dezenas de mulheres na luta diária contra a criminalidade.

Um combate difícil, perigoso, ás vezes quase desesperador diante de uma sensação eterna do enxugar gelo face á precariedade e até inexiste inúmeras políticas públicas preventivas da criminalidade. Mas estamos nós, mulheres e homens, trabalhando diuturnamente para proteger a sociedade, essa é nossa missão.

Falo das mulheres na polícia  como uma conquista, assim como em outras profissões que originariamente seriam “masculinas”. Tem mulheres em todas as áreas, algumas menos, como na política, mas vamos lá, traçando a história e fazendo história.

Por outro lado, vejo que ainda temos muito a lutar, como no combate ao feminícidio e a violência sexual, apesar de todo trabalho realizado. Essa é uma chaga social, definitivamente não é um problema que pertença somente ao sistema de segurança pública.

E daí fica a reflexão: infelizmente a desigualdade de gênero persiste em nossa sociedade, persiste quando são encaminhados projetos de lei que afrontam os direitos mínimos da mulher, como o direito ao aborto quando ocorreu a gestação decorrente de estupro (um exemplo), em nome de falso moralismo, ‘religião”, mesmo que projetos de leis como esses, os quais afrontam os direitos das mulheres como seres humanos, venham eivados de vícios jurídicos, sem poder subsistência, há que se travar nova batalha sobre o que não deveria ser jamais discutido!

Por que ainda temos que gritar por direitos básicos como liberdade sobre nosso corpo, por não violência sexual, por salários iguais em trabalhos iguais? Por que o básico de direitos fundamentais diuturnamente volta a ser questionado e discutido?

Essa eterna discussão, debate, explicação sobre esses direitos o que acarreta a contestação e nova luta,  essa é a luta feminista, lembrando que feminismo é simplesmente a luta não sobre a sobreposição da mulher ao homem, mas a igualdade efetiva de direitos entre homens e mulheres.

É sobre isso o 8 de Marco!

Um viva para todas nós mulheres, para que um dia  8 de Março seja só uma data para receber flores!

(*) Débora Dias é a Delegada da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICoi), após ter ocupado a Diretoria de Relações Institucionais, junto à Chefia de Polícia do RS. Antes, durante 18 anos, foi titular da DP da Mulher em Santa Maria. É formada em Direito pela Universidade de Passo Fundo, especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes, Ciências Criminais e Segurança Pública e Direitos Humanos e mestranda e doutoranda pela Antónoma de Lisboa (UAL), em Portugal.

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