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FUTEBOL. Em clima de despedida, técnico do Inter de Santa Maria lamenta a eliminação da “Série A2”

“Eu vou estar sempre torcendo, aqui ou longe”, fala o treinador Daniel Franco

Alvirrubro perdeu para o Pelotas no Estádio Presidente Vargas e sonho de voltar à Série A foi adiado (Foto Renata Medina/Inter-SM)

Por Pedro Pereira

O sonho do acesso à primeira divisão do Rio Grande do Sul após 13 anos foi adiado no último domingo (28). Com a derrota por 2 a 1 para o Pelotas, na partida de volta das semifinais do Campeonato Gaúcho Série A2, o Inter de Santa Maria deu adeus à competição e ficou a um passo de voltar à elite. O confronto aconteceu no Estádio Presidente Vargas e contou com a presença de mais de seis mil torcedores alvirrubros – além das centenas de apoiadores que ficaram do lado de fora da Baixada.

Depois do embate – e longos minutos no vestiário consolando os atletas e, simultaneamente, refletindo sobre o resultado -, o técnico Daniel Franco retornou ao gramado para a coletiva de imprensa pós-eliminação. “Explicar uma derrota dessa em casa, em um jogo tão importante, tão decisivo, é muito difícil”, iniciou. Além da queda do certame, esta foi a primeira derrota da equipe como mandante desde 18 de junho de 2023.

Na época, o Inter-SM, comandado pelo treinador Márcio Nunes, eliminado com o Veranópolis nas quartas de final da Divisão de Acesso deste ano, foi derrotado pelo Santa Cruz, que tinha o atual líder alvirrubro à frente da casamata. Por não ter atingido o objetivo da temporada, que era o retorno ao Campeonato Gaúcho Série A, Franco admite dúvidas sobre seu futuro: “agora não sei. Realmente não sei”.

Ao não ascender à primeira divisão gaúcha, técnico Daniel Franco não sabe se seguirá no cargo, mas garante a torcida pelo alvirrubro (Foto Renata Medina/Inter-SM)

O duelo

O técnico admite o favoritismo acerca da vaga à primeira divisão, mas garante que a equipe santa-mariense não fez um jogo ruim. “Houve dois lances isolados onde, infelizmente, tomamos decisões erradas que ocasionaram tudo isso”, afirmou. Após um primeiro tempo de algumas tentativas e placar zerado, aos 6 minutos da segunda metade, o zagueiro Jean Pablo cometeu um pênalti.

De acordo com o árbitro Rafael Klein, que apitou o confronto, o defensor evitou um ataque promissor do Pelotas, dentro da área alvirrubra, com o braço. Na coletiva, o treinador opinou que Jean Pablo estava com o braço rente ao corpo, o que não acarretaria em penalidade máxima. Entretanto, assegura que respeita a autoridade do árbitro e suas decisões dentro de campo.

O segundo gol sofrido pelo Inter-SM ocorreu devido a uma “falha de comunicação” entre o zagueiro Rodrigo Augusto e o goleiro Rafael Copetti, na visão do comandante. Na ocasião, os jogadores se atrapalharem próximo à meta defendida por este último e, ao perderem a posse da bola, o centroavante Warlei não desperdiçou a chance. De qualquer forma, o técnico destaca: “quando ganha, ganham todos e, quando perde, perdem todos”.

Na última rodada da primeira fase da Série A2 deste ano, o Inter-SM teve uma oportunidade de eliminar o Pelotas, em casa. O time da Baixada vencia o adversário por 2 a 0 e, caso a partida entre Lajeadense e Aimoré, de São Leopoldo, terminasse empatada, o esquadrão da Região Sul do Estado não teria chances de avançar às quartas de final.

O rival, contudo, se recuperou e o jogo terminou com o placar de 2 a 2. De qualquer forma, o representante do Vale do Taquari sobressaiu e derrotou os leopoldenses, tornando o resultado no Estádio Presidente Vargas desnecessário neste sentido. Sob outra perspectiva, um triunfo alvirrubro significaria a liderança da chave e, consequentemente, outro rumo no mata-mata, pois estaria do outro lado da chave – que, no último domingo, teve o Monsoon, de Porto Alegre, como classificado.

Franco explicou depois da eliminação que, no último compromisso pela fase inicial da competição, precisou “pensar no grupo”, pois o elenco estava muito desgastado. Naquela ocasião, foram poupados alguns jogadores que haviam sido utilizados na grande parte dos confrontos anteriores. “Quis o destino que acontecesse contra o Pelotas, dentro de casa. Dessa vez eles saíram com dois gols na frente e a gente não conseguiu buscar”, declarou o treinador

Houve também uma dificuldade por parte das duas equipes em função da chuva. Com as condições climáticas em Santa Maria no fim de semana, o gramado acabou afetado e, em alguns pontos, enlameado. O comandante, entretanto, não associa a derrota neste quesito pois tiveram outros momentos em que, no mesmo cenário, o resultado foi positivo para o Inter-SM.

Fica ou não fica

O técnico revelou que existia um pré-contrato para sua sequência à frente da casamata alvirrubra caso os santa-marienses tivessem confirmado o acesso diante do Pelotas. Como o objetivo não foi atingido, não há nada certo. “O trabalho que foi desenvolvido desde o primeiro dia foi de excelência. Os atletas se entregaram ao máximo, foram todos comprometidos do primeiro ao último minuto, mas às vezes nem sempre o melhor ganha. Futebol é assim”, evidenciou Franco.

O treinador também aproveitou o momento para salientar a presença do torcedor, que compareceu durante toda a campanha do time na Divisão de Acesso, aparecendo cada vez mais com os resultados. Para o comandante, hoje o Inter-SM está em outro patamar em relação às temporadas passadas. “A questão dos cinco anos que não se classificava ficou para trás”, relembrou.

Franco se define como orgulhoso pelo trabalho realizado com o plantel e com a direção na Sèrie A2 este ano. Para ele, o elenco “comprou” a ideia do clube e batalhou até o fim, apesar de não ter alcançado a meta. “Hoje nós estamos aqui efetivamente encerrando um ciclo de uma maneira dolorosa, de uma maneira dura, que não gostaríamos. Vamos esperar, vamos dar tempo ao tempo, vamos deixar a direção pensar, rever todos os conceitos que foram feitos, todo o trabalho que foi executado aqui”, anunciou o técnico, que também irá tirar um período para pensar em seu futuro.

Sem saber dos próximos passos, o comandante agradece por todos os momentos que passou no Coração do Rio Grande. “Eu vou estar sempre, aqui ou longe, torcendo para que tudo ocorra bem para esse clube. Até porque ficou um carinho muito grande. Fui muito bem recebido pelas pessoas do dia a dia, pela cidade, pelos torcedores”. Ele conclui: “esse clube tem tudo para crescer, para voltar às grandes glórias, voltar à Série A”.

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