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FUTEBOL. Direto do interior fluminense, conheça aqui Gustavo Siqueira, torcedor e ‘influenciador alvirrubro’

Professor de geografia, ele mora em Campos e produz vídeos sobre o Inter-SM

Gustavo Siqueira é nascido e criado em Santa Maria e frequentou a Baixada Melancólica na década “de ouro” do clube, nos anos 80

Por Pedro Pereira / com Fotos de Arquivo Pessoal

Em 2024, o Inter de Santa Maria briga pelo acesso à elite estadual 13 anos após a última temporada em que esteve entre os maiores do Rio Grande do Sul. A poucos passos de garantir uma vaga nas quartas de final pela primeira vez desde 2018, o time da cidade conta com o apoio dos torcedores para completar seu objetivo. Um deles é Gustavo Siqueira, adepto do vermelho e branco da Baixada há mais de quatro décadas que, hoje, festeja o sucesso alvirrubro do interior do Rio de Janeiro, através da produção de conteúdo para a internet.

Formado no curso de Geografia da UFSM, Siqueira mora em Campos dos Goytacazes e é professor do Instituto Federal Fluminense (IFF). Como hobby, coleciona camisetas do clube do Coração do Rio Grande e faz vídeos acompanhando a trajetória dos santa-marienses na Divisão de Acesso no canal “Paixão Alvirrubra”, no YouTube. Para ele, a equipe tem plenas condições de finalizar a fase inicial do certame com a 1ª posição do grupo B.

Siqueira iniciou sua caminhada na internet unindo a sua paixão pelo Internacional de SM e pela geografia colecionando uniformes

“Eu acho que o Inter de Santa Maria ‘deu liga’, como se diz na gíria do futebol. Vai subir sem maiores dificuldades. Eu acredito que esse time vai conseguir chegar à elite do futebol gaúcho. Esse é o ano da ascensão do Internacional e da virada de chave da história do clube para projetos maiores, daqui para frente”, afirmou o “influenciador alvirrubro” e torcedor, que crê na prosperidade dos comandados do técnico Daniel Franco.

Anos de glória

Siqueira é nascido e criado em Santa Maria. Além de ter realizado toda a sua formação profissional na UFSM, estudou em colégios como Maneco e João Belém e, não menos importante, cresceu nas arquibancadas do Estádio Presidente Vargas. O professor de geografia conta que sua relação com a agremiação nasceu a partir da parceria com seu falecido pai, que o levava aos jogos para assistir ao grandioso elenco santa-mariense da década de 1980.

Em 1981, a equipe da Baixada se consagrou Campeã do Interior e, na temporada seguinte, disputou a “Taça de Ouro”, equivalente ao Campeonato Brasileiro Série A dos dias de hoje. Nesta última, inclusive, o esquadrão da cidade bateu o Vasco da Gama, do artilheiro Roberto Dinâmite, pelo placar de 3 a 0. O leitor pode relembrar esta história clicando aqui.

Em sua coleção, Gustavo Siqueira tem em torno de 200 camisetas do Inter de Santa Maria

O torcedor revela que, por certo tempo, sua família morou no município de Caçapava do Sul – localizada a cerca de 100km do Coração do Rio Grande – e mesmo assim as idas à casa do Inter-SM seguiram de pé. A paixão era tanta que, em certo momento, houve a tentativa de jogar nas categorias de base do clube. “Eu fui apresentado ao futebol, que é uma das coisas que eu mais amo hoje, através do Internacional de Santa Maria”, declarou Siqueira, emocionado.

Em 2009, entretanto, o professor passou em um concurso e teve a oportunidade de ir ao Rio de Janeiro trabalhar no IFF, precisando deixar para trás a presença constante na Baixada. “Até entendo um pouco porque o Renato, técnico do Grêmio, gosta tanto do Rio”, brincou. Há 15 anos no sudeste brasileiro, ele confessa que até o momento não conheceu ninguém que torça para o Inter-SM em solo fluminense, ainda que não tenha procurado. Suas únicas amizades ligadas ao Alvirrubro são dos tempos de Santa Maria.

