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FUTEBOL. “Pelotas sempre foi um peso na vida do Inter-SM”, relembra Donga, lendário atleta do time

Ídolo do alvirrubro fala ao site antes do confronto que define futuro da equipe

Por Pedro Pereira / com informações do Almanaque dos 80 anos do Inter-SM, de Candido Otto da Luz

Hoje aos 76 anos, lendário capitão dos alvirrubros santa-marienses trabalha como porteiro e, nas folgas, vai aos jogos na Baixada Melancólica (Foto Pedro Pereira)

Neste domingo (28), os cerca de 35 jogadores que hoje defendem o Inter de Santa Maria terão a oportunidade de cravar seus nomes na história quase centenária do clube, e fazer parte de um novo capítulo para o Coração do Rio Grande. Com uma vitória simples em cima do Pelotas, no Estádio Presidente Vargas, o Alvirrubro voltará à elite do Campeonato Gaúcho após 13 anos se aventurando na Divisão de Acesso.

Entre os triunfos, as derrotas, os títulos e as eliminações, o futebolista profissional, na visão do ex-meio-campista, ídolo e agora gerente de futebol Francisco Resende, o Chiquinho, “tem que ser uma referência à próxima geração”. Se atualmente o Inter-SM é considerado tradicional, respeitado como instituição e têm condições de disputar uma vaga à Série A estadual, muito diz respeito ao trabalho realizado por ex-atletas como Luiz Alberto Salenave, o Donga, que atuou na zaga santa-mariense décadas atrás.

O histórico defensor, natural de Santana do Livramento, é o jogador que mais vezes vestiu o alvirrubro, com 579 partidas entre 1971 e 1983. Capitão da equipe em diversas oportunidades, ele fez parte do elenco que se consagrou “Campeão do Interior” em 1981 e participou da Taça de Ouro, torneio equivalente ao Campeonato Brasileiro Série A dos dias de hoje – período lembrado por muitos como a “Era de Ouro” da agremiação.

Donga chegou aos 23 anos e fez parte da “Era de Ouro” (Foto Arquivo pessoal)

Em 2024, aos 76 anos, Donga trabalha como porteiro e, dessa forma, acaba não podendo ir a grande parte dos jogos na Baixada Melancólica. Vai quando está de folga e, para não “perder a viagem”, aproveita o tempo para reencontrar amigos e conhecidos. Nesta temporada, conseguiu ir a apenas um confronto. “Tinha bastante gente, um bom número de torcedores. Não lembro contra quem, mas lembro que o Inter ganhou”, garantiu o ídolo do clube.

De qualquer forma, o ex-zagueiro sempre se certifica de que, caso precise “ir ao serviço”, tenha um “radinho” ligado ao seu lado. O lendário capitão chegou a Santa Maria no começo de 1971, aos 23 anos, após iniciar sua carreira no Esporte Clube 14 de Julho. tradicional time santanense, campeão gaúcho de 1918 e atualmente inativo. Em 14 de fevereiro, aconteceu a estreia do jovem jogador diante do próprio Pelotas, que neste domingo decide o acesso diante do Inter-SM.

A entrada de Donga na equipe titular alvirrubra foi por acaso. Naquele dia, o lateral-direito Tadeu Menezes, que futuramente se tornaria o maior técnico da história da agremiação santa-mariense, ficou doente e precisou ser substituído. Mesmo com apenas um treino na posição, o defensor foi o escolhido pelo técnico Octávio Charão, o Moranga, a “assumir a bronca”.

“Que coisa horrível. Foi difícil. Eu corria atrás dos outros, corria para trás e para a frente. Foi brabo”, relembrou o eterno capitão alvirrubro, que também atribuiu a dificuldade da partida ao rival. “O Pelotas sempre foi um peso na vida do Inter.”. Se juntar o “Lobão” aos conterrâneos Brasil de Pelotas e Farroupilha, a situação ainda piora: “tinham três times em Pelotas e tu tinha que lutar por alguns pontos contra eles para passar de fase. Era pesado, mas era bom”.

O show tem que continuar

Exemplo: capitão Donga ao lado do jovem zagueiro do Inter-SM, Eduardo Noal, que subiu da base nesta temporada (Foto Leandro Loreto/Inter-SM)

Passados 40 anos desde que pendurou as chuteiras, Donga ressalta que, embora não se afaste do clube, não consegue mais acompanhar tanto o trabalho realizado na Baixada Melancólica. Desse modo, considera difícil apontar destaques no plantel que atualmente defende o vermelho e branco de Santa Maria. Contudo, confia em uma coisa: “o grupo é bom”, ainda mais nas mãos do técnico Daniel Franco.

Para ele, o Coração do Rio Grande deve ter uma equipe consolidada na primeira divisão do Campeonato Gaúcho. Para exemplificar, o ídolo recorda as campanhas que o Alvirrubro teve quando ainda era jogador: “é muito bom. Lembro quando saímos de Santa Maria para jogar contra o Vasco da Gama, contra o América (do Rio de Janeiro), contra o Operário (do Mato Grosso do Sul). Junto, a cidade cresce. Não são todos os lugares que tem um time”.

Com veemência, Donga afirma: “o Inter de Santa Maria tem muita importância para mim. Eu me acostumei com o Inter, em defender o Inter, lutar pelo Inter. Sou apaixonado pelo Inter de Santa Maria. Sou torcedor”. Se pudesse dar um conselho para os jogadores que, neste domingo, terão a chance de colocar o Alvirrubro de volta à elite do Rio Grande do Sul, o lendário capitão é simples e claro: “sigam trabalhando. Cada um sabe o que precisa fazer”. O duelo contra o Pelotas começa às 15h e, com os ingressos esgotados, espera-se um Estádio Presidente Vargas lotado.

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