ELEIÇÕES 2016. Fabiano Pereira, agora ex-petista, é o nome do PSB para a Prefeitura. E o que ele pensa?

O recém-chegado ao PSB, que deixou o PT após 26 anos de militância, Fabiano Pereira, é mais um dos pretendentes à Prefeitura, ainda que oficialmente diga que terá que ser uma decisão do partido. Aos 41 anos, declarou ser autônomo de profissão, em mais uma entrevista ao jornal A Razão, que está trazendo às suas páginas os pré-candidatos de 2016.

Mas, o que ele pensa a respeito, ele que tem a experiência de secretário municipal (Saúde) e estadual (Justiça), vereador e deputado estadual? Vale conferir o material disponível na versão online de A Razão e também publicada na edição impressa desta quinta. A reportagem é de Joyce Noronha, com foto de Gabriel Haesbaert. A seguir:

“Fabiano Pereira,do PSB,é o sétimo político a falar como pré-candidato a prefeito…

… Ainda em meio à poeira da recente troca de partido e sem se apresentar como pré-candidato do PSB ao Executivo Municipal, Fabiano Pereira apresentou opiniões sobre a cidade e o pleito de 2016. Ele, que ficou 26 anos no PT, começou a vida pública no Movimento Estudantil.

Natural de Santa Maria, estudou na Escola Margarida Lopes, onde foi presidente do Grêmio Estudantil. Já quando estava no colégio Manoel Ribas, o Maneco, presidiu a União Santa-mariense dos Estudantes (USE). Depois foi eleito secretário geral da União Brasileira dos Estudantes (UBES). Aos 17 anos mudou-se para São Paulo, onde foi um dos líderes do “Fora Collor”.

Em 1996, retornou para Santa Maria e tornou-se presidente da Associação de Moradores de Camobi. Nesta época, ingressou no curso de Economia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mas não concluiu a graduação, para concorrer a vereador e elegeu-se para o cargo.

Porém, cumpriu as atividades legislativas por três meses. Afastou-se da vereança para assumir como secretário da Saúde. Nas eleições de 2002 concorreu a deputado estadual, se elegendo com 26.285 votos e em 2006 se reelegeu para o cargo.

Depois de concorrer a deputado federal, foi chamado pelo então governador do Estado, Tarso Genro (PT), para assumir a recém criada Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Cargo, que comandou de janeiro de 2011 a março de 2014.

Na última sexta-feira, desligou-se oficialmente do PT e filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro, legenda da qual é o presidente municipal…

… Entrevista Fabiano Pereira

A Razão – Por que o senhor quer ser prefeito de Santa Maria?

Fabiano – Estou assumindo a partir de agora um novo partido, que é o PSB. Não sou o candidato, temos que discutir internamente para ver qual é a melhor alternativa para a cidade. Mas acredito muito que tem uma nova geração que vê Santa Maria e gosta muito da cidade, que sabe que ela tem um potencial muito grande, extraordinário, e com coisas a serem trabalhadas. Acho que a minha vontade é de alguém que faz parte desta nova geração, que deve tudo para a cidade, por que se cheguei onde cheguei e sou o que sou é por causa de Santa Maria. Me sinto na obrigação, como parte desta geração, de dar o meu retorno. É isso que me motiva muito.

A Razão – A troca de partido neste ponto pode afetar a sua imagem como candidato? E concorrer contra um antigo aliado, Valdeci Oliveira, não vai dividir os votos?

Fabiano – Sabemos que ninguém chega a algum lugar sem a ajuda de outras pessoas, de um coletivo. Eu não seria presidente da associação de moradores de um bairro se os moradores não tivessem me ajudado. Não seria vereador, nem deputado, não seria absolutamente ninguém. Por isso sei que tanto eu, quanto ele, crescemos com muita gente junto. A saída do PT é sem criticar ninguém. É só para dizer que queremos ter um espaço para participar. Evidentemente não divide votos, por que há chance de segundo turno e muita coisa pode acontecer. Agora é trabalhar em benefício da cidade.

A Razão – Qual o principal problema da cidade?

Fabiano – Acho que um dos principais, talvez o principal desafio, seja a área da Saúde. Como ex-secretário da pasta vejo a cada dia que ao invés de avançarmos, nós fechamos leitos no Caridade, a Unifra diz que não vai mais abrir o hospital -escola, a Casa de Saúde com dificuldade de atendimentos, o Hospital Regional que não está concluído. Evidentemente este é um grande desafio. E eu diria não só na saúde, por que ela é integral, quer dizer convivência comunitária. Se há espaço de lazer para fazer exercício, para conviver, para assistir shows de cultura, isso contribui com a saúde. Temos que dar qualidade de vida para as pessoas.

A Razão – Qual a sua avaliação do governo Schirmer?

Fabiano – Tem situações em que me indigno. Quando vejo que veio dinheiro do governo federal para fazer doze creches e nenhuma foi feita. Sendo que eu quero colocar creche noturna e não conseguiram nem terminar as creches que estavam previstas, com recurso depositado. Isso não quer dizer que não achamos que o governo não tenha coisas boas. Outro dia conversava com amigos de Arroio do Só e eles contaram que com o Caminhão do Peixe eles quadruplicaram as vendas e a renda. Disseram que falta estrada ainda, mas é uma valorização do trabalho deles…”

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