Alvirrubro da cabeça aos pés

Na vida do produtor de conteúdo, a geografia e o futebol sempre andaram lado a lado. É com base nisso que o canal Paixão Alvirrubra é criado: para tratar de temáticas do maior esporte do mundo relacionadas com a área. O torcedor explica que o projeto inicial dos vídeos tinha foco no “colecionismo” de camisetas de time. “A minha esposa me deu em um aniversário uma camisa das seleções da Inglaterra e da Suécia, e depois da Argentina. Isso foi alimentando um sentimento de guardar as camisetas e eu comecei a colecionar”.

Último jogo que Siqueira, hoje em Campos (RJ), assistiu do Estádio Presidente Vargas foi na temporada passada, após 15 anos

Contudo, chegou um momento em que o acervo de Siqueira era composto por mais de 2 mil itens e a capacidade do local em que guardava as peças começou a ficar pequena. Dessa forma, se desfez de grande parte dos uniformes e ficou apenas com as do Inter-SM – algo em torno de 200. “Para o Internacional de Santa Maria tem espaço. É o time que eu amo, é o que faz sentido para mim”, relatou o professor, que então iniciou o processo de concentrar a produção de conteúdo à sua equipe do coração.

“Hoje a gente vê vários clubes grandes, médios e pequenos, que têm influenciadores, torcedores que usam as redes sociais e criam conteúdo digital, muitas vezes para criticar, mas também para elogiar, para fortalecer, e eu vi que o Internacional Santa Maria não tinha muitos. De forma bem despretensiosa, eu assisti ao jogo-treino contra o União Frederiquense (no fim de março), fiz um vídeo e gostei do resultado”, contou.

Até o momento, Siqueira “apenas” vem acompanhando os resultados do Alvirrubro no Campeonato Gaúcho Série A2. Ele garante que, futuramente, a ideia é que também haja outros formatos de quadros: “quero contar histórias, resgatá-las. A partir do momento que a gente subir, e eu tenho certeza que a gente vai subir, vai ter todo o tipo de conteúdo para o canal ficar ativo”.

Vídeo mais recente de Gustavo Siqueira no canal Paixão Alvirrubra, no YouTube, sobre a vitória em cima do Lajeadense

40 anos depois

A última partida que o torcedor assistiu “in loco” no Estádio Presidente Vargas foi válida pela fase de grupos da Divisão de Acesso passada, com o duelo entre Inter-SM e Bagé, em maio. Antes, como morador de Santa Maria, esteve presente na eliminação do time da cidade para o Juventude, por 4 a 2, no Gauchão de 2008. Assíduo frequentador da Baixada na década de 1980, o torcedor elenca as semelhanças entre a era de ouro do clube e o período atual: “a garra, a raça, saber jogar em campo ruim, a qualidade técnica e, principalmente, o investimento na base”.

“Deixo meus parabéns para o presidente Pedro Della Pasqua. O Cadinho, criado no Internacional, joga demais. O que nós tínhamos naquele time? Um Robson Centurião, um Gerson Centurião, um Donga… caras que foram criados em Santa Maria. Hoje nós temos Vitelmo, Pedro Callegaro e Eduardo Noal sendo relacionados. Nós estamos valorizando e colocando essa galera jovem na convivência dos profissionais. São receitas que dificilmente falham na hora de estabelecer um projeto”, destacou o produtor de conteúdo. No fim de 2023, Della Pasqua evidenciou ao Site: “um clube sem categoria de base é um clube sem futuro”.

Na liderança da chave, os representantes alvirrubros do Coração do Rio Grande voltam aos gramados neste sábado (29), diante do penúltimo colocado do grupo B, Futebol Com Vida, de Viamão. Embora desconfiado no início, Siqueira assegura que o treinador Daniel Franco, bicampeão da Divisão de Acesso, é o melhor nome para comandar o Inter-SM no momento – e, caso suba, na Série A também. “Eu sou daqueles que acham que não tem que trocar de treinador. O treinador tem que ficar até o final. Se der certo, deu. Se não der, paciência”. O confronto deste fim de semana será no centro de treinamentos do adversário, a partir das 15h.

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