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BASQUETE. Dominante no RS, equipe feminina da UFSM visa a vaga para a elite dos ‘JUBs’, em Brasília

Gurias da Federal são as atuais tricampeãs dos Jogos Universitários Gaúchos

Atletas triunfaram pela terceira vez consecutiva mas, neste ano, com o apoio da torcida, no ginásio do Corintians (Foto Divulgação)

Por Pedro Pereira

Hegemônica no Rio Grande do Sul, a equipe feminina de basquete da UFSM disputará os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) pela terceira vez seguida, no mês de outubro, em Brasília. As gurias da Federal garantiram a classificação ao certame nacional após se consagrarem tricampeãs dos Jogos Universitários Gaúchos (JUGs) no último sábado (3), no ginásio do Corintians Atlético Clube, casa das santa-marienses – que também venceram em 2022 e em 2023.

O esquadrão chega na capital do Brasil com o objetivo de conquistar mais um título nacional. No ano passado, as representantes gaúchas levantaram o troféu da 3ª divisão e confirmaram que, nesta temporada, as ganhadoras do torneio estadual fariam parte da 2ª divisão. O elenco da Universidade triunfou no fim de semana ao bater as rivais da UFPel, de Pelotas, por 44 a 16, e da UFRGS, de Porto Alegre, por 53 a 22.

A ala-pivô Evelyn está no projeto desde 2022 (Foto João Gabriel Segabinazzi/Divulgação)

A equipe masculina da instituição ficou pelo caminho e terminou os JUGs em 3º lugar. Na visão da ala-pivô e estudante de Educação Física – Bacharelado Evelyn Spengler, o plantel feminino da UFSM apenas melhora, mesmo que a passos pequenos, a cada edição do campeonato: “a gente sempre entra em quadra sabendo do nosso nível, sem se achar. Isso faz toda a diferença. Os dois times que enfrentamos tinham capacidade de nos ganhar, as atletas eram boas. Pudemos mostrar para o pessoal de Santa Maria que temos um coletivo muito forte”.

Desde a origem

Natural de Candelária, Evelyn joga basquete desde a infância. Ela começou a praticar e disputar competições na escolinha da “Flyboys”, agremiação de sua cidade natal, quando tinha entre 10 e 11 anos e, em 2016, aos 19, foi chamada para integrar a Seleção Gaúcha da modalidade. A jogadora defende as cores da Universidade desde 2022, quando o projeto que continua até hoje iniciou. Ou seja, fez parte dos três títulos dos JUGs e disputou três JUBs.

Embora dominante no Estado, a ala-pivô – que faz mais a função de ala do que de pivô – relembra que houve muita evolução da temporada de estreia do esquadrão para cá. No começo da campanha vitoriosa da equipe na temporada de estreia, o treinador Renato Coutinho, que segue à frente do esquadrão, ainda não havia chegado.

As gurias da Federal contavam com o apoio de um professor e do plantel masculino, na época. No ano seguinte, um preparador físico passou a fazer parte do grupo e, hoje, a comissão técnica é composta pelo comandante, um auxiliar e dois preparadores físicos. “A cada ano a gente consegue uma conquista a mais, tanto em relação à comissão quanto às atletas”, relatou Evelyn, que compõe o elenco feminino de basquete da UFSM junto de outras 12 colegas, até o momento.

Equipe da UFSM segue em constante evolução, para a ala-pivô Evelyn Spengler (Fotos Divulgação)

Em busca da vaga

Com encontros duas vezes por semana, no Ginásio 2 do Centro de Educação Física e Desportos, o time pisou no ginásio do Corintians no sábado sabendo da necessidade de duas vitórias e 100% de aproveitamento. Como apenas três instituições se inscreveram na disputa, o torneio foi “tiro curto”, com poucas chances de erros – segundo confirma a própria ala-pivô: “a gente precisava ganhar os dois jogos para classificar”.

Em quadra, de acordo com a estudante de Educação Física, o grupo atuou melhor que o esperado. “Acho que a gente apresentou até mais do que temos treinado durante às terças e sextas-feiras. Começamos a fazer um jogo físico, com mais intensidade, porque teríamos que ter ‘perna’. Por serem apenas duas partidas, acaba sendo bem intenso e todas conseguiram jogar, todas conseguiram mostrar o papel fundamental que cada uma tem”, declarou.

Em solo santa-mariense, as gurias da Federal de Evelyn tiveram que lidar com o “fator casa” – quando a equipe representa a sede de um campeonato. Para ela, a situação tem pontos positivos e negativos. Poder contar com a torcida foi favorável ao esquadrão, que consegue  sentir o carinho dos apoiadores presencialmente. Além disso, embora tenham estranhado o ginásio, que tem dimensões diferentes em relação ao que utilizam para praticar, no campus de Camobi, o elenco conhece a cidade de Santa Maria.

Evelyn revela, contudo, que a pressão imposta às atletas poderia ter pesado. “O nosso time já havia ganhado outras duas vezes, então a gente queria mostrar esse trabalho que vem sendo construído ao longo dos anos. A torcida é importantíssima, mas o psicológico acaba afetado porque a gente quer que o pessoal veja o nosso 110%”. O diferencial foi o espírito coletivo do grupo, aponta a jogadora: “torcemos, vibramos, por cada ponto, cada marcação. Somos muito unidas, tanto quem está jogando quanto quem está no banco. Isso é fundamental e é o que nos levou ao primeiro lugar, mais uma vez, nos JUGs”.

De olho no futuro

Até a segunda semana de outubro, data prevista para que comece a disputa da modalidade nos JUBs de 2024, a equipe teria pouco mais de dois meses para se preparar. Entretanto, de 19 a 24 de agosto, cinco integrantes do plantel feminino da UFSM estarão no Rio de Janeiro para representar a UFSM nos Jogos Universitários Brasileiros de Praia na versão “3×3” de basquete – uma delas, como técnica.

A ala-pivô, que é uma das atletas que fará parte deste elenco alternativo, conta que o compromisso não tem sido o foco dos treinos, já que é um estilo de jogo totalmente diferente, inclusive nas regras. A ideia é que o grupo faça um “intensivo” nas próximas duas semanas para tentar buscar pelo menos a medalha de prata em território fluminense. No ano passado, as gurias da Federal terminaram com a 4º colocação geral.

Dessa forma, com o time completo, o comandante Renato Coutinho terá o mês de setembro inteiro para trabalhar de olho nos JUBs “tradicionais”. Evelyn destaca que, somada às questões técnicas e táticas, há uma preocupação com o clima de Brasília, que é diferente de Santa Maria. No que diz respeito à preparação dentro de quadra, “detalhes” como os lances livres devem ser tratados com mais atenção. “Já que a gente sofre bastantes faltas, isso vai fazer a diferença em Brasília”, disse a jogadora.

Sem baixas expectativas, as representantes da Federal buscam alcançar a decisão do título da 2ª divisão da competição para, em 2025, a equipe que vencer os JUGs disputar a elite na etapa nacional – uma vez que sobem para a 1ª divisão as finalistas. Evelyn projeta: “todo mundo sente que é um nível de basquete muito maior, porque envolve todos os estados do Brasil, mas a gente sempre sonha com mais uma medalha e mais um troféu para Santa Maria e para o Rio Grande do Sul”.

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