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FEICOOP. Feira começa com a presença de ministros e o lançamento de selo comemorativo à 30ª edição

Evento que teve início nesta sexta-feira segue até domingo, em Santa Maria

Cerimônia de abertura da Feicoop reuniu autoridades de todos os níveis na tarde desta sexta-feira (12) (Foto TV Ovo / Reprodução)

Por Maiquel Rosauro

A abertura oficial da 30ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), na tarde desta sexta-feira (12), demonstrou que  o prestígio do evento segue alto nesta nova edição. A cerimônia, no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria, contou com a participação de dois ministros de estado e com o lançamento de um selo comemorativo.

A primeira autoridade a se manifestar foi a ex-coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill, que participou via vídeo. Ela explicou que não pode estar presente pessoalmente porque está em uma missão da congregação das Filhas do Amor Divino, em Moçambique, na África.

“A Feicoop é uma feira aprendente e ensinante. É muito mais do que se vê e do que se vende. A Feicoop propõe, muito além da comercialização, grandes momentos de seminários, oficinas, debates, rodas de conversa, discussão sobre políticas públicas e experiências augostestionárias na simbologia do Fórum Social Mundial, que veio trazer esse novo mundo possível”, disse irmã Lourdes.

Na sequência, os Correios lançaram um selo comemorativo aos 30 anos da Feicoop. O ato foi simbolizado com o envio de uma correspondência para a irmã Lourdes agradecendo por todo o seu trabalho desenvolvido na feira.

José Carlos Peranconi, o Zeca, atual coordenador do Projeto Esperança/Cooesperança, agradeceu o apoio de todos os parceiros que colaboram para a realização do evento, como Prefeitura de Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Governo Federal, Cáritas, Emater e Fórum Gaúcho de Economia Solidária.

“Juntamente com a feira acontecem conferências, seminários, oficinas, debates, momentos culturais, shows e muitas atividades onde as pessoas se tornam sujeitos participativos e os empreendimentos solidários colocam à exposição dos consumidores uma grande quantidade de produtos oriundos da economia solidária”, disse Zeca, que agradeceu também o apoio das cooperativas e dos deputados e vereadores que destinam emendas parlamentares para realização da feira.

Zeca também destacou que a Feicoop é um local onde se preserva e se promove a vida, não comercializando água, cigarros e refrigerantes.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, informou que a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) prepara um edital para contratação de mil agentes de economia solidária em todo o país, sendo 100 no Rio Grande do Sul, para estimular a rede, fazer diagnósticos e fomentar o setor. O investimento será de R$ 54 milhões.

“Aqui nós também temos mercadoria, tecnologia, competência e dedicação de amor e carinho de homens e mulheres que representam produtos fantásticos. Quem não conhece, deveria conhecer”, disse Marinho referindo-se à Feicoop.

O reitor da UFSM, Luciano Schuch, ressaltou que a Universidade é parceira do Projeto Esperança/Cooesperança desde a primeira edição do evento e comentou sobre a importância da comunidade acadêmica estar presente na feira.

“Tenho lutado na Universidade para termos menos sala de aula, para que nossos professores e estudantes saiam e vivam a sociedade porque é lá que acontece, realmente, o conhecimento. Depois, voltem para dentro da Universidade com essa vivência para que a gente consiga trabalhar com projetos e pesquisas feitas da realidade – e aqui na Feicoop isso acontece naturalmente porque a vida pulsa muito forte aqui”, disse Schuch.

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, relatou que a Feicoop serve como inspiração para o trabalho de combate à fome no país.

“O que vemos aqui na feira é um retrato do que queremos para nosso querido país, o agricultor produzindo e diretamente comercializando para botar na mesa do nosso povo”, disse Preto.

A deputada federal Reginete Bispo (PT) destacou que a solidariedade e a resistência seguem firmes na na Feicoop.

“A economia solidaria é um resultado dessa luta dos povos que não se submeteram a dominação imposta pelo capital, imposta pela violência, imposta pela desigualdade e, para nós negros e negras, imposta por quatro séculos de escravidão que ainda persiste em nosso país”, disse Reginete.

O reitor substituto do IFFar, Carlos Rodrigues Lehn, comentou sobre a importância da feira para os expositores.

“As pessoas que estão aqui não só expositores, representam pessoas que por meio de seu talento acreditam no seu trabalho e expõem não só um produto, mas a realização de um sonho que acaba por gerar muitas oportunidades”, disse Lehn.

O ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, salientou que a feira faz parte da reconstrução do estado após as fortes chuvas.

“É um momento que nos faz refletir e exige pensar que, se iniciativas tivessem sido adotadas, talvez muito do que se viveu com as enchentes poderia ter sido evitado. Mas este é o momento de buscar outras ideias, através da solidariedade e da economia, por exemplo, e tudo que a feira nos inspira é de preservar valores. Nós temos compromisso permanente com esta feira”, disse Pimenta.

A cerimônia de abertura foi encerrada com a manifestação do prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), que falou sobre o orgulho de o município receber o evento.

“Sem sombra de dúvidas, esta feira demonstra a força do povo gaúcho. Estamos felizes por estar aqui. A Feicoop é de todos. Tudo que for preciso, o Executivo Municipal vai investir para que a Feicoop cresça cada ano mais. Não é momento de conflito político, é momento de nos unirmos”, disse Pozzobom, que agradeceu o trabalho desenvolvido por Pimenta na reconstrução do estado.

A Feicoop segue neste sábado, das 7h às 19h. No domingo (14), o funcionamento da feira é das 7h às 18h. A entrada é gratuita.

